Miolo Bioma _CS3.indd - Instituto Paulo Freire
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Parte 2 – Histórias de aprender: as ofi cinas de formação de professores<br />
E. Morin (2000) afi rma que a escola precisa se reorganizar e que essa reorganização não<br />
se refere simplesmente ao ato de ensinar, mas passa pelos defeitos que o sistema incorpora<br />
e passa a reproduzir. Um exemplo é o ensino de disciplinas separadas e sem comunicação<br />
entre si, o que acaba por produzir uma fragmentação e uma dispersão que nos impede de ver<br />
globalmente coisas que são importantes no mundo. Existem problemas centrais e fundamentais<br />
que permanecem completamente ignorados ou esquecidos e que são importantes para qualquer<br />
sociedade e qualquer cultura.<br />
Educar no caminho da cidadania planetária exige novas estratégias de fortalecimento<br />
da consciência crítica. Essa refl exão crítica deve gerar a práxis, isto é, ação-refl exão-ação;<br />
para preparar homens e mulheres para exigir direitos e cumprir deveres. <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>, em<br />
Pedagogia do Oprimido (1992), complementa: o conhecimento mais crítico da realidade, que<br />
adquirimos através do seu desvelamento, não opera por si só a mudança da realidade... Ao<br />
desvelá-la, contudo, dá-se um passo para superá-la, desde que se engajem na luta política pela<br />
transformação das condições concretas em que se dá a opressão.<br />
A escola, ao se reorganizar, tem na transdisciplinaridade uma abordagem que permite<br />
fazer a conexão entre os saberes das disciplinas e os saberes que cada sujeito carrega<br />
consigo, contextualizando e mostrando, nas palavras de Morin (1997), que temos em nós<br />
mesmo tudo aquilo que a escola quer separar e que o papel de cada indivíduo só se explica<br />
em relação ao outro.<br />
Rede<br />
Cada ser humano recebe a anunciação e,<br />
grávido de alma, leva a mão à garganta, em susto e angústia.<br />
Como se houvesse para cada um, em algum momento da vida,<br />
a anunciação de que há uma missão a cumprir.<br />
A missão não é leve:<br />
cada homem é responsável pelo mundo inteiro.<br />
Clarice Lispector<br />
A organização em rede é baseada em princípios democráticos, inclusivos, emancipadores e<br />
que buscam a sustentabilidade. Trabalhamos com um conceito de rede que seja fundamentado<br />
em práticas e princípios democráticos, emancipatórios do ponto de vista político, inclusivos do<br />
ponto de vista social, sustentáveis do ponto de vista ambiental, abertos e polissêmicos do ponto<br />
de vista cultural. Criando conexões abre-se à nossa frente um enorme horizonte de possibilidades.<br />
Podem ser parcerias, trocas, amizades, afetos, novos valores e formas de convivência, criação<br />
de conhecimentos, aprendizados, apoios, diálogos, participação, mobilização, força política,<br />
conquistas e muito mais. A rede se apresenta como um projeto deliberado de organização da<br />
ação humana.<br />
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