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relatório sobre os usos e costumes no posto administrativo de chinga

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Relatório <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> us<strong>os</strong> e c<strong>os</strong>tumes <strong>no</strong> P<strong>os</strong>to Administrativo <strong>de</strong> Chinga<br />

Palavra cuja existência é uma esperança vã, pela qual toda a humanida<strong>de</strong><br />

anseia nas ocasiões em que a ela tem que recorrer como último<br />

apelo, mas que a maior parte das vezes passa com velocida<strong>de</strong> vertigin<strong>os</strong>a<br />

para voltar, sim, mas já transformada, numa sua parente bem afastada e a<br />

que dão o <strong>no</strong>me <strong>de</strong> injustiça.<br />

Qual <strong>de</strong>las é verda<strong>de</strong>ira e preferida? É o que resta saber, porque uma<br />

ou outra está à mercê da significação que lhe queiram dar e assim qualquer<br />

<strong>de</strong>las causa surpresa <strong>no</strong> ânimo do atingido. Só um parente há que po<strong>de</strong><br />

produzir uma ou outra à mercê das conveniências e esse não o conheço,<br />

mas chamam -lhe «empenho» uns e «cunha» outr<strong>os</strong>; e ainda há quem lhe<br />

chame «primo», «cunhado», etc. No entanto, a que mais milagres e sensação<br />

produz é a injustiça. Em todo o globo terrestre habitado pelo homem<br />

civilizado, a justiça é representada por uma mulher (certamente <strong>de</strong>pravada<br />

e sem vergonha) sentada num escabelo, empunhando numa mão um sabre<br />

ou espada e, na outra, uma balança ordi nária, em que o fiel está perfeitamente<br />

perpendicular ao 0 do quadrante. Parece dizer que a justiça «corta<br />

a direito» e «não faz distinção» sendo igual para tod<strong>os</strong>. E a injustiça terá<br />

algum símbolo para ser representada? Não tem porque não <strong>de</strong>via existir.<br />

Mas infelizmente, sem símbolo, existe e é a sua existência que ocasio<strong>no</strong>u<br />

a variada significação atribuída à justiça; assim um inglês, sábio entre <strong>os</strong><br />

n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> antepassad<strong>os</strong>, dizia «que a justiça é uma teia <strong>de</strong> aranha, que só agarra<br />

<strong>os</strong> pe quen<strong>os</strong> e <strong>de</strong>ixa escapar <strong>os</strong> gran<strong>de</strong>s». Diz a «Sabedoria das Nações»<br />

que quando o Sol nasce «lucet omnibus» — luz para tod<strong>os</strong>, mas assim não<br />

é com a justiça, irmã inseparável da verda<strong>de</strong>, que, por sua vez é ligada por<br />

afinida<strong>de</strong> à razão, que às vezes tão cara fica ao homem para a adquirir.<br />

O que é certo é que mais fácil é fazer-se justiça do que a sua <strong>de</strong>rivada<br />

injustiça, embora a espécie humana compreenda uma e outra e assim é<br />

2008 E-BOOK CEAUP<br />

JUSTIÇA 34.<br />

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