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História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...

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na<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser feito. A história afirma que Biǎn Què abandonou o país, e pouco <strong>de</strong>pois o<br />

duque morreu.<br />

Recorrendo aos quatro métodos <strong>de</strong> diagnóstico e aos tratamentos diversos, Biǎn Què<br />

conseguiu tratar o príncipe do rei <strong>de</strong> Guó que se encontrava num estado <strong>de</strong> morte<br />

aparente. Eis a história: Um dia, à sua chega<strong>da</strong> com os seus discípulos aquele reino,<br />

Biǎn Què soube que o príncipe ficou subitamente em coma, havia já um bom meio dia<br />

e que todos os membros <strong>da</strong> corte o julgavam morto. Como Biǎn Què tinha as suas<br />

dúvi<strong>da</strong>s, dirigiu-se imediatamente à corte, acompanhado <strong>da</strong> sua comitiva. Um exame<br />

minucioso permitiu-lhe aperceber-se que as fossas nasais do doente ain<strong>da</strong> se moviam<br />

ligeiramente, o que significava que a respiração não tinha parado por completo.<br />

Tocando no corpo do doente, constatou que as pernas não se encontravam ain<strong>da</strong><br />

arrefeci<strong>da</strong>s. Por estas razões, concluiu que o príncipe não se encontrava realmente<br />

morto mas somente em estado <strong>de</strong> morte aparente. Ele e os seus auxiliares praticaram<br />

então acupunctura, introduzindo uma agulha no ponto 百会 Bǎihuì (20VG) 127 e outra<br />

no 人中 Rénzhōng (26VG) ao doente que acordou, pouco <strong>de</strong>pois; em segui<strong>da</strong>, mandou<br />

aplicar-lhe uma compressa quente e levou-o a tomar tisana. Assim, numa vintena <strong>de</strong><br />

dias, o príncipe restabeleceu-se totalmente.<br />

Esta novi<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma vez divulga<strong>da</strong>, satisfez todo o reino. Muitas pessoas elogiaram Biǎn<br />

Què , chegando a dizer que era capaz <strong>de</strong> ressuscitar os mortos. A estes cumprimentos,<br />

ele respondia mo<strong>de</strong>sta e seriamente que se ele tinha podido curar o príncipe, é porque<br />

ele estava ain<strong>da</strong> vivo, e não que ele possuísse a arte mágica <strong>de</strong> ressuscitar os mortos.<br />

A sua modéstia e o seu alto nível médico valeram-lhe o respeito do povo, mas em<br />

contraparti<strong>da</strong>, ele foi objecto do ciúme do médico real do reino <strong>de</strong> Qín, que acabou<br />

por assassiná-lo.<br />

Os séculos VI e V a.C. Oci<strong>de</strong>ntais<br />

Enquanto estes acontecimentos tinham lugar, na China, on<strong>de</strong> se acreditava que “o<br />

mundo era constituído <strong>de</strong> yin-yang e dos cinco movimentos […] os filósofos Gregos<br />

construiram um mundo <strong>de</strong> terra, ar, água, e fogo.” 128 A Europa via <strong>de</strong>senrolar-se uma<br />

cultura diferente na Grécia, on<strong>de</strong> as escolas filosóficas tentavam compreen<strong>de</strong>r e<br />

conceber o Universo, e on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacam i<strong>de</strong>ias que viriam a ter gran<strong>de</strong> influência a<br />

nível <strong>da</strong> medicina. “Empédocles enten<strong>de</strong>u conciliar as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Parméni<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />

Eraclito com a sua teoria dos quatro elementos primordiais: - Água, Ar, Fogo e Terra.<br />

Esses quatro elementos seriam os princípios estáveis (Parméni<strong>de</strong>s) cujas combinações<br />

se fazem e <strong>de</strong>sfazem (Heraclito) variando sem cessar, sob a acção antagonista <strong>da</strong><br />

atracção e <strong>da</strong> repulsão. Os fenómenos biológicos eram explicados por Empédocles, <strong>de</strong><br />

acordo com esta doutrina, que reforça a teoria humoral” 129 . De facto, este filósofo,<br />

127 Suoying, Wang – Língua <strong>Chinesa</strong> - Seminário, in Choy, Dr. Pedro (Dir.) «Curso <strong>de</strong> Acupunctura e<br />

Fitoterapia <strong>Tradicional</strong> <strong>Chinesa</strong>», Lisboa, APA-DA, 2000, p.30<br />

128 Magner, Lois N. – A History of the Life Sciences, 2ª ed., Marcel Dekker, Inc., New York, 1996, p. 11<br />

129 Oliveira, L. N. Ferraz <strong>de</strong>; Dória, José Luís – <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Medicina</strong>, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova <strong>de</strong> Lisboa,<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas, Lisboa, 1996, p. 61<br />

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