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Pesquisas FAU 2007/2008 - fauusp

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A publicação envolveu a atualização de todos os dados empíricos e de muitos aspectos<br />

conceituais, assim como a reestruturação do próprio texto. Paralelamente a esse trabalho,<br />

desenvolveu-se uma maior reflexão acerca do papel do Estado no processo de produção do<br />

espaço no Brasil, destacando as contradições existentes entre o planejamento urbano,<br />

originado no âmbito do Estado-providência dos países centrais, e as formas peculiares pelas<br />

quais se estrutura o Estado patrimonialista brasileiro no contexto da nossa formação<br />

subdesenvolvida. À luz das obras dos grandes intérpretes da formação nacional (Furtado,<br />

Fernandes, Oliveira, Schwarz), evidenciava-se o fato de que as cidades brasileiras, e a<br />

aparente incapacidade do Estado em enfrentar a tragédia urbana brasileira, são apenas o<br />

reflexo espacial das formas peculiares do nosso desenvolvimento desigual.<br />

Dessa discussão sobre o papel do Estado e dos instrumentos urbanísticos resultou uma<br />

série de publicações e palestras, dentre as quais se destacam dois capítulos de livro, um<br />

deles ainda em 2002, “Operação Urbana Consorciada: diversificação urbanística participativa<br />

ou aprofundamento da desigualdade?”, com Ermínia Maricato, in Letícia Marques Osório<br />

(Org.), “Estatuto da Cidade e Reforma Urbana: novas perspectivas para as Cidades<br />

Brasileiras”, Sergio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre/São Paulo; e outro, em <strong>2007</strong>, “A<br />

efetividade da implementação de Zonas Especiais de Interesse Social no quadro<br />

habitacional brasileiro: uma avaliação inicial”, com Daniela Motisuke, in Laura Machado de<br />

Mello Bueno e Renato Cymbalista (Orgs.). “Planos diretores municipais: novos conceitos de<br />

planejamento”, São Paulo: Annablume, <strong>2007</strong>.<br />

Na seqüência, a pesquisa atualmente foca a produção da tese de livre-docência, em<br />

desenvolvimento, no âmbito das minhas atividades de pesquisa na <strong>FAU</strong>USP.<br />

Trata-se, ainda, do estudo sobre as dinâmicas do mercado imobiliário brasileiro, tomando São<br />

Paulo para o estudo de caso, enfocando cada vez mais suas relações com as formas<br />

tradicionais de estruturação da sociedade brasileira subdesenvolvida. A hipótese continua<br />

sendo a de que o mercado imobiliário, além de conduzir grande parte da produção urbana<br />

das nossas cidades segundo seus próprios interesses – valendo-se de instrumentos<br />

ideológicos e do Estado patrimonialista – é, sobretudo, o reflexo, no âmbito espacial da<br />

organização e apropriação do território, das dinâmicas de dominação e exclusão típicas da<br />

nossa formação socioeconômica. Assim, inter-relacionam-se cada vez mais os conceitos de<br />

subdesenvolvimento, de dependência, de controle social do acesso a terra, da força de<br />

trabalho e do Estado, da exclusão por raça e níveis de renda, que se somam aos argumentos<br />

correntes – próprios da ideologia de mercado – que explicariam as dinâmicas de atuação do<br />

mercado imobiliário.<br />

Por isso, inclui-se nesta pesquisa a análise das dinâmicas de intolerância à pobreza e<br />

exacerbação da divisão social como elementos fundamentadores da exclusão urbana e da<br />

produção do que chamamos, dando título a esta etapa da pesquisa, de “Cidades da<br />

Intolerância”.<br />

PESQUISA RELATIVA AO REGIME DE TRABALHO NA USP – SEM APOIO EXTERNO<br />

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