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Educação infantil no Brasil; 2011 - unesdoc - Unesco

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É um país de marcada desigualdade econômica: 46,9% da renda nacional<br />

concentram-se nas mãos dos 10% mais ricos; os 10% mais pobres ficam com<br />

apenas 0,7% da renda. A desigualdade vem acompanhada da diferença <strong>no</strong><br />

acesso aos bens sociais, como saúde e educação <strong>infantil</strong>, média e superior.<br />

O ensi<strong>no</strong> fundamental, obrigatório, está praticamente universalizado –<br />

alcança 98% da população na faixa etária que lhe corresponde –, mas<br />

apresenta problemas de qualidade conforme as regiões, as cidades e a área<br />

centro-urbana, a da periferia urbana e a da zona rural. O ensi<strong>no</strong> público é<br />

gratuito desde a educação <strong>infantil</strong> até o ensi<strong>no</strong> superior (universidade).<br />

O número de crianças de 0 a 6 a<strong>no</strong>s é de 19.990.000 (10.958.000 até<br />

3 a<strong>no</strong>s e 9.032.000, de 4 a 6 a<strong>no</strong>s). A média de atendimento em educação<br />

<strong>infantil</strong>, <strong>no</strong> país, <strong>no</strong> mesmo a<strong>no</strong> de 2008, é de 44,5% das crianças até 6 a<strong>no</strong>s<br />

de idade, com grande disparidade entre a creche (17,1%) e a pré-escola<br />

(77,6%). A frequência à creche tem um viés socioeconômico: enquanto<br />

apenas 10,8% das crianças atendidas se situam na faixa de rendimento<br />

familiar mensal médio per capita de até meio salário-mínimo (sm) 4 , 18,7%<br />

estão na faixa de meio a um sm, 28,7% com mais de um até dois sm, 32%<br />

com mais de dois a três sm, e 43,6% são filhas de famílias cuja renda mensal<br />

média per capita é maior do que três sm. 5<br />

Um fator relacionado à demanda por creches e pré-escolas, <strong>no</strong> começo e<br />

ainda agora, é o trabalho femini<strong>no</strong>. Em dados de 2008, 44,7% das pessoas<br />

ocupadas (empregadas) são mulheres; 30% delas sustentam as despesas da<br />

casa e 50,6% vivem sem cônjuge e com filhos. É sintomático, como veremos<br />

adiante, que as mulheres trabalhadoras sejam atores importantes na luta por<br />

creches, tendo organizado movimentos, <strong>no</strong> final da década de 1970, que<br />

perduram até hoje.<br />

A educação <strong>infantil</strong>, reconhecida como direito de toda criança desde o<br />

nascimento em instituições próprias (sob o <strong>no</strong>me de creches, pré-escolas ou<br />

outro equivalente, como centros de educação <strong>infantil</strong>), vem-se tornando não<br />

só uma demanda cada vez mais expressiva, um objetivo explícito da política<br />

educacional e um dever dos organismos governamentais, mas também um<br />

claro empenho de organizações da sociedade civil. Sua efetivação como<br />

4. O salário-mínimo é o me<strong>no</strong>r salário mensal que uma empresa pode pagar a um funcionário com jornada de 40<br />

horas de trabalho semanais. Ele é estabelecido por lei e atualizado anualmente com base <strong>no</strong> custo de vida da<br />

população. No <strong>Brasil</strong>, o salário-mínimo, a partir de fevereiro de 2009, passou de R$ 415,00 para R$ 465,00.<br />

Considerando a cotação cambial em fevereiro de 2009, o salário-mínimo passou a ser de US$ 202,17, ou €<br />

155,00.<br />

5. Dados do IBGE, Censo 2000 e Pnad 2007 e 2008.<br />

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