Educação infantil no Brasil; 2011 - unesdoc - Unesco
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(CNCC). Sua composição traduzia o propósito da articulação interinstitucional<br />
e intersetorial, não apenas da <strong>Educação</strong> com a Assistência e a Saúde,<br />
mas com os demais órgãos governamentais que tinham competências<br />
relativas à criança e com organizações da sociedade civil que representavam<br />
diferentes áreas de atuação social.<br />
A criação da Comissão foi uma iniciativa do ministro da <strong>Educação</strong>, que<br />
convidou os ministros das demais áreas. Assim, em 1986, ela foi constituída<br />
pelos representantes dos ministérios da <strong>Educação</strong>, da Saúde, da Previdência<br />
e Assistência Social, da Cultura, do Trabalho, do Planejamento e das<br />
seguintes organizações sociais: Sociedade <strong>Brasil</strong>eira de Pediatria (SBP),<br />
Organização Mundial para a <strong>Educação</strong> Pré-escolar/<strong>Brasil</strong> (Omep), Pastoral<br />
da Criança e Conferência Nacional dos Bispos do <strong>Brasil</strong> (CNBB), Ordem<br />
dos Advogados do <strong>Brasil</strong> (OAB), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj),<br />
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), Movimento Nacional<br />
Meni<strong>no</strong>s e Meninas de Rua (MNMMR) e Frente Nacional dos Direitos da<br />
Criança (FNDC). A coordenação foi atribuída ao coordenador da Coepre,<br />
que representava o MEC na Comissão.<br />
Também teve um papel relevante e destacado o Fórum Direitos da Criança<br />
e do Adolescente (DCA), que apresentou, como a CNCC, uma Emenda<br />
Popular. No final do processo, o DCA e a CNCC elaboraram, a pedido do<br />
relator geral do <strong>no</strong>vo texto constitucional, a síntese das propostas, que foram<br />
acolhidas <strong>no</strong>s artigos 227 e outros da Constituição Federal.<br />
A Comissão organizou o Movimento Nacional Criança e Constituinte,<br />
que se espalhou pelo país, promovido pelas comissões criadas em todos os<br />
estados. Foram realizadas manifestações públicas, reuniões, seminários,<br />
congressos, assembleias e debates <strong>no</strong>s mais diversos ambientes, para recolher<br />
sugestões. As crianças foram atores muito presentes nesse processo. Os meios<br />
de comunicação deram espaço jamais visto para a causa. A extensão e a<br />
profundidade do movimento geraram um clima de intensa participação,<br />
interesse e pressão política em favor da criança.<br />
O funcionamento das comissões (nacional e estaduais) durante dois a<strong>no</strong>s,<br />
numa diversidade de ações técnicas e políticas, demonstrou que o tema dos<br />
direitos da criança na sociedade brasileira é capaz de reunir, unir, mobilizar<br />
e produzir resultados que alteram o rumo da história do atendimento à<br />
criança. O que aconteceu <strong>no</strong> âmbito federal ocorreu, também, em todos os<br />
estados e <strong>no</strong> Distrito Federal. A criança foi assunto de debates na Assembleia<br />
Nacional Constituinte, <strong>no</strong>s ministérios envolvidos, na imprensa (TV, rádio,<br />
jornais e revistas), nas escolas e nas pré-escolas, em universidades, nas Assem-<br />
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