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História da Medicina Tradicional Chinesa 中医历史 - Guias de ...

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Foi numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nome Zhōu, estabeleci<strong>da</strong> em 陕西 Shǎnxī, que foi posto termo à<br />

dinastia dos - Shāng-Yīn. Tal mutação parece ter acontecido cerca <strong>de</strong> 1050 ou 1025<br />

a.C. Esta ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, exterior ao domínio Shāng, encontrava-se em contacto e com relações<br />

com as populações bárbaras <strong>da</strong>s Regiões oci<strong>de</strong>ntais, on<strong>de</strong> foi tirado partido <strong>da</strong> utilização<br />

do cavalo. Os Zhōu, <strong>de</strong> costumes mais guerreiros que a Dinastia anterior, parecem ter<br />

feito um maior uso do carro <strong>de</strong> guerra e ter inventado um novo tipo <strong>de</strong> atrelagem com<br />

quatro cavalos na frente.<br />

Conduzidos por aquele que a história posterior será conhecido sobre o nome <strong>de</strong> rei<br />

Wén, a população <strong>de</strong> Zhōu, marchou sobre Hénán no momento em que o último<br />

soberano <strong>da</strong> Dinastia anterior se encontrava ocupado com uma guerra contra os bárbaros<br />

<strong>de</strong> Huai dão curso ao avanço vitorioso dos Zhōu, o rei Wén morre em combate e o rei<br />

Wǔ suce<strong>de</strong>-lhe. Os Yīn são <strong>de</strong>finitivamente vencidos na batalha <strong>de</strong> Mùyĕ.<br />

Tudo indica que este período do início do séc. X a.C. se caracterize por um início<br />

expansionista, com a respectiva colonização, tendo-se atingido a actual B ĕ ijíng –<br />

Pequim. A socie<strong>da</strong><strong>de</strong> nobre do séc XI ao séc VII a.C., encontra-se na continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

estrutura <strong>da</strong> dinastia Shāng, sendo a agricultura bafeja<strong>da</strong> pelo progresso dos sistemas <strong>de</strong><br />

irrigação. Uma vez mais a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra-se enraiza<strong>da</strong> nos domínios e nos cultos<br />

familiares hierarquicamente organiza<strong>da</strong>, tendo no topo o domínio real e o culto dos<br />

antepassados dos Zhōu. O rei <strong>de</strong>tém o título <strong>de</strong> tiānzǐ – “filho do Céu”, sendo<br />

suposto ter o fardo do shàngdì – “Senhor do alto”, ao qual é o único a ter o direito <strong>de</strong><br />

sacrificar. A sua capital é Zhōuzōng, centro cultural <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s Zhōu, local on<strong>de</strong> se encontra o templo dos reis <strong>de</strong>funtos. O po<strong>de</strong>r é <strong>de</strong>tido em<br />

ca<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> por famílias, cujo valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número <strong>de</strong> carros <strong>de</strong> guerra, privilégios<br />

religiosos, antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s suas tradições, e proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> na ligação à casa real, posse<br />

<strong>de</strong> emblemas e <strong>de</strong> tesouros, etc. A meio do séc. X a.C., o rei Mù, impôs a inscrição<br />

nos vasos <strong>de</strong> bronze que serviam ao culto ancestral o processo verbal <strong>da</strong>s cerimónias <strong>de</strong><br />

investidura ou <strong>de</strong> doação, a fim <strong>de</strong> perpetuar (e porque não controlar) a lembrança dos<br />

direitos adquiridos. Os seus po<strong>de</strong>res territoriais <strong>de</strong>tinham um fē ng – limite; a coesão<br />

interna é assegura<strong>da</strong> pela or<strong>de</strong>m dos cultos familiares, mas com ramos principais e<br />

ramos secundários, numa complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> bastante superior ao do tempo dos Shāng. Os<br />

cargos e privilégios conferidos pelo rei eram em princípio revogados, mas o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos principados e o reforço <strong>da</strong>s famílias gran<strong>de</strong>s dignatárias<br />

preten<strong>de</strong>ram torná-los cargos hereditários, criando um estado menos centralizado. Os<br />

acontecimentos precipitaram-se, na primeira meta<strong>de</strong> do séc. VII a.C., pelos ataques <strong>da</strong>s<br />

populações <strong>de</strong> 陕西 Shǎnxī e a redução do domínio real. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stes<br />

principados criou uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> nova, com novos usos e costumes, com a diminuição<br />

do po<strong>de</strong>r real, aumentando-se uma nobreza ávi<strong>da</strong> <strong>de</strong> prerrogativas e atenta às questões<br />

<strong>de</strong> protocolo, um i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> nobreza guerreira, uma moral <strong>de</strong> honra e prestígio. Tal estado<br />

sócio-político-religioso, iria diminuir consi<strong>de</strong>ravelmente o sistema <strong>de</strong> hierarquias<br />

culturais e <strong>de</strong> ritos que asseguravam a coesão <strong>da</strong> proeminência à linhagem real, com<br />

to<strong>da</strong> a panóplia <strong>de</strong> consequências associa<strong>da</strong>s. 115<br />

115 Gernet, Jacques – Le mon<strong>de</strong> chinois. Armand Colin, Paris, 1999, pp. 53-60<br />

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