História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...
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que uma dose conveniente <strong>de</strong> álcool aju<strong>da</strong> a activar a circulação do sangue e a reforçar<br />
os efeitos dos medicamentos 150 . Na China antiga, quando se executava uma anestesia<br />
geral, habitualmente <strong>da</strong>va-se a beber ao paciente anestésico diluído em álcool aquecido.<br />
Aliás, na Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong>, a produção <strong>de</strong> medicamentos alcoolizados ou <strong>de</strong> álcool<br />
medicamentoso era variado: fazia-se macerar as plantas medicinais no álcool, tais como<br />
«vinho» <strong>de</strong> osso <strong>de</strong> tigre, «vinho» <strong>de</strong> ginseng, etc. Porém, na maceração <strong>da</strong>s plantas<br />
medicinais, o álcool preenchia inespera<strong>da</strong>mente uma função particular: certas plantas<br />
são previamente lava<strong>da</strong>s ou molha<strong>da</strong>s com álcool; outras são cozi<strong>da</strong>s ao fogo vivo ou<br />
estufa<strong>da</strong>s com álcool. Com este procedimento, em <strong>de</strong>terminados casos conseguia-se<br />
reduzir os efeitos secundários dos medicamentos, intensificar o seu efeito terapêutico ou<br />
assegurar uma conservação mais prolonga<strong>da</strong> dos medicamentos.<br />
As tā ng yào, ou simplesmente tā ng – <strong>de</strong>coções, elabora<strong>da</strong>s fervendo 本草 Běn<br />
Cǎo, em água, é uma <strong>da</strong>s formas mais usa<strong>da</strong>s para administrar fitoterapia medicinal<br />
Diz-se que as <strong>de</strong>coções foram inventa<strong>da</strong>s por Y ī Yǐn, um escravo com habili<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />
cozinhar que fazia parte do dote <strong>da</strong> mulher do rei Chēng Tāng fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> dinastia<br />
Shāng (meados do séc. XVIII a.C.). Devido aos seus excepcionais talentos, foi, mais<br />
tar<strong>de</strong> promovido para o gabinete do primeiro ministro. Tinha alguns conhecimentos<br />
médicos, e enquanto preparava as refeições, <strong>de</strong>scobriu o efeito <strong>de</strong> alguns condimentos,<br />
tais com gengibre, canela e tâmaras. Combinando esta experiência na altura em que<br />
usava ervas, aplicou os métodos <strong>de</strong> culinária na preparação <strong>de</strong>stas ervas, cozendo-as em<br />
água <strong>de</strong> forma a produzir um líquido. Contudo, o aparecimento do método <strong>da</strong> <strong>de</strong>coção<br />
está relacionado com o avanço <strong>da</strong>s técnicas na preparação <strong>de</strong> alimentos. Com a <strong>de</strong>coção,<br />
a administração <strong>de</strong> ervas não cozinha<strong>da</strong>s era substituí<strong>da</strong> pelas ervas cozinha<strong>da</strong>s, tendose<br />
passado <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong> um ingrediente simples, para prescrições <strong>de</strong> compostos. Desta<br />
forma, o efeito terapêutico foi intensificado, os efeitos secundários <strong>da</strong>s ervas eram<br />
reduzidos, e os resultados finais muito melhorados. Po<strong>de</strong>mos, ain<strong>da</strong>, acrescentar que<br />
com o uso <strong>da</strong>s tāng yào a administração <strong>da</strong>s Běn Cǎo tornou-se mais simples.<br />
Génese na protecção <strong>da</strong> saú<strong>de</strong><br />
A palavra 卫生 weìshēng – higiene, aparece pela primeira vez no zhuāng<br />
zǐ 151 ,elabora<strong>da</strong> provavelmente no séc. IV a.C. Composto <strong>de</strong> dois i<strong>de</strong>ogramas, 卫 weì 152<br />
– protecção e 生 shēng – viver, o que significará em sentido lato a conservação <strong>da</strong> saú<strong>de</strong><br />
e <strong>da</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Segundo as inscrições encontra<strong>da</strong>s nos jiǎ gǔ wén (aprox. séc. XIII a.C.), já<br />
encontramos referências a termos <strong>de</strong>screvendo doenças, sintomas, e registos <strong>de</strong> se<br />
150<br />
Weikang, Fu – Abrege <strong>de</strong> la Me<strong>de</strong>cine et <strong>de</strong> la Pharmacologie chinoises. Editions en Langues<br />
étragères. Beijing. 1989, p.15<br />
151<br />
Obra também conheci<strong>da</strong> por nan hua zhen jing – Clássico do Mestre transcen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Nan-hua,<br />
parcialmente elabora<strong>da</strong> por zhuāng zǐ ou zhuāng zhou, filósofo taoista do séc. IV a.C. - Vi<strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ograma [1227] do Dictionaire Français <strong>de</strong> la Langue Chinoise. Institut Ricci – Kuangchi Press, 1999,<br />
p.228<br />
152<br />
Em vez <strong>de</strong> 卫 hoje usa-se weì - Vi<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ograma [5521] do Dictionaire Français <strong>de</strong> la Langue<br />
Chinoise. Institut Ricci – Kuangchi Press, 1999, p.1048<br />
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