07.07.2013 Views

relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

102<br />

Francisco A. Lobo Pimentel<br />

espetadas <strong>no</strong> chão à <strong>de</strong>vida distância, <strong>de</strong> extremo a extremo, assentam<br />

quatro paus, formando um rectân gulo, <strong>sobre</strong> estes, uns bambus e <strong>de</strong>pois<br />

uma esteira (fi gura 5); dois ou três banc<strong>os</strong> <strong>de</strong> feiti<strong>os</strong> diferentes (éhidgi<br />

[ehitxe] e m’parato [mpirati] — mesma figura) 130 .<br />

Em utensíli<strong>os</strong>, usam <strong>os</strong> seguintes: panelas <strong>de</strong> vári<strong>os</strong> feiti<strong>os</strong>, mas<br />

todas <strong>de</strong>s tinadas ao seu fim e têm um <strong>no</strong>me, como indica a figura 7:<br />

on<strong>de</strong> também figura a bilha que em Chinga usam pouco por serem feitas<br />

em Ribàŭe, on<strong>de</strong> as vão comprar. A mŭhaza [muhasa] 131 , peque<strong>no</strong> prato<br />

on<strong>de</strong> comem o caril, matapa [mathàpa]. Há um outro on<strong>de</strong> comem também<br />

caril e a que chamam m’dgèdjô 132 , mas o primeiro é só para o caril <strong>de</strong><br />

arroz: gamela <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, tamanho <strong>de</strong> um prato a que chamam mesmo<br />

gamèla mŭicane 133 , gamela pequena. A faca por eles (ferreir<strong>os</strong>) feita,<br />

mŭalo, e uma faca <strong>de</strong> dois gumes, chôa [xòwa ou etxawà]. O inseparável<br />

pilão (gran<strong>de</strong> almofariz), èriàŭ [eryawe]. Gamela gran<strong>de</strong>, gamèla: cesto<br />

para limpar <strong>os</strong> cereais, étôcŭa. A pe dra para moer feijão, arroz, etc., fazerem<br />

a farinha mais perfeita: m’chilô [nxi lo], cuja operação é feita com o<br />

atrito entre esta e uma pequena que arrasta <strong>sobre</strong> aquela, nàhane [nahana].<br />

E finalmente as esteiras, que po<strong>de</strong>m ser feitas com o caniço d<strong>os</strong> ri<strong>os</strong>,<br />

êtérê [etxère ou etthère] e a que dão o mesmo <strong>no</strong>me; outra feita com as<br />

folhas da palmeira brava, micŭta [mukhutta], e a que chamam mŭtato<br />

[ntthatto]. Comem o fruto <strong>de</strong>sta palmeira, que é um peque<strong>no</strong> coco, a<br />

que chamam macaràcŭa [makwarakwa] 134 , mas só lhe comem a casca.<br />

130 O autor não se refere à orientação da «palhota», sua organização interior. É importante pela<br />

ligação que tem com o mundo d<strong>os</strong> espírit<strong>os</strong> e antepassad<strong>os</strong> e <strong>os</strong> fenómen<strong>os</strong> ce lestes.<br />

131 Recipiente mais ou men<strong>os</strong> raso feito <strong>de</strong> barro.<br />

132 Palavra não i<strong>de</strong>ntificada. Talvez «mulhelho» ou «mulyelyo».<br />

133 Palavra não i<strong>de</strong>ntificada. Talvez «ekhani», que significa «pequema».<br />

134 Singular: «Nikarakwa».<br />

E-BOOK CEAUP 2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!