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Miolo Bioma _CS3.indd - Instituto Paulo Freire

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo<br />

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: INSTRUMENTO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA<br />

Maria Marcia Sigrist Malavasi<br />

Refl etir sobre a importância e o papel do Projeto Político Pedagógico – PPP nas instituições<br />

de ensino de todos os níveis (desde a educação infantil até o ensino superior) continua sendo<br />

uma tarefa ao mesmo tempo importante e difícil. Importante porque esse é um instrumento<br />

que possibilita transformações no interior dos espaços educativos que buscam a melhoria de<br />

seu papel no âmbito do ensino e da sociedade. Difícil porque, analisando inúmeros PPPs 3 ,<br />

encontramos visões bastante discrepantes acerca de sua defi nição e mesmo de sua função nas<br />

instituições de ensino.<br />

Especialmente no âmbito escolar, o PPP tem sido mais utilizado como um documento solitário,<br />

produzido para gavetas e arquivos, esporadicamente apresentado a alguém que represente<br />

ofi cialmente órgãos educacionais. A escrita desse “documento”, na maioria das vezes, é feita<br />

por um gestor da escola (coordenadora pedagógica, orientadora educacional, supervisora de<br />

ensino, diretora) e ele não é facilmente disponibilizado para a comunidade ou qualquer outra<br />

pessoa que o requisite. Esses princípios se contrapõem frontalmente ao objetivo e à função de<br />

um verdadeiro PPP.<br />

Mais do que um documento obrigatório e atualmente exigido em todos os espaços educacionais,<br />

o PPP é um documento de identidade da escola e deve apresentar a instituição escolar para<br />

toda a sociedade no que ela – escola - tem como função, objetivos, missão, concepções e<br />

decisões coletivas. Sua construção deve ser necessariamente coletiva para que possa garantir<br />

a participação de todos, inclusive representando a diversidade existente na realidade escolar.<br />

Deve ser um instrumento de melhoria da qualidade das instituições (escolas) entendida como<br />

um pressuposto a ser partilhado por todos, uma vez que:<br />

A qualidade não é um produto, não é um dado. A qualidade constrói-se. Fazer<br />

qualidade é um trabalho que se desendera com o tempo, que não se pode dizer<br />

nunca que esteja concluído, que cresce em si mesmo com um movimento em espiral<br />

(BONDIOLLI, 2004, p.16).<br />

Movimento esse que aponta soluções gestadas pela refl exão apresentada pelo PPP para os<br />

problemas enfrentados pela escola. Mas pode apontar também os problemas existentes que<br />

ainda não foram solucionados pela comunidade escolar. Elencá-los pode ser o “primeiro passo”<br />

para resolvê-los coletivamente. Nesse processo é esperado que o PPP sirva para provocar<br />

transformações no espaço escolar. Caso contrário, ele não terá signifi cado. Dessa forma, tomar<br />

a escola como lugar onde ocorre a construção coletiva de um importante instrumento como<br />

o PPP é um caminho de transformação. Mas se o PPP se confi gurar como um instrumento de<br />

imposição dos gestores da escola sobre os demais segmentos dela, certamente não produzirá

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