Educação infantil no Brasil; 2011 - unesdoc - Unesco
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trabalho extradomiciliar. Surgiu o Movimento de Luta por Creche, que<br />
alcançou visibilidade social, causou impacto <strong>no</strong>s meios de comunicação e<br />
exerceu pressão sobre o gover<strong>no</strong>. Desde o início, as mulheres-mães queriam<br />
mais do que “um lugar para deixar os filhos” durante as horas de trabalho.<br />
Insistiam em atividades de cuidado e num programa educacional na creche.<br />
Este movimento expandiu-se por todo o país e hoje representa uma força<br />
significativa na expressão das demandas sociais pela educação <strong>infantil</strong>.<br />
A entrada do Ministério da <strong>Educação</strong> na educação <strong>infantil</strong> deu-se apenas<br />
em 1974, com a criação do Serviço de <strong>Educação</strong> Pré-escolar, na Secretaria<br />
de Ensi<strong>no</strong> Fundamental, depois elevado para Coordenação de <strong>Educação</strong><br />
Pré-escolar (Coepre) e, mais tarde, re<strong>no</strong>meada para Coordenação Geral<br />
de <strong>Educação</strong> Infantil (Coedi). Na <strong>no</strong>va organização administrativa do<br />
Ministério da <strong>Educação</strong>, a Coedi situa-se na Secretaria de <strong>Educação</strong> Básica.<br />
Na atuação da Coepre, dois fatos, entre 1976 e 1988, marcam a trajetória<br />
da construção dos conceitos de complementaridade do educar e cuidar: (a)<br />
as iniciativas de articulação dos órgãos do gover<strong>no</strong> federal que tinham<br />
objetivos voltados para as crianças me<strong>no</strong>res de 7 a<strong>no</strong>s e (b) a coordenação da<br />
Comissão Nacional Criança e Constituinte.<br />
O primeiro consistiu em reuniões, <strong>no</strong> MEC, de dirigentes da Coepre, do<br />
Inan, da LBA e da Coordenação de Saúde Mater<strong>no</strong>-Infantil do Ministério<br />
da Saúde, visando à construção de um entendimento comum sobre o<br />
desenvolvimento integral e integrado da criança e a articulação destes órgãos<br />
governamentais na formulação e na implementação de seus pla<strong>no</strong>s e projetos.<br />
Embora o esforço político e técnico não tenha resultado na elaboração de<br />
um pla<strong>no</strong> nacional integrado de atendimento à criança, nem na criação de<br />
um organismo central de coordenação das diferentes áreas ou órgãos setoriais,<br />
os respectivos pla<strong>no</strong>s passaram a explicitar a intrínseca relação entre os<br />
diferentes aspectos do desenvolvimento <strong>infantil</strong> e a necessidade de os programas<br />
setoriais se articularem, para garantir atendimento integral à criança e<br />
recomendar que os executores locais buscassem articulação operacional.<br />
Exemplo disso é o Programa Nacional de <strong>Educação</strong> Pré-escolar, aprovado<br />
pelo MEC em 1981, ao afirmar que, para a criança crescer e desenvolver-se<br />
harmonicamente,<br />
exige[-se] uma ação integrada dos setores educação, saúde, alimentação,<br />
assistência social, mas não [se] elimina a necessidade de conjugação de<br />
medidas de caráter econômico e social, visando ao maior equilíbrio na<br />
distribuição de renda, à participação social e à autopromoção das famílias<br />
(BRASIL, 1981a, p. 6).<br />
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