Caderno Institucional do Governo da Sociedade e de ... - EDP
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PERSPECTIVAS PARA 2009<br />
Em termos perceptivos e ao nível <strong>da</strong> conjuntura económica<br />
mundial, o ano <strong>de</strong> 2009 <strong>de</strong>verá continuar a ser marca<strong>do</strong><br />
por eleva<strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> incerteza e volatili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
traduzin<strong>do</strong>‐se num forte abran<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
económica, sem que seja clara a extensão <strong>do</strong> seu impacto<br />
nos níveis <strong>de</strong> procura global ou inflação. Apesar <strong>do</strong>s<br />
programas <strong>de</strong> recuperação económica anuncia<strong>do</strong>s por<br />
diversos governos, os efeitos <strong>da</strong> actual crise esten<strong>de</strong>m-se<br />
a vários sectores <strong>da</strong> economia. Em Portugal, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />
com as estimativas <strong>do</strong> Banco <strong>de</strong> Portugal, o PIB <strong>de</strong>verá<br />
contrair 0,8% em 2009 e a inflação <strong>de</strong>verá situar-se em 1%.<br />
Ain<strong>da</strong> sem <strong>da</strong>ta <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>, <strong>de</strong>verão <strong>de</strong>correr no segun<strong>do</strong><br />
semestre <strong>de</strong> 2009 eleições legislativas e autárquicas em<br />
Portugal. Em Espanha, o PIB po<strong>de</strong>rá contrair 2% em 2009,<br />
enquanto a inflação po<strong>de</strong>rá situar-se em 0,6%, segun<strong>do</strong><br />
a previsão <strong>da</strong> Comissão Europeia. No Brasil, estima-se que<br />
o PIB cresça cerca <strong>de</strong> 3% e a inflação se situe nos 4,7%.<br />
As próximas eleições presi<strong>de</strong>nciais no Brasil terão lugar<br />
em 2010.<br />
Em 2009, prevê-se que o consumo <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> e gás<br />
apresente níveis inferiores aos verifica<strong>do</strong>s em 2008 nos<br />
principais merca<strong>do</strong>s em que o Grupo <strong>EDP</strong> actua, embora<br />
se espere que estas que<strong>da</strong>s venham a ter dimensões<br />
diferencia<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> merca<strong>do</strong>. Em Portugal, estima-se<br />
que o consumo <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> venha a registar uma<br />
ligeira que<strong>da</strong>, em cerca <strong>de</strong> 1%, em resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> reduzi<strong>do</strong><br />
peso <strong>da</strong> indústria pesa<strong>da</strong> no consumo eléctrico português,<br />
comparativamente ao que acontece noutras economias<br />
mundiais, e <strong>da</strong> inexistência <strong>de</strong> uma que<strong>da</strong> brusca <strong>da</strong><br />
activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> sector <strong>da</strong> construção em Portugal, o qual já<br />
vinha a apresentar níveis <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>crescentes ao<br />
longo <strong>do</strong>s últimos anos. Em Espanha, estima-se que o<br />
consumo <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> e gás em 2009 sofra reduções<br />
mais significativas, em resulta<strong>do</strong> não só <strong>do</strong> maior peso <strong>da</strong><br />
indústria pesa<strong>da</strong> no consumo <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> e gás - tais<br />
como a indústria automóvel e <strong>do</strong> aço, que enfrentam<br />
reduções muito significativas <strong>do</strong>s seus níveis <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
- mas também <strong>da</strong> redução brusca <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
construção, após vários anos consecutivos <strong>de</strong> expansão<br />
<strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>. No Brasil, o consumo <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>verá sofrer também uma redução em relação a 2008,<br />
penaliza<strong>do</strong> essencialmente por níveis menos eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
consumo <strong>do</strong> sector industrial, nomea<strong>da</strong>mente <strong>do</strong> sector<br />
exporta<strong>do</strong>r.<br />
O eleva<strong>do</strong> peso <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s regula<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Grupo <strong>EDP</strong>,<br />
com mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> remuneração estáveis basea<strong>do</strong>s<br />
essencialmente em taxas <strong>de</strong> retorno fixas sobre o capital<br />
investi<strong>do</strong>, e a pru<strong>de</strong>nte gestão <strong>de</strong> riscos em merca<strong>do</strong>s<br />
energéticos efectua<strong>da</strong> quer ao nível consoli<strong>da</strong><strong>do</strong> quer<br />
ao nível <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> Grupo <strong>EDP</strong>,<br />
serão, sem dúvi<strong>da</strong>, factores críticos que ganharão ain<strong>da</strong><br />
maior relevo neste enquadramento <strong>de</strong> instabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e incerteza, garantin<strong>do</strong> as condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para que<br />
o Grupo <strong>EDP</strong> continue a satisfazer aos seus clientes,<br />
a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> básica <strong>de</strong> acesso à energia.<br />
Ao nível <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong> risco em merca<strong>do</strong>s energéticos,<br />
a pru<strong>de</strong>nte política <strong>de</strong> “hedging”, a<strong>do</strong>pta<strong>da</strong> pelo Grupo<br />
<strong>EDP</strong> para as suas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção<br />
e comercialização <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> e gás em merca<strong>do</strong><br />
liberaliza<strong>do</strong> na Península Ibérica, assegura já uma<br />
redução muito significativa <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> risco<br />
<strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o ano 2009.<br />
Ao longo <strong>de</strong> 2009, a <strong>EDP</strong> focar-se-á sobretu<strong>do</strong> na <strong>de</strong>finição<br />
<strong>da</strong> sua estratégia <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> risco em merca<strong>do</strong>s<br />
energéticos para 2010.<br />
Os aumentos verifica<strong>do</strong>s, no início <strong>de</strong> 2009, nas tarifas<br />
regula<strong>da</strong>s <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> para clientes finais em Portugal<br />
e Espanha, não serão suficientes para fazer face aos<br />
déficits tarifários acumula<strong>do</strong>s pelas empresas eléctricas<br />
em anos anteriores, fruto <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
ou <strong>do</strong> crescimento mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>da</strong>s tarifas ao longo <strong>do</strong>s<br />
últimos anos, mesmo em perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acentua<strong>do</strong> aumento<br />
<strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> produção. Em Portugal, a situação <strong>de</strong> déficit<br />
tarifário surgiu <strong>de</strong> forma mais crítica apenas em 2008,<br />
em resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> conjugação <strong>de</strong> um ano extremamente<br />
seco com um perío<strong>do</strong> on<strong>de</strong> os custos <strong>do</strong>s combustíveis<br />
fósseis atingiram máximos históricos. Em Portugal, a ERSE<br />
anunciou que o <strong>de</strong>ficit tarifário <strong>de</strong> €1.27bn cria<strong>do</strong> em 2007<br />
e 2008, começará a ser pago pelos consumi<strong>do</strong>res<br />
portugueses apenas a partir <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2010, reparti<strong>do</strong><br />
ao longo <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 15 anos. Em Espanha,<br />
o governo e os opera<strong>do</strong>res <strong>do</strong> sector eléctrico, estão<br />
actualmente a estu<strong>da</strong>r uma solução para colocar um fim<br />
aos recorrentes défices tarifários, que se espera alcançar<br />
até 1 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009, <strong>da</strong>ta prevista para o fim <strong>da</strong> opção<br />
por tarifas eléctricas regula<strong>da</strong>s para os segmentos<br />
resi<strong>de</strong>ncial e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s consumi<strong>do</strong>res industriais (G4),<br />
<strong>da</strong>n<strong>do</strong> assim um impulso ao volume <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
comercializa<strong>da</strong> em merca<strong>do</strong> livre.<br />
Em termos <strong>de</strong> revisões regulatórias, antecipa-se um ano<br />
sem gran<strong>de</strong>s novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, já que a activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> em Portugal iniciou,<br />
em Janeiro <strong>de</strong> 2009, um perío<strong>do</strong> regulatório <strong>de</strong> três anos<br />
e no Brasil, as distribui<strong>do</strong>ras Escelsa e Ban<strong>de</strong>irante estão<br />
sujeitas a novas revisões apenas em 2010 e 2011,<br />
respectivamente.<br />
O plano <strong>de</strong> investimentos <strong>do</strong> Grupo <strong>EDP</strong> contempla<br />
um investimento médio anual <strong>de</strong> 3 mil milhões <strong>de</strong> euros<br />
para o perío<strong>do</strong> 2009-2012, em ritmo compatível com<br />
o compromisso <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> uma notação<br />
<strong>de</strong> “rating” na região ‘A’. Cerca <strong>de</strong> 80% <strong>do</strong> investimento<br />
planea<strong>do</strong> para 2009-2010 encontra-se comprometi<strong>do</strong>,<br />
quer através <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> construção já em curso, quer<br />
através <strong>de</strong> encomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>de</strong> turbinas eólicas<br />
já efectua<strong>da</strong>s aos fornece<strong>do</strong>res. Em Portugal, o Grupo<br />
<strong>EDP</strong> <strong>de</strong>verá arrancar com operações em <strong>do</strong>is novos<br />
grupos <strong>de</strong> CCGT - Lares 1 e 2 – com 862MW<br />
<strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> instala<strong>da</strong>, contribuin<strong>do</strong> assim para uma<br />
melhoria <strong>da</strong> margem <strong>de</strong> reserva <strong>do</strong> país.<br />
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