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manual do formando

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capítulo 01<br />

física, percepção e cor na iluminação<br />

Percepção<br />

espacial<br />

22<br />

Os cones e bastonetes são apenas sensíveis aos<br />

comprimentos de onda situa<strong>do</strong>s entre os 400 e<br />

os 750 nanómetros, no entanto existem diversos<br />

comprimentos de onda que são capta<strong>do</strong>s por<br />

outros animais e pelo próprio homem se for<br />

ajuda<strong>do</strong> por certa aparelhagem. No caso das<br />

radiações infravermelhas, se pudéssemos ver,<br />

teríamos imagens sensíveis ao calor, sen<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os objectos possui<strong>do</strong>res de calor detectáveis<br />

através <strong>do</strong> brilho.<br />

É uma observação frequente: um lenço à meianoite<br />

parece branco como um lenço ao meio-dia,<br />

embora envie menos luz aos olhos que um pedaço<br />

de carvão sob o sol <strong>do</strong> meio-dia. A claridade<br />

que vemos depende, de um mo<strong>do</strong> complexo, da<br />

distribuição da luz na situação total, de fenómenos<br />

ópticos e fisiológicos nos olhos e sistema nervoso<br />

<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r, e da capacidade física de um<br />

objecto em absorver e reflectir a luz que recebe.<br />

Esta propriedade física é chamada luminância. É<br />

uma propriedade constante de qualquer superfície.<br />

Dependen<strong>do</strong> da força da iluminação, um objecto<br />

reflectirá mais ou menos luz, mas a sua luminância,<br />

isto é, percentagem de luz que ele reflecte,<br />

continuará a mesma.<br />

Em relação à distinção perceptiva que o homem<br />

consegue fazer da cor, ela pode atingir entre 100<br />

e 200 tons distintos, no entanto não conseguimos<br />

conceptualmente usar muito mais que 6. O que<br />

torna bastante difícil o uso de um alfabeto de<br />

cor como se utiliza por exemplo com as letras. O<br />

olho ao contrário <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong> (se for treina<strong>do</strong>) não<br />

consegue distinguir as diferentes frequências de<br />

espectro que estão numa cor composta, apenas<br />

com muita prática e experiência intui quais os tons<br />

que compõem determinada cor.<br />

Ver a realidade em três dimensões não nos<br />

apresenta nenhuma dificuldade, no entanto<br />

quan<strong>do</strong> aprofundamos um pouco o estu<strong>do</strong> sobre<br />

a percepção visual da profundidade, chegamos a<br />

um ponto em que a percepção tridimensional é um<br />

processo mental abstracto, pois toda a informação<br />

que obtemos <strong>do</strong> exterior é bidimensional. A<br />

tridimensionalidade tem origem na própria imagem<br />

que é interpretada pelo olho/mente.<br />

“O principio básico da percepção em profundidade<br />

provém da lei da simplicidade e indica que<br />

uma forma parecerá tridimensional quan<strong>do</strong><br />

pode ser vista como a projecção de uma forma<br />

tridimensional que é estruturalmente mais simples<br />

que uma bidimensional”<br />

Ru<strong>do</strong>lf Arnheim<br />

Um especta<strong>do</strong>r pode estar num momento a olhar<br />

para o interior de uma carruagem de comboios<br />

e depois para um campo de girassóis, para tal<br />

apenas é necessário que algo aconteça que<br />

nos provoque essa sensação. No caso da luz<br />

pode ser a alteração de um foco delimitan<strong>do</strong><br />

uma área pequena para uma parede de fun<strong>do</strong><br />

iluminada. O que nos permite aceitar e defender<br />

uma alteração de espaço tão radical? Em teatro<br />

o espaço depende muito de um processo mais<br />

ou menos consciente de interpretação de sinais.<br />

A convenção torna-se um factor determinante na<br />

apreensão <strong>do</strong> espaço e ambiente.<br />

Quan<strong>do</strong> aplicadas ao teatro as regras visuais da<br />

percepção têm extrema importância na criação<br />

da unidade que vai reger to<strong>do</strong> o espectáculo,<br />

seja num espectáculo com cenários em diversos<br />

planos, linhas e cores onde o to<strong>do</strong> tem de se tornar<br />

harmonioso com os actores e a própria convenção,<br />

seja num espectáculo ao ar livre em que apenas<br />

um quadra<strong>do</strong> branco é suposto representar um<br />

barco e em seguida uma nuvem.

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