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A PEDAGOGIA DIALÓGICA DE PAULO FREIRE E AS ...

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Pensar comunicação de uma maneira geral, é pensar códigos e também pensar a descodificação (ou decodificação) destes. Para<br />

Freire (1980, p.32), “em todas as fases da descodificação, os homens revelam sua visão de mundo.” Isto quer dizer que a interpretação que<br />

cada indivíduo faz dos códigos tem como base a sua visão de mundo, ou como falam os teóricos da PNL, mapeamento mental do mundo.<br />

“Sem dúvida, como o código é a representação de uma situação existencial, o descodificador tende a passar da representação à situação<br />

muito concreta na qual e com a qual trabalha” (<strong>FREIRE</strong> 1980, p.31). Assim, para trabalharmos numa perspectiva libertadora faz-se<br />

necessário considerarmos o contexto no qual os indivíduos se encontram inseridos, e as representações que esses têm da realidade e do<br />

mundo.<br />

Antes de tratarmos mais especificamente da questão do diálogo, faremos uma breve<br />

abordagem sobre meios de comunicação massiva, como a TV e o rádio, que muitas vezes são<br />

usados na manipulação e alienação coletiva.<br />

Consideramos que os indivíduos precisam sair da condição de massa manipulada para<br />

povo consciente. Ora, os grandes meios de comunicação são instrumentos utilizados também<br />

para manipular as massas. Desta forma, na perspectiva da proposta de emancipação, pensar<br />

comunicação dialógica implica em bidirecionalidade, e não a unidirecionalidade maliciosa<br />

utilizada muitas vezes pelos grandes meios em questão. Assim, os indivíduos devem educarse<br />

numa postura questionadora, para que não venham a ser facilmente manobrados pelas<br />

propagandas e pelos demais discursos alienadores presentes na grande mídia.<br />

É preciso que se atente também para as manobras que a Tv e o rádio fazem com uma<br />

capa de interatividade. Seria interação ou um tipo de reação? O público interage ou só reage?<br />

Pensemos nisso em conjunto com os nossos grupos de educação mútua.<br />

Também não podemos esquecer de que muitas “coisas” boas e esclarecedoras estão<br />

sendo veiculadas pelos grandes meios (rádio, Tv, jornal, revista, internet, cinema etc). Desta<br />

forma, faz-se necessário aprender a garimpar o ouro presente, mas escondido, no meio deste<br />

barro sujo de lixo que “salta aos nossos olhos”, hipnotizando-nos.<br />

Assim, deve haver discussão sobre a mídia, desde a expressão comercial até a carga<br />

ideológica presente em suas páginas e programações.<br />

A medida em que os grupos percebem na discussão o que há de enganoso na<br />

propaganda [...] descobrem na primeira fase a diferença entre educação e<br />

propaganda. Preparam-se assim para perceber os mesmos enganos na propaganda<br />

ideológica ou política, no uso de “slogans” (<strong>FREIRE</strong>, 1980, p.48).<br />

O indivíduo preparado para criticar está de posse de uma defesa contra a sutileza<br />

camuflante da maldade alienadora incorporada aos meios. Portanto, necessita-se aproveitar as<br />

mensagens veiculadas nestes meios a fim de levantar discussões e reflexões conjuntas, e<br />

dialogadas, ao invés de dar as costas para eles.<br />

O que é uma reflexão senão uma comunicação ou um diálogo interno e/ou externo do<br />

indivíduo (antagonicamente ou não). Discorreremos a partir de agora mais enfaticamente<br />

sobre “diálogo”.

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