História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...
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sofrendo <strong>de</strong> dor” 100 . Das 200.000 inscrições encontra<strong>da</strong>s distinguiram-se 14<br />
combinações diferentes on<strong>de</strong> se incluem i<strong>de</strong>ogramas <strong>de</strong> olhos, cabeça, ouvidos, nariz,<br />
boca, <strong>de</strong>ntes, pescoço, abdómen, pé, calcanhar, bem como voz, urina e parturiente. A<br />
acção dos “espíritos do vento” também eles tinham aqui o seu lugar, falando-se <strong>de</strong><br />
“vento maligno”, juntamente com a “neve”, que constituíam as duas causas mais<br />
comuns <strong>da</strong>s doenças <strong>de</strong> acção místico-mágica, cuja solução passava frequentemente<br />
pelo shī (“shaman”- representante dos mortos) ou pelo wú (feiticeiro). 101<br />
“Mas havia tratamentos na época Shāng. A arqueologia atesta-o.[…] no lugar Shang<br />
<strong>de</strong> Taixi, perto <strong>de</strong> Gaocheng, ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Hubei” 102 foram encontra<strong>da</strong>s cerca <strong>de</strong> trinta<br />
sementes <strong>de</strong> fruta com caroço, entre as quais a 郁李 yù lǐ – Prunus Japonica e táo<br />
– Prunus Persica. Ambas com proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s terapêuticas aprecia<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muito, o<br />
caroço <strong>de</strong> pêssego é mencionado na bibliografia como recomen<strong>da</strong>do“«para matar os<br />
pequenos vermes». Nos dias que hoje, a medicina tradicional emprega-os em<br />
ginecologia” 103 .Quanto ao yù lǐ, o seu caroço lubrifica os intestinos e relaxa-os sendo<br />
empregue na obstipação <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> à <strong>de</strong>sidratação intestinal; do mesmo modo po<strong>de</strong> ser<br />
empregue para promover o metabolismo hídrico 104 .<br />
Durante este período, as pessoas começaram a adquirir alguma compreensão acerca <strong>da</strong>s<br />
doenças. Os nomes <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> vinte tipos <strong>de</strong> doenças, incluindo doenças <strong>da</strong> cabeça,<br />
ouvidos, nariz, <strong>de</strong>ntes, abdómen e pés, e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns pediátricas, ginecológicas, e<br />
obstétricas, foram grava<strong>da</strong>s, como referimos, na mais antiga forma escrita <strong>de</strong>scoberta<br />
<strong>da</strong> China - i<strong>de</strong>ogramas e registados em ossos e carapaças <strong>de</strong> tartaruga. Enquanto gran<strong>de</strong><br />
parte <strong>de</strong>stas doenças foram diferencia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com as diversas partes do corpo<br />
humano, algumas eram referi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>pois <strong>da</strong>s características <strong>da</strong>s doenças, tais como<br />
malária, sarna, timpanismo 105 e cáries 106 . Por exemplo, o i<strong>de</strong>ograma para timpanismo<br />
parece-se com lombrigas num recipiente indicando que existem parasitas no<br />
abdómen, e o i<strong>de</strong>ograma para as cáries indica que os orifícios nos <strong>de</strong>ntes são causados<br />
por “vermes”<br />
107 . O registo <strong>da</strong>s cáries <strong>de</strong>ntária nos i<strong>de</strong>ogramas chineses gravados nos<br />
jiǎ gǔ wén, são o registo mais antigo <strong>de</strong>ste tipo na história mundial <strong>da</strong> medicina, 700<br />
- 1000 anos mais cedo que os registos semelhantes em outras socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s antigas<br />
100<br />
Weikang, Fu – Abrege <strong>de</strong> la Me<strong>de</strong>cine et <strong>de</strong> la Pharmacologie chinoises. Editions en Langues<br />
étragères. Beijing. 1989, p.13. Cf. também com: I<strong>de</strong>ograma [404] do Dictionaire Français <strong>de</strong> la Langue<br />
Chinoise. Institut Ricci – Kuangchi Press, 1999, p.74<br />
101<br />
Gernet, Jacques – Le mon<strong>de</strong> chinois. Armand Colin, Paris, 1999, p. 52<br />
102<br />
Hoizey, Dominique – Histoire <strong>de</strong> la médicine chinoise. Édition Payot, 1988, p. 29<br />
103<br />
I<strong>de</strong>m, Ibi<strong>de</strong>m<br />
104<br />
Advanced Textbook on Traditional Chinese Medicine and Pharmacology. Vol. II. State Administration<br />
of Traditional Medicine. New World Press. Beijing. 1995, p.72<br />
105<br />
Manuila, L. et alli – Dicionário Médico. Climepsi Editores. Lisboa, 2000, p.590 timpanismo, -<br />
Sonori<strong>da</strong><strong>de</strong> particular obti<strong>da</strong> à percussão <strong>de</strong> um órgão distendido por gases, e mais especialmente em caso<br />
<strong>de</strong> distensão do abdómen <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> à presença <strong>de</strong> gás ou <strong>de</strong> ar em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> excessiva nos intestinos ou na<br />
cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> peritoneal.<br />
106<br />
I<strong>de</strong>m, p.119 - cárie <strong>de</strong>ntária - Destruição localiza<strong>da</strong> e progressiva dos <strong>de</strong>ntes. A cárie <strong>de</strong>ntária atinge<br />
em primeiro lugar o esmalte (cárie do primeiro grau), em segui<strong>da</strong> a <strong>de</strong>ntina que é ataca<strong>da</strong> pelas bactérias<br />
(cárie do segundo grau) e po<strong>de</strong> chegar à necrose <strong>da</strong> polpa <strong>de</strong>ntária (cárie do terceiro grau).<br />
107<br />
Note-se que hoje em dia se utilizam dois i<strong>de</strong>ogramas para a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária: yá fēng. O<br />
primeiro i<strong>de</strong>ograma [nº 5616] significa <strong>de</strong>nte; o segundo i<strong>de</strong>ograma [nº 1587] significa loucura,<br />
<strong>de</strong>mência. -- Dictionaire Français <strong>de</strong> la Langue Chinoise. Institut Ricci – Kuangchi Press, 1999, p. 1068<br />
e p. 300, respectivamente.<br />
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