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História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...

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<strong>de</strong>senvolvera durante o governo dos Sung, ao mesmo tempo que privilegiaram a<br />

agricultura e reforçaram a autori<strong>da</strong><strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r central. Se Hung Wu marcou um<br />

período <strong>de</strong> reorganização, o seu sucessor, Yung Le (1403-1424), marcou um novo<br />

período <strong>de</strong> expansionismo essencialmente marítimo. Em 1405 iniciou-se a primeira<br />

gran<strong>de</strong> expedição do almirante Cheng Ho, que coman<strong>da</strong>ria <strong>de</strong>pois mais seis até ao ano<br />

<strong>de</strong> 1433. Estas viagens tiveram, acima <strong>de</strong> tudo, motivações políticas, certamente<br />

relaciona<strong>da</strong>s com o vigor <strong>da</strong> primeira fase <strong>da</strong> dinastia Ming. Os Chineses impuseram<br />

então o pagamento <strong>de</strong> tributos às populações ribeirinhas. Cheng Ho, tal como uma<br />

parte consi<strong>de</strong>rável <strong>da</strong> sua tripulação, era muçulmano, facto que facilitou a sua acção<br />

pelo oceano. No almirante concentravam-se, pois, o po<strong>de</strong>rio naval dos Chineses e a<br />

gran<strong>de</strong> experiência até então adquiri<strong>da</strong> pelos islamitas no fndico. As expedições eram<br />

compostas por <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> juncos e mais <strong>de</strong> 20 000 homens ca<strong>da</strong> uma; a <strong>de</strong> 1405, por<br />

exemplo, tinha 63 navios e cerca <strong>de</strong> 30 000 marinheiros. Em 1433, as expedições foram<br />

interrompi<strong>da</strong>s bruscamente: o Império Chinês estava <strong>de</strong> novo ameaçado pelos bárbaros<br />

do interior e teve <strong>de</strong> adoptar mais uma vez uma estratégia <strong>de</strong>fensiva, com as atenções<br />

concentra<strong>da</strong>s na sua fronteira terrestre. Nesta época já se <strong>de</strong>senvolvera o sultanato <strong>de</strong><br />

Malaca, cujo sultão era vassalo do imperador chinês. Malaca tornou-se no ponto <strong>de</strong><br />

encontro <strong>de</strong> várias re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio com origem em diferentes regiões asiáticas. Os<br />

Chineses passaram a encontrar aí os produtos que lhes interessavam e que<br />

anteriormente só encontravam na Índia e os Guzerates ocuparam o vazio por eles<br />

<strong>de</strong>ixado. Terminou então um período <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> quatro séculos em que a China foi a<br />

principal potência marítima <strong>da</strong> Ásia e as relações directas entre a China e a India<br />

foram interrompi<strong>da</strong>s. Malaca tornou-se no «terminus» <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s rotas do comércio<br />

intercontinental e a rota Malaca-China (Cantão) passou a ser apenas uma ligação<br />

regional. Os comerciantes chineses compravam aí pimenta […]; o negócio era<br />

completado com outros produtos, como o cravo, a noz, o incenso, o marfim, a cânfora,<br />

o sân<strong>da</strong>lo ou os panos <strong>de</strong> várias quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Em troca vendiam diversos tipos <strong>de</strong> se<strong>da</strong> e<br />

um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> matérias-primas, como o salitre, o enxofre, o cobre ou o<br />

ferro. No porto malaio estabeleceu-se uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mercadores chineses e o seu<br />

chefe (xaban<strong>da</strong>r[ 311 ]) tinha autori<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre os restantes comerciantes vindos do<br />

Extremo Oriente. […] No início do século XVI, o sultão <strong>de</strong> Malaca continuava a ser<br />

vassalo do «Filho do Céu»: a China mantinha então um gran<strong>de</strong> prestígio entre os<br />

reinos do Sueste asiático, embora já não dispusesse <strong>da</strong> mesma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mobilização militar do século anterior. Em 1511, Afonso <strong>de</strong> Albuquerque conquistou<br />

Malaca e esten<strong>de</strong>u a presença portuguesa até à Insulíndia: ficava, assim, aberto o<br />

acesso ao Império do Meio e outras regiões <strong>da</strong> Ásia Oriental”. 312<br />

A Dinastia Ming também foi testemunha <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>senvolvimentos a nível científico<br />

e tecnológico. Por causa, do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> construcção naval e <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

politico-económicas, <strong>de</strong> 1405 a 1430 a corte Ming enviou Zheng He, um eunuco cuja<br />

alcunha era Sanbao taijian, que viveu <strong>de</strong> 1371 a 1435, enviou uma equipa bastante<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> barcos, em sete missões sucessivas para “o Oci<strong>de</strong>nte” (nomea<strong>da</strong>mente a<br />

311 Do persa «shāh-bân<strong>da</strong>r» (rei do porto), i.e. Capitão do porto. “… em Malaca havia xaban<strong>da</strong>res dos<br />

guzarates, dos quelins, dos chineses. Os xaban<strong>da</strong>res <strong>de</strong> alguns pequenos reinos <strong>da</strong> Malásia eram mais<br />

governadores ou regentes do estado que simples capitães do pôrto …” . In Dalgado, Sebastião Rodolfo -<br />

«Glossário Luso-Asiático». Asian Educational Services. New Delhi. 1988<br />

312 Tomaz, Luis Filipe – CHINA. In Albuquerque, Luís <strong>de</strong> (Dir.) «Dicionário <strong>de</strong> <strong>História</strong> dos<br />

Descobrimentos Portugueses», Círculo <strong>de</strong> Leitores, Lisboa, 1994, p.245<br />

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