Educação infantil no Brasil; 2011 - unesdoc - Unesco
Educação infantil no Brasil; 2011 - unesdoc - Unesco
Educação infantil no Brasil; 2011 - unesdoc - Unesco
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
seja com instalações e materiais mais adequados, seja com pessoas habilitadas<br />
para atender as crianças, entre outras.<br />
Se, por um lado, há equívocos sobre as responsabilidades e as competências<br />
municipais e estaduais, por outro, a política de educação <strong>infantil</strong> tem<br />
assumido <strong>no</strong>vos contor<strong>no</strong>s, adquirindo uma identidade em relação a referências<br />
nacionais de qualidade de serviços, para a infraestrutura, para a proposta<br />
pedagógica, para o funcionamento, para a definição de um perfil profissional<br />
– antes, qualquer pessoa poderia atuar nessa área –, para o estabelecimento<br />
de fontes de recursos constitucionalmente subvinculadas.<br />
Quanto ao financiamento, destaca-se, também, a recente conquista de<br />
verbas subvinculadas para a educação <strong>infantil</strong>, com sua inclusão <strong>no</strong> Fundeb. 25<br />
Trata-se, do ponto de vista do papel do Estado na construção da política de<br />
atendimento à educação <strong>infantil</strong>, de um significado ímpar.<br />
Assim, tratar a creche como um equipamento educacional e projetá-la<br />
para ser fundamentalmente complementar – e não substitutiva – à ação da<br />
família <strong>no</strong>s aspectos físico, psicológico e social e na constituição de<br />
conhecimentos e valores indispensáveis ao processo de desenvolvimento e<br />
socialização das crianças de 0 aos 6 a<strong>no</strong>s é uma questão provocadora para a<br />
sua integração ao sistema de ensi<strong>no</strong>, diferentemente da pré-escola, que já fazia<br />
parte das preocupações dos educadores e da política educacional brasileira,<br />
embora de forma marginal e com a justificativa de etapa preparatória para o<br />
ensi<strong>no</strong> fundamental.<br />
O esforço de mobilização e conscientização dos sistemas municipais de<br />
educação para o cadastramento <strong>no</strong> Censo Escolar de todos os estabelecimentos<br />
educacionais, credenciados e em processo de credenciamento, e até mesmo<br />
dos não credenciados, tem permitido avanços na ruptura da concepção de<br />
creche como equipamento assistencial.<br />
São ainda escassos os estudos centrados na análise da educação <strong>infantil</strong>,<br />
<strong>no</strong> âmbito das municipalidades, das experiências que estão sendo desenvolvidas<br />
pelos poderes municipais, principalmente aqueles que reúnem a multiplicidade<br />
das estratégias que vêm sendo implantadas e seus impactos, decorrentes<br />
da transição do atendimento assistencial para o atendimento educacional,<br />
sob responsabilidade municipal. Não há, <strong>no</strong>s municípios, um órgão ao qual<br />
compete a coordenação integrada das ações de assistência, saúde, proteção<br />
e educação. O princípio é único: integrar os estabelecimentos aos sistemas de<br />
ensi<strong>no</strong> significa funcionar com características educacionais, sob a coordenação<br />
25. Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da <strong>Educação</strong> Básica e Valorização dos Profissionais da<br />
<strong>Educação</strong> – Lei 11.494/2007 (BRASIL, 2007a).<br />
51