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manual do formando

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237 capítulo 05<br />

desenho de luz<br />

Essa evolução é mais tarde explorada por<br />

Caravaggio (1571–1610) com a acentuação <strong>do</strong><br />

contraste entre as partes iluminadas e as deixadas<br />

na obscuridade (Claro-escuro) para intensificar<br />

a criação de ambientes e assim servir a uma<br />

interpretação <strong>do</strong> que é representa<strong>do</strong>.<br />

Com a valorização da luz na composição,<br />

proporcionou-se o desenvolvimento de fontes<br />

de luz muito focadas e de ângulos bastante<br />

diferentes <strong>do</strong>s até aí comuns, o uso de pica<strong>do</strong>s e<br />

contra pica<strong>do</strong>s com efeitos espectaculares veio<br />

aumentar o impacto das imagens acentuan<strong>do</strong><br />

muitas vezes características inerentes a própria<br />

cena representada. Passou-se da uniformidade da<br />

luz para a composição da imagem através <strong>do</strong> que<br />

era visto e <strong>do</strong> que permanecia escondi<strong>do</strong>, a luz<br />

deixou de vir <strong>do</strong> céu de forma homogénea (como<br />

uma luz divina) para ter uma origem mais terrena<br />

e quotidiana. To<strong>do</strong> o tipo de reflexos e brilhos<br />

acentuou-se como forma de guiar o olhar através<br />

<strong>do</strong> quadro. Os Quadros de Rembrandt (1606–1669)<br />

e De la Tour (1593-1652) são disso exemplo com<br />

as cenas a passarem-se em interiores com a luz<br />

a vir de janelas ou velas que depois é reflectida<br />

ou absorvida pelas paredes, objectos ou mesmo<br />

o próprio corpo humano. Estu<strong>do</strong>u-se os efeitos<br />

de reflexão das superfícies e <strong>do</strong>s materiais,<br />

introduzin<strong>do</strong> muitas vezes a própria fonte de luz<br />

no enquadramento (velas, lamparinas, fogos etc.)<br />

estan<strong>do</strong> muitas vezes tapada por um objecto que<br />

criava um efeito de reflexão ou sombra particular.<br />

O desenvolvimento e difusão <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da óptica<br />

aju<strong>do</strong>u à representação de reflexões no vidro e<br />

às diferenças de brilho e de contrastes luminosos<br />

como é disso exemplo o trabalho <strong>do</strong> pintor<br />

holandês Johannes Vermeer (1632 – 1675).<br />

Apesar da natureza nunca ter sofri<strong>do</strong> alterações,<br />

ela foi sen<strong>do</strong> vista de diversas formas ao longo<br />

<strong>do</strong>s tempos. Desde representações mais naif até<br />

a exploração de efeitos luminosos como o pôr-<strong>do</strong>sol<br />

ou a reflexão da luz na água, a natureza foi uma<br />

das principais fontes de inspiração de to<strong>do</strong>s os<br />

pintores. A exploração de efeitos ópticos e visuais<br />

por parte de William Turner (1775-1851), são de<br />

alguma forma exemplo das potencialidades da<br />

natureza como motivo para a criação de ambientes<br />

ten<strong>do</strong> como base a luz. As cenas passadas no alto<br />

mar, ou envoltas em grandes nevoeiros, permitiu<br />

uma exploração mais abstracta <strong>do</strong> espaço e<br />

da perspectiva ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> grandes<br />

nuances de cor e luminosidade, crian<strong>do</strong> texturas e<br />

composições que podem se tornar muito úteis em<br />

abordagens mais livres <strong>do</strong> ciclorama.

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