20.05.2013 Views

História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...

História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...

História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Esta expedição marca a entra<strong>da</strong> do Império Chinês no horizonte político <strong>da</strong> Coroa<br />

portuguesa. No regimento entregue ao capitão, o monarca pedia-lhe que se informasse<br />

sobre os «chins». Interessava ao rei saber qual era a religião <strong>de</strong>sse povo, assim como o<br />

seu po<strong>de</strong>rio, o seu comércio e o tipo <strong>de</strong> relações que mantinham com os Muçulmanos.<br />

Quando os navios <strong>de</strong> Diogo Lopes chegaram a Malaca, já em 1509, <strong>de</strong>u-se pela<br />

primeira vez um encontro entre portugueses e chineses. O facto <strong>de</strong> este primeiro<br />

contacto ter <strong>de</strong>corrido num porto dominado por Muçulmanos contribuiu,<br />

provavelmente, para que se estabelecessem relações amigáveis entre os homens do<br />

Extremo Oci<strong>de</strong>nte e do Extremo Oriente. Foram mesmo os mercadores chinas que<br />

avisaram os recém-chegados <strong>de</strong> que o sultão Ihes estava a preparar uma cila<strong>da</strong>,<br />

permitindo, assim, a fuga dos homens <strong>de</strong> Diogo Lopes. País agrícola, praticamente<br />

auto-suficiente, o Celeste Império só se interessara pelo mar tardiamente”<br />

Os galeões portugueses abor<strong>da</strong>m pela primeira vez as costas do Guangdong, nos anos<br />

entre 1514-1516. Os espanhóis chegam aos mares <strong>da</strong> Ásia oriental, em 1543 e os<br />

holan<strong>de</strong>ses, cerca <strong>de</strong> 1600. Estes recém-chegados aos circuitos comerciais do extremo<br />

Oriente e à Ásia do Su<strong>de</strong>ste, apeli<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> Folangji 347 e Hongmaoyi 348 , po<strong>de</strong>rão<br />

ter começado a exercer alguma influência europeia nas zonas marítimas <strong>da</strong> China do Sul<br />

e Su<strong>de</strong>ste, mas ela só começará a ter repercursões importantes após a entra<strong>da</strong> dos<br />

missionários jesuítas na China, cujos <strong>da</strong>dos verão uma confirmação em finais do séc.<br />

XVI. 349<br />

[…] “As primeiras informações que circularam em texto impresso sobre a China foram<br />

publica<strong>da</strong>s em 1555, num volume <strong>de</strong> cartas dos Jesuítas com o título «Informação <strong>de</strong><br />

algumas cousas acerca dos costumes e leis do reino <strong>da</strong> China que um homem que lá<br />

esteve cativo seis anos contou em Malaca no colégio <strong>da</strong> Companhia»”. 350<br />

Em 1557 os primeiros missionários retornaram à Europa com diversos livros <strong>de</strong> MTC.<br />

“Em 1570 surgiu o primeiro livro sobre o Celeste Império, o «Tratado em Que Se<br />

Contam muito por Extenso as Cousas <strong>da</strong> China com Suas Particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e Assi do<br />

Reyno <strong>de</strong> Ormuz». Nos livros dos séculos XVI e XVII, a China foi apresenta<strong>da</strong> como um<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização social. A sua administração hierarquiza<strong>da</strong> e centraliza<strong>da</strong><br />

impressionou vivamente os seus primeiros visitantes. Deu mesmo azo à criação <strong>de</strong> uma<br />

utopia, como é o caso <strong>da</strong> <strong>de</strong>scrição inseri<strong>da</strong> na Peregrinação <strong>de</strong> Fernão Men<strong>de</strong>s<br />

Pinto”. 351<br />

Durante as Dinastias Ming e Qing, alguns livros científicos Oci<strong>de</strong>ntais foram<br />

introduzidos na China. A cultura europeia e o conhecimento científico iam sendo<br />

347<br />

Fólángjī (francos) – Durante a dinastia Ming, <strong>de</strong>signa também os portugueses e os espanhóis. -<br />

I<strong>de</strong>ograma [1599] do Dictionaire Français <strong>de</strong> la Langue Chinoise. Institut Ricci – Kuangchi Press, 1999,<br />

p. 304<br />

348<br />

Hongmaoyi («bárbaros <strong>de</strong> pelos vermelhos» – holan<strong>de</strong>ses) - Gernet, Jacques – Le mon<strong>de</strong> chinois.<br />

Armand Colin, Paris, 1999, p. 393<br />

349<br />

Gernet, Jacques – Le mon<strong>de</strong> chinois. Armand Colin, Paris, 1999, p. 393<br />

350<br />

Tomaz, Luis Filipe – CHINA. In Albuquerque, Luís <strong>de</strong> (Dir.) «Dicionário <strong>de</strong> <strong>História</strong> dos<br />

Descobrimentos Portugueses», Círculo <strong>de</strong> Leitores, Lisboa, 1994, pp. 243-249<br />

351<br />

Tomaz, Luis Filipe – CHINA. In Albuquerque, Luís <strong>de</strong> (Dir.) «Dicionário <strong>de</strong> <strong>História</strong> dos<br />

Descobrimentos Portugueses», Círculo <strong>de</strong> Leitores, Lisboa, 1994, pp. 243-249<br />

118

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!