Miolo Bioma _CS3.indd - Instituto Paulo Freire
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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo<br />
A inserção da educação para a cidadania ambiental numa perspectiva crítica ocorre na medida<br />
em que o professor assume uma postura refl exiva. Entende-se a educação ambiental, sob a ótica<br />
de uma “educação para a cidadania ambiental”, como uma prática político-pedagógica. Assim<br />
sendo, representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas<br />
formas de participação em potenciais fatores de dinamização da sociedade e de ampliação da<br />
responsabilidade socioambiental. Trata-se de criar as condições para a ruptura com a cultura<br />
política dominante e para a construção de uma nova proposta de sociabilidade, baseada na<br />
educação para a participação. Esta se concretizará principalmente pela presença crescente<br />
de uma pluralidade de atores que, através da ativação do seu potencial de participação, terão<br />
cada vez mais condições de intervir consistentemente e sem tutela nos processos decisórios<br />
de interesse público, legitimando e consolidando propostas de gestão baseadas na garantia do<br />
acesso à informação e na consolidação de canais abertos para a participação (JACOBI, 2005).<br />
As experiências interdisciplinares são recentes e incipientes inclusive em nível de pós-<br />
graduação. Existem, segundo Tristão (2002:173-181), quatro desafi os da educação ambiental<br />
que, entrelaçados, estão associados ao papel do educador na contemporaneidade. O primeiro<br />
desafi o é o de “enfrentar a multiplicidade de visões”, e isto implica na preparação do educador<br />
para fazer as conexões (CAPRA, 2003:94-99) e articular os processos cognitivos com os contextos<br />
da vida. Assim, entender a complexidade ambiental, não como “moda” ou “reifi cação” ou<br />
“utilização indiscriminada”, mas como construção de sentidos fundamental para identifi car<br />
interpretações e generalizações feitas em nome do meio ambiente e da ecologia. O segundo<br />
desafi o é o de “superar a visão do especialista”, e para tanto o caminho é ruptura com as práticas<br />
disciplinares. O terceiro desafi o é “superar a pedagogia das certezas”, e isto converge com as<br />
premissas que norteiam a formação do “professor refl exivo”, o que implica em compreender a<br />
modernidade e os “riscos produzidos” e seu potencial de reprodução e desenvolver, no espaço<br />
pedagógico uma sensibilização em torno da complexidade da sociedade contemporânea e das<br />
suas múltiplas causalidades. O quarto desafi o, de superar a lógica da exclusão, soma ao desafi o<br />
da sustentabilidade a necessidade da superação das desigualdades sociais.<br />
O momento atual é o de consolidar práticas pedagógicas que estimulem a interdisciplinaridade<br />
na sua diversidade.<br />
O desafi o da interdisciplinariedade é enfrentado como um processo de conhecimento que<br />
busca estabelecer cortes transversais na compreensão e explicação do contexto de ensino<br />
e pesquisa, buscando a interação entre as disciplinas e superando a compartimentalização<br />
científi ca provocada pela excessiva especialização.<br />
Enquanto combinação de várias áreas de conhecimento, a interdisciplinariedade pressupõe<br />
o desenvolvimento de metodologias interativas, confi gurando a abrangência de enfoque,<br />
contemplando uma nova articulação das conexões entre as ciências naturais, sociais e exatas.<br />
A preocupação em consolidar uma dinâmica de ensino e pesquisa a partir de uma perspectiva<br />
interdisciplinar enfatiza a importância dos processos sociais que determinam as formas de