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Educação infantil no Brasil; 2011 - unesdoc - Unesco

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ciência... Além das ciências, outras fontes alimentam-<strong>no</strong>s com ideias,<br />

sentimentos e experiências. Entre elas, a história, a religião, as manifestações<br />

culturais. Cada uma oferece contribuições valiosas, mas parciais, colhidas<br />

<strong>no</strong>s respectivos campos de ação. A articulação e o encaixe das muitas e diversas<br />

percepções e afirmações possibilitam construir uma visão holística da criança.<br />

Mesmo assim, as explicações não alcançam toda a dimensão dessa pessoa,<br />

que continua sendo uma interrogação.<br />

A mesma interrogação desafia também <strong>no</strong>ssa vida cotidiana, pessoal,<br />

familiar e profissional: que pensamos sobre as crianças em geral e sobre<br />

aquelas com quem <strong>no</strong>s relacionamos diretamente, em <strong>no</strong>ssa família, <strong>no</strong> estabelecimento<br />

de educação <strong>infantil</strong>, <strong>no</strong> consultório, num local público como<br />

a sala de espera, um parque <strong>infantil</strong>, o restaurante, a rua? Que conceitos (e<br />

preconceitos) entram <strong>no</strong>s julgamentos que fazemos sobre seu comportamento,<br />

sua forma de ser, de estar e de agir nas diferentes situações e ambientes<br />

em que estamos em contato com elas?<br />

Simultaneamente, a pergunta toca em <strong>no</strong>ssa identidade de adultos, pois a<br />

resposta que damos sobre a criança geralmente tem relação com <strong>no</strong>ssa experiência<br />

pessoal: a criança que fomos, a infância que vivemos. Ao dizer algo<br />

sobre a criança de hoje, é possível que estejamos trazendo à luz algo sobre<br />

a criança do passado que carregamos em <strong>no</strong>sso íntimo. O verso do poeta<br />

inglês William Wordsworth, explorado por Freud, de que “a criança é o pai<br />

do homem”, aplica-se ao contexto.<br />

Neste estudo, interrogamos a história e as políticas públicas. Que elas <strong>no</strong>s<br />

dizem sobre o entendimento que tinham as famílias, os profissionais e os<br />

gestores públicos e privados sobre a criança, ao longo do tempo? Que<br />

concepções de infância e que representações das crianças brasileiras em cada<br />

circunstância concreta de vida influenciaram a formulação das leis, as práticas<br />

sociais e os programas de atenção? Como o cuidar e o educar – os dois<br />

vetores de toda ação voltada às crianças pequenas – caminharam historicamente<br />

até chegar ao conceito de duas faces do mesmo ato de atenção integral<br />

e respeitoso da unidade e integridade dessa pessoa? Como o Estado e as<br />

organizações públicas, animadas por profissionais que nelas punham suas<br />

convicções pessoais, chegaram às concepções que estão presentes, hoje, em<br />

princípios e diretrizes fixados na legislação e estampados na política, nas<br />

propostas pedagógicas, <strong>no</strong>s currículos, <strong>no</strong>s cursos de formação de profissionais<br />

da educação <strong>infantil</strong>, <strong>no</strong>s currículos e na pedagogia da infância?<br />

Assim como toda pesquisa histórica é parcial, não definitiva, sujeita à<br />

revisão, na esfera da criança também podemos encontrar <strong>no</strong>vos documentos,<br />

registros e fatos que contrapõem, ajustam ou complementam conclusões<br />

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