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Educação infantil no Brasil; 2011 - unesdoc - Unesco

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Atender à demanda pela educação <strong>infantil</strong> é cumprir um dever do Estado,<br />

diante de um direito da criança e de uma opção dos pais. A proteção dos<br />

direitos sociais, perante as desigualdades brasileiras, tem exigido a presença<br />

do Estado e o controle da sociedade civil organizada na adoção de políticas<br />

públicas adequadas para o seu efetivo cumprimento.<br />

Esta lição tem como sustentáculo a concepção de que as crianças são<br />

seres sociais ativos, produtores de cultura e, ao mesmo tempo, por ela produzidos,<br />

sujeitos de direitos, cidadãos em processo, cujo desenvolvimento se dá<br />

de forma integral <strong>no</strong>s aspectos físicos, sociais, emocionais e cognitivos. Tal<br />

concepção traduz o esforço e o desafio de se repensarem as práticas educativas,<br />

em âmbito público e privado, mais condizentes com a integralidade da<br />

criança, portanto, com a identidade desse campo de atuação. O atendimento<br />

em instituições educacionais voltadas para a educação e o cuidado de<br />

crianças de 0 a 6 a<strong>no</strong>s, em esforço conjunto com suas famílias, tem especial<br />

relevância, pelo ineditismo de seus propósitos.<br />

Outra lição refere-se ao modelo federativo do Estado. Ressalta-se a importância<br />

do processo vivido nas últimas décadas na construção de consensos<br />

que permitiram viabilizar uma política nacional de educação <strong>infantil</strong>,<br />

entre as diferentes instâncias governamentais, que envolveu diversos setores<br />

da sociedade civil, entidades não governamentais, gover<strong>no</strong>s, conselhos municipais,<br />

estaduais e da União, legisladores. Enfim, múltiplos olhares, tempos<br />

e espaços, cujo resultado é o reconhecimento das creches e pré-escolas como<br />

estabelecimentos educacionais, integrantes dos sistemas de ensi<strong>no</strong>, portanto,<br />

regulamentados, geridos e supervisionados pelos órgãos da educação. Por<br />

isso, hoje, resguardadas as particularidades deste atendimento, portam-se<br />

como uma unidade educativa.<br />

Constituir-se como primeira etapa da educação básica implica participar<br />

do campo de disputa da política educacional: definir recursos financeiros,<br />

diretrizes, programas e ações. Nesse processo, foi possível, por exemplo,<br />

promover ações em tor<strong>no</strong> de ampla mobilização para a inclusão das creches<br />

e pré-escolas <strong>no</strong> Fundeb. Programas de expansão e melhoria da qualidade da<br />

educação têm sido outro alvo deste campo. Distribuição de material pedagógico,<br />

livros de literatura, transporte escolar, merenda, construção e reforma<br />

de equipamentos físicos, formação de professores, entre outros, são exemplos<br />

da inserção da educação <strong>infantil</strong> na política educacional.<br />

Destaca-se, ainda, que a opção brasileira trouxe, para os âmbitos político,<br />

administrativo e teórico, <strong>no</strong>vo olhar sobre as crianças pequenas e sobre as<br />

especificidades da educação voltada para elas. Talvez esta seja a maior implicação<br />

decorrente da integração da educação <strong>infantil</strong>.<br />

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