20.05.2013 Views

História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...

História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...

História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Aliás, "organização social e modo <strong>de</strong> pensar, estão intimamente imbricados num<br />

sistema <strong>de</strong> inter-génese, e <strong>de</strong> inter-justificação recíprocas, que formam o cadinho <strong>da</strong>s<br />

i<strong>de</strong>ologias. Na civilização chinesa, mais, talvez, que em qualquer outra, a simbiose<br />

entre pensamento e socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi leva<strong>da</strong> ao seu nível <strong>de</strong> manifestação mais perfeito.<br />

Assim a referência simbólica à estrutura social, é extremamente frequente, no sistema<br />

conceptual <strong>da</strong> medicina chinesa tradicional. O conhecimento <strong>da</strong>s características<br />

elementares dos sistemas sociais e i<strong>de</strong>ológicos <strong>da</strong> civilização chinesa, e igualmente<br />

importante, para afinar a sua compreensão no estudo <strong>da</strong> medicina chinesa. Isto joga,<br />

com efeito, um papel primordial nos sistemas <strong>de</strong> representação, e as construções<br />

intelectuais, na base <strong>de</strong> numerosos processos <strong>de</strong> abstracção do pensamento chinês. A<br />

redução do conhecimento à única expressão científica, o condicionamento linguistico, e<br />

o mol<strong>de</strong> sócio-i<strong>de</strong>ológico, são os três gran<strong>de</strong>s amortecedores dos «pressupostos<br />

antropológicos ". 39<br />

O Taoísta, aliás, consi<strong>de</strong>rava necessário observar uma via, um 道 (Dào) 40 , o que ele<br />

consi<strong>de</strong>rava ser a “or<strong>de</strong>m <strong>da</strong> natureza”. É como se o taoísmo pressentisse que o<br />

Homem só se conseguia socialmente organizar <strong>de</strong> uma forma correcta, integrado na<br />

natureza. Os ermitas taoístas, retiravam-se <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> humana a fim <strong>de</strong> contemplar a<br />

natureza, tentando compreendê-la através <strong>da</strong> intuição e <strong>da</strong> observação, o que os levou à<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que “todo o movimento po<strong>de</strong> ser exactamente previsto, <strong>da</strong><strong>da</strong>s as leis do<br />

movimento e as condições iniciais em que se encontravam os objectos”. Ora isto não é<br />

senão o princípio do “<strong>de</strong>terminismo causal” <strong>de</strong> “Newton e dos seus her<strong>de</strong>iros através<br />

do Séc. XVIII”. 41 Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> notar a correlação entre isto e o facto <strong>de</strong> ter<br />

sido na China que se iniciaram a química, a astronomia e a anatomia, que po<strong>de</strong>mos<br />

consi<strong>de</strong>rar como os primeiros passos do que veio a ser o “método científico”. Ora,<br />

como refere Hawking: “Tem sido certamente ver<strong>da</strong><strong>de</strong> no passado que aquilo a que<br />

chamamos inteligência e <strong>de</strong>scobertas científicas têm acarretado uma vantagem <strong>de</strong><br />

sobrevivência. Já não é tão claro que isto se mantenha: as nossas <strong>de</strong>scobertas<br />

científicas po<strong>de</strong>m perfeitamente acabar por nos <strong>de</strong>struir a todos” 42 . Por outro lado,<br />

existe a "convicção que o pensamento científico, não é o único método que permite ao<br />

espírito humano um autêntico acesso ao conhecimento real; […] existem, para o<br />

conhecimento, outras vias, diferentes, mas não menos justificáveis, que o método<br />

científico". 43<br />

“Não é por acaso que a China pensa menos [na] lineari<strong>da</strong><strong>de</strong> entre início e fim do que<br />

num retorno circular <strong>da</strong>s Estações, […] porque calmamente, simplesmente, a vi<strong>da</strong> não<br />

39 Ribaute, Alain, “Le barbare cuit, ou comment penser chinois”, “le dificile chemin qui mène <strong>de</strong> la<br />

plume au pinceau, <strong>de</strong> Alpha à Wen”. Revue Française <strong>de</strong> Mé<strong>de</strong>cine Traditionnelle Chinoise. Em<br />

publicação.”<br />

40 “(1) Estra<strong>da</strong>, via, caminho. […] (3) (<strong>de</strong>rivação metafísica na <strong>de</strong>cadência do taoismo) reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

movimento espontâneo do que existe.” – In Ryjik, Kyril – L’idiot chinois. Payot, 1983, p. 320<br />

41 Goswami, Amit – O Universo autoconsciente – como a consciência cria o mundo material. Editora<br />

Rosa dos tempos. Rio <strong>de</strong> Janeiro. 1998, p. 36<br />

42 Hawking, Stephen W. – Uma breve <strong>História</strong> do tempo. Circulo <strong>de</strong> Leitores.1988, p.29<br />

43 Ribaute, Alain, “Le barbare cuit, ou comment penser chinois”, “le dificile chemin qui mène <strong>de</strong> la<br />

plume au pinceau, <strong>de</strong> Alpha à Wen”. Revue Française <strong>de</strong> Mé<strong>de</strong>cine Traditionnelle Chinoise. Em<br />

publicação.<br />

11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!