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Miolo Bioma _CS3.indd - Instituto Paulo Freire

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Parte 4 – Caderno de Atividades<br />

A CARTA DA TERRA E O EDUCAR PARA A IDENTIDADE TERRENA: PRINCÍPIOS E RUMOS<br />

Sementes de Esperança em Experiências Educacionais do Ensino Fundamental<br />

no Pontal do Paranapanema<br />

José J. Queiroz<br />

A Carta da Terra, em seus 16 princípios, constitui um extraordinário avanço em termos de<br />

declaração dos direitos humanos ao incluir, no seu texto “os direitos da Terra”, estabelecendo a<br />

vinculação inseparável do humano ao biológico e à Terra como ser vivo a ser respeitado, protegido,<br />

preservado e amado. A Carta pretende também ser um guia para ações efi cazes no intuito de<br />

garantir que esse direito ampliado seja posto em prática. No dizer de Leonardo Boff, a Carta<br />

“é uma proposta de ética mundial, seguramente a mais articulada, universal e elegante que se<br />

produziu até agora.” Mas o seu objetivo vai além, pois enuncia princípios que ela pretende sejam<br />

assumidos e realizados “nas instâncias de poder locais, nacionais e internacionais, nos sistemas<br />

educacionais e na aprendizagem que se faz ao longo da vida, integrando conhecimentos, valores<br />

e habilidades para um modo de vida sustentável” (Carta da Terra, Princípio 14).<br />

Em um texto elaborado sob os auspícios da Unesco e do seu projeto transdisciplinar “Educar<br />

para um futuro viável”, publicado sob o título Sete Saberes necessários para a Educação do Futuro,<br />

Edgar Morin (2000) elabora, no dizer de Jorge Werthein, representante da entidade no Brasil,<br />

“eixos e, ao mesmo tempo, caminhos que se abrem a todos os que pensam e fazem educação e<br />

estão preocupados com o futuro das crianças e dos adolescentes” (WETHEIN, 2000: 12).<br />

Em um dos eixos da obra, “Ensinar a identidade terrena”, Morin coloca a questão: “como os<br />

cidadãos do novo milênio poderiam refl etir sobre os seus próprios problemas e aqueles de seu<br />

tempo?”. Essa questão comporta, segundo Morin, a necessidade de se compreender não só “a<br />

condição humana no mundo” mas também “a condição do mundo humano” que, com o desenrolar<br />

da história moderna, tornou-se “condição da era planetária”, cujo início se deu a partir do século<br />

XVI e, na segunda metade do século XX, entra na fase de “mundialização” (MORIN, 2000: 65).<br />

Neste “turbilhão em movimento”, que é o nosso planeta, faz-se necessário um “pensamento<br />

policêntrico”, multi e transdisciplinar, capaz de captar o seu universalismo e a um tempo a<br />

unidade/diversidade da condição humana, que se nutre das culturas do mundo. A educação<br />

do futuro requer que se trabalhe nesta visão de complexidade para suscitar a identidade e a<br />

consciência terrenas na era planetária. (cf. Ibid. 64-65)<br />

Como quem usa um estereoscópio, pretendo, neste breve ensaio, rever os princípios da<br />

Carta da Terra e os indicativos do pensamento de Morin na obra citada e no Método 6, Ética<br />

(MORIN, 2005) para olhar as experiências educacionais do Pontal do Paranapanema no intuito<br />

de realçar os seus relevos e a sua profundidade.<br />

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