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manual do formando

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capítulo 05<br />

desenho de luz<br />

242<br />

Um outro artista que igualmente elegeu a luz como<br />

matéria de trabalho, e as fluorescentes como<br />

técnica é James Turrel, sen<strong>do</strong> quem mais explorou<br />

as propriedades e qualidades da luz, ao nível da<br />

percepção como principalmente o poder evocativo<br />

da luz a nível metafísico e simbólico. Nasceu<br />

em 1943 nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, forman<strong>do</strong>-se em<br />

psicologia e belas artes. As suas primeiras obras<br />

datam de 1967, constituí<strong>do</strong>s por luz artificial em<br />

interiores.<br />

Os seus trabalhos baseiam-se fortemente em<br />

rituais antigos de contemplação e celebração da<br />

luz, presentes em culturas tão diferentes como<br />

as civilizações antigas <strong>do</strong> sul da América, rituais<br />

<strong>do</strong>s índios Americanos, tradições orientais e em<br />

diversas cosmologias ligadas ao poder da luz.<br />

Existe uma forte componente de contemplação e<br />

religiosidade na sua abordagem da luz e cor.<br />

“Para Turrell, cada uma das suas instalações<br />

estimula a razão e o mistério. Perceber como o<br />

trabalho funciona não diminui a envolvência e a<br />

sensação que a obra provoca. Na verdade Turrell<br />

coloca o observa<strong>do</strong>r numa situação em que é<br />

obriga<strong>do</strong> a pensar sobre os seus sentimento.<br />

Ficamos conscientes que observar significa<br />

conhecer.“ Richard Bright<br />

“O poder da presença física, a tangibilidade <strong>do</strong><br />

espaço ilumina<strong>do</strong> e a sua constante mutação<br />

tendem a provocar um esta<strong>do</strong> de sonho que<br />

coexiste com um esta<strong>do</strong> de alerta” James Turrell<br />

A iluminação artificial e natural como temos visto<br />

tem ti<strong>do</strong> variadas aplicações na arte plástica,<br />

estan<strong>do</strong> o seu desenvolvimento intimamente<br />

liga<strong>do</strong> as inovações tecnológicas e científicas mas<br />

também a novas correntes de pensamento.<br />

Apesar de ter realiza<strong>do</strong> variadas instalações, que<br />

como Dan Flavin exploram limites perceptivos, os<br />

seus principais trabalhos englobam-se na área da<br />

arquitectura. O sol as estrelas e a lua são as suas<br />

principais fontes de luz, e a captação selectiva da<br />

luz natural o seu principal objectivo.<br />

As suas instalações usam fluorescentes dentro de<br />

um espaço, conjugan<strong>do</strong> a luz.<br />

artificial com luz natural que entra por uma janela<br />

ou porta. São portanto trabalhos extremamente<br />

sensíveis as alterações luminosas que ocorrem<br />

ao longo <strong>do</strong> dia. A posição <strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r é um<br />

factor determinante para a percepção das relações<br />

espaciais criadas.<br />

O completo controlo da chama permitiu variadas<br />

obras que procuravam correspondências<br />

sensoriais entre a cor e o som. Com o<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> gás e mais tarde da luz<br />

eléctrica essas experiências foram levadas para<br />

outras áreas, a componente visual desenvolveuse<br />

em paralelo com a exploração <strong>do</strong> movimento<br />

e ritmo. Essas pesquisas de aprofundaram-se<br />

com o aparecimento de novos instrumentos de<br />

iluminação, como as fluorescentes e demais<br />

lâmpadas de descarga, mas igualmente com<br />

diversa aparelhagem de controlo.<br />

As artes plásticas são uma “terra de ninguém“ em<br />

que quem a habita vem de áreas muito diferentes<br />

<strong>do</strong> saber. A filosofia, engenharia, física, pintura,<br />

arquitectura, e artes em geral encontram-se<br />

neste espaço para explorar novos limites não só<br />

<strong>do</strong> conhecimento tecnológico mas também <strong>do</strong><br />

humano.

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