manual do formando
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223 capítulo 05<br />
desenho de luz<br />
Selectividades<br />
Informação<br />
A selectividade a par com a visibilidade são as<br />
funções que geralmente mais são procuradas<br />
no trabalho da luz. Direccionar a atenção <strong>do</strong><br />
especta<strong>do</strong>r e assim constituir um percurso <strong>do</strong><br />
olhar que esteja em concordância com o trabalho<br />
<strong>do</strong> encena<strong>do</strong>r é de grande importância para o<br />
espectáculo. O nosso olhar vai naturalmente seguir<br />
os pontos <strong>do</strong> campo de visão mais ilumina<strong>do</strong>s,<br />
desta forma o ilumina<strong>do</strong>r poderá através <strong>do</strong> uso<br />
de pontuais ou zonas com diversas intensidades<br />
criar uma hierarquização da importância <strong>do</strong><br />
que está em palco, crian<strong>do</strong> leituras diversas <strong>do</strong><br />
mesmo objecto com a mudança de apenas o<br />
foco ou intensidade. Estas mudanças podem ser<br />
bastante marcadas ou tão suaves e subtis que o<br />
especta<strong>do</strong>r poderá nem se aperceber. Para um<br />
melhor controlo desta função convêm termos o<br />
máximo de projectores independentes de forma<br />
a podermos controlar mais facilmente os pontos<br />
a realçar. É importante planearmos de uma forma<br />
cuidada as zonas que vão ser mais usadas no<br />
espectáculo de forma a termos a possibilidade<br />
de as individualizar ou as destacar <strong>do</strong> resto <strong>do</strong><br />
palco. É necessário ter alguma atenção no uso<br />
desta função de forma a não tornar a iluminação<br />
numa espécie de projector de seguir, quer isto<br />
dizer, que apesar da selectividade ter extrema<br />
importância para clarificar e hierarquizar as acções<br />
no palco, o seu uso excessivo poderá originar a<br />
criação de demasiadas deixas de luz de forma a<br />
acompanhar o actor ou actores no seu percurso<br />
pelo palco, tornan<strong>do</strong>-se extremamente cansativo<br />
e desinteressante para o especta<strong>do</strong>r este<br />
acompanhamento marca<strong>do</strong> da luz. A selectividade<br />
de uma forma geral é uma função que deve ser<br />
usada de forma subtil e planeada ten<strong>do</strong> como<br />
objectivo em ultima análise o entendimento da<br />
própria cena que esta a ser representada.<br />
A luz pode ter, dependen<strong>do</strong> muito <strong>do</strong> tipo<br />
de produção, uma função informativa para o<br />
especta<strong>do</strong>r. É de dia ou de noite? É um exterior ou<br />
interior? Se há uma tempestade de que forma a luz<br />
poderá ajudar a passar essa informação? Globos<br />
com raios e strobs ? Luz que entra pela janela<br />
e imita um piscar de lâmpadas de néon poderá<br />
por exemplo ajudar a situar a cena num ambiente<br />
urbano. O uso desta função da luz deverá ser<br />
sempre conjuga<strong>do</strong> com a estética pretendida pelo<br />
encena<strong>do</strong>r para o espectáculo. No entanto mesmo<br />
em espectáculos em que não se pretende efeitos<br />
realistas por parte da luz o entendimento claro <strong>do</strong><br />
tempo e espaço em que acontecem as cenas é de<br />
grande importância para o ilumina<strong>do</strong>r, poden<strong>do</strong><br />
servir para a criação de ambientes mais abstractos<br />
mas que tem origem no contexto específico da<br />
cena.