Miolo Bioma _CS3.indd - Instituto Paulo Freire
Miolo Bioma _CS3.indd - Instituto Paulo Freire
Miolo Bioma _CS3.indd - Instituto Paulo Freire
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Parte 4 – Caderno de Atividades<br />
sustentável. Oferecer a todos, especialmente crianças e jovens, oportunidades educativas que<br />
lhes permitam contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável”. O conhecimento<br />
das epidemias, preveni-las e enfrentá-las é tarefa imprescindível na luta pela preservação do<br />
planeta e da vida.<br />
Em “A árvore do bem e do mal” os educandos, ao desenharem as duas árvores, exercem<br />
a capacidade de simbolizar valores éticos, sócio-culturais e religiosos, alguns deles julgados<br />
bons, outros maus, devido a uma formação pré-adquirida na família ou nas relações sociais.<br />
O intuito é de criar, no ambiente escolar, um espaço de convívio para aprender, assegurar,<br />
solidifi car e até mesmo questionar o que os alunos aprenderam até então. A formação da<br />
capacidade crítica sobre valores visa a superar aquela atitude que Morin, ao falar da auto-ética,<br />
qualifi ca de “moralina”, isto é, o julgamento com base em critérios exteriores e superfi ciais da<br />
moralidade (MORIN, 2005: 98). Ocorre superar os estigmas de bem e de mal, que contribuem<br />
para forjar o adulto intolerante, preconceituoso e não solidário, despertando o educando para<br />
pensar o que e para quem algo é bom e ruim. Muitas vezes, o que se pensa bom para si é nocivo<br />
para outrem e vice-versa.<br />
Na atividade, vejo espelhar-se, de maneira nítida, o Princípio 16 da Carta: “promover uma<br />
cultura de tolerância, não violência e paz. Estimular e promover o entendimento mútuo, a<br />
solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações”<br />
“É brincando que se aprende” encerra uma das mediações mais relevantes, e infelizmente<br />
pouco utilizada na aprendizagem, que é o lúdico, um aspecto fundamental para a saúde física<br />
e psíquica. Pelo lúdico, é possível adquirir a unidade entre a consciência corporal e os aspectos<br />
emocionais e intelectuais, o que possibilita um contato saudável com o outro, o diferente,<br />
com as volições ocultas ou explícitas. Brincar é um meio de recuperar valores culturais, de<br />
suscitar a noção de vínculo; no lúdico, estimula-se o corpo inteiro, questionam-se e promovemse<br />
oportunidades de atitudes e comportamentos saudáveis. Além de trabalhar com materiais<br />
recicláveis para a confecção de brinquedos, a atividade encerra-se com a elaboração de um<br />
livro, “Nossas brincadeiras preferidas”. Vejo, no relacionamento lúdico, uma ocasião ímpar de<br />
aprender a viver na alegria, na solidariedade, na cooperação mútua e na paz, que é o grande<br />
desejo expresso no Princípio 16 da Carta.<br />
Em “A campanha do leite”, questiona-se a sociedade de consumo, da ostentação e do<br />
desperdício, insufl ada pela mídia, o que leva amiúde à desqualifi cação do pobre frente aos mais<br />
aquinhoados e à competição para galgar o patamar dos privilegiados. “A campanha do leite”<br />
vai muito além de uma doação à Casa de Apoio a Pessoas com Câncer. Quer despertar para a<br />
necessidade de banir o preconceito e a diferença brutal e desumana da distribuição de renda<br />
no Brasil e estimular a solidariedade e a promoção de cidadãos íntegros, que busquem caminhos<br />
de ajudar os mais necessitados, contestando e evitando o mero assistencialismo. “A campanha<br />
do leite” ecoa o Princípio 9 da Carta: “erradicar a pobreza como um imperativo ético, social<br />
e ambiental. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e<br />
permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações”.<br />
107