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manual do formando

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capítulo 01<br />

física, percepção e cor na iluminação<br />

Percepção<br />

visual<br />

20<br />

Ver significa captar algumas características<br />

proeminentes <strong>do</strong>s objectos – o azul <strong>do</strong> céu, a curva<br />

de um pescoço de cisne, a rectangularidade de um<br />

livro, o brilho de um pedaço de vidro, a rectitude<br />

de um cigarro.<br />

Através <strong>do</strong> uso de algumas linhas, brilhos ou cores<br />

precisas, torna-se bastante fácil perceber o objecto<br />

representa<strong>do</strong>. Como o faz o caricaturista, ou o<br />

teatro de sombras.<br />

Ru<strong>do</strong>lf Arnheim<br />

Capta-se o objecto como padrão, como uma<br />

figura total. A análise <strong>do</strong> pormenor dentro <strong>do</strong><br />

padrão vai originar a construção de um novo<br />

padrão que por sua vez poderá conter um novo<br />

padrão, como se observássemos por uma lente,<br />

constantemente amplian<strong>do</strong> ou diminuin<strong>do</strong>, focan<strong>do</strong><br />

ou desfocan<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> olhamos uma pessoa<br />

à nossa frente, a imagem torna-se um padrão<br />

que facilmente entendemos (tronco, cabeça e<br />

membros), quan<strong>do</strong> se aproxima e olhamos apenas<br />

para a cara voltamos a criar outro padrão (olhos,<br />

nariz, cabelos, cor da pele) em que a informação é<br />

agrupada, se focarmos apenas um olho voltamos a<br />

criar um conjunto de informação centrada na ideia<br />

de olho (íris, pestanas, pele, cristalino).<br />

Quan<strong>do</strong> o estímulo é fraco, o poder organiza<strong>do</strong>r<br />

da percepção torna-se mais importante e decisivo.<br />

Em ambientes em que a luz é bastante fraca,<br />

não permitin<strong>do</strong> uma clara percepção das formas,<br />

cores e outras propriedades <strong>do</strong> objecto, o poder<br />

interpretativo da percepção torna-se mais livre,<br />

o que origina um maior poder de invocação de<br />

imagens.<br />

Ao vermos as torres de uma igreja ao longe,<br />

parece-nos que a sua forma toma contornos<br />

arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>s, apesar de serem rectos. Este<br />

fenómeno acontece pela impossibilidade da<br />

percepção clara <strong>do</strong>s pormenores <strong>do</strong> objecto<br />

tornan<strong>do</strong>-se uma massa que assume a forma<br />

mais simples à percepção, o círculo. No entanto<br />

a fraqueza <strong>do</strong> estímulo permite-nos a projecção<br />

de outras formas através de um processo mais<br />

consciente: se nos disserem que as torres têm<br />

uma forma ondulada podemos facilmente acreditar<br />

e quase vislumbrar que realmente assim é, apesar<br />

das torres se manterem rectas. A distância no<br />

tempo tem o mesmo efeito que a distância no<br />

espaço: quan<strong>do</strong> o estímulo real desaparece os<br />

traços mnemónicos remanescentes enfraquecem.<br />

Quan<strong>do</strong> falta à coisa observada essa unidade de<br />

padrão reconhecível, isto é, quan<strong>do</strong> apenas vemos<br />

um aglomera<strong>do</strong> de partes não relacionáveis, o to<strong>do</strong><br />

torna-se incompreensível.<br />

A imagem é determinada pela totalidade de<br />

experiências visuais que tivemos com aquele<br />

objecto, ou com aquele tipo de objectos durante<br />

toda a nossa vida. (memória visual)

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