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Miolo Bioma _CS3.indd - Instituto Paulo Freire

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Parte 2 – Histórias de aprender: as ofi cinas de formação de professores<br />

AS RELAÇÕES ENTRE A EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE, TRANSDISCIPLINA-<br />

RIDADE E ORGANIZAÇÃO EM REDES SOCIAIS OU UMA OUTRA ESCOLA É POSSÍVEL<br />

Valéria Viana Labrea<br />

A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer<br />

o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que<br />

experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e<br />

da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.<br />

Leonardo Boff<br />

A educação para a sustentabilidade contempla não somente aspectos relativos ao meio<br />

ambiente, como também aqueles produzidos pelo nosso modelo civilizatório: pobreza, habitação,<br />

saúde, segurança alimentar, geração e distribuição de renda, matriz energética, passando pelos<br />

debates da sociedade, como democracia, questões de gênero, direitos humanos e paz, resultando<br />

em um imperativo moral e ético, no qual o conhecimento tradicional e as diferentes culturas<br />

devem ser respeitados. Essa postura supõe a crítica aos atuais modelos de produção e consumo e<br />

às relações sociais e suas construções simbólicas, imaginárias e materiais.<br />

Educar para a sustentabilidade implica em formar e preparar cidadãos para a refl exão<br />

crítica e para uma ação social emancipatória e transformadora da sociedade e do sistema, de<br />

forma a tornar viável o desenvolvimento integral dos seres humanos, reconstruindo desejos e<br />

necessidades, estimulando a vida comunitária, processos autogestionários e descentralizados<br />

implicando integração de esforços e coordenação de setores fundamentais, rápidas e radicais<br />

mudanças de conduta e estilo de vida, bem como nos padrões de produção e consumo, impondo<br />

uma nova dinâmica nessa relação, pautada por uma nova consciência ecológica.<br />

A partir da Carta da Terra e seus princípios, entende-se sustentabilidade considerando seus<br />

diferentes aspectos, um tema portador de um projeto social global e capaz de reeducar nosso olhar<br />

e todos os nossos sentidos, capaz de reacender a esperança num futuro possível, com dignidade,<br />

para todos (GADOTTI: 2003). Na perspectiva de educação, pensa-se hoje numa Pedagogia<br />

da Terra, uma pedagogia que inclui a necessária preocupação em inter-relacionar educação e<br />

sustentabilidade, a interdependência entre os seres, os valores para modifi carmos o sistema. A<br />

Carta da Ecopedagogia (1999) indica que a sustentabilidade deve ser transdisciplinar e a educação,<br />

o planejamento escolar, o projeto político-pedagógico devem ser reorganizados a partir desse novo<br />

paradigma e o trabalho da escola refl etir a preocupação com a formação de ecocidadãos.<br />

As escola precisa conhecer a realidade da comunidade onde está inserida, deve ser um<br />

espaço de diálogo, de abertura. O desenvolvimento de um processo educativo implica que se<br />

realize logo de início um reconhecimento, por parte do educador, da realidade em que vive<br />

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