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Crianças com Deficiência - UNICEF Mozambique - Home page

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(continuação da p. 33)<br />

vozes das crianças <strong>com</strong> deficiência sejam ouvidas.<br />

Iniciativas <strong>com</strong>o conselhos escolares e parlamentos<br />

infantis, processos consultivos para trazer à tona a<br />

opinião das crianças, assim <strong>com</strong>o procedimentos<br />

judiciais normalmente não conseguem garantir a<br />

inclusão de crianças <strong>com</strong> deficiência ou reconhecer<br />

sua capacidade de participação.” 88<br />

Os recursos mais subutilizados em escolas e <strong>com</strong>unidades<br />

em todos os lugares do mundo são as próprias<br />

crianças. A iniciativa Child-to-Child Trust, no<br />

Reino Unido, vem trabalhando há muitos anos na<br />

promoção do envolvimento da criança na educação<br />

para a saúde e, em alguns países, essa abordagem<br />

vem sendo utilizada <strong>com</strong> bons resultados <strong>com</strong>o<br />

parte da educação inclusiva e de programas de<br />

reabilitação baseada na <strong>com</strong>unidade. 89 Por exemplo,<br />

em pesquisas participativas, crianças frequentemente<br />

destacam a importância de um ambiente<br />

limpo e de banheiros higiênicos, e para crianças<br />

<strong>com</strong> deficiência, questões de privacidade e acessibilidade<br />

são primordiais. 90 É evidente que crianças<br />

<strong>com</strong> deficiência podem e devem orientar e avaliar<br />

os esforços por maior acessibilidade e inclusão.<br />

Afinal, quem pode <strong>com</strong>preender melhor os meios e<br />

o impacto da exclusão<br />

Áreas de responsabilidade<br />

Como em outras áreas de atividade, a realização<br />

das aspirações por educação inclusiva será favorecida<br />

se os governos e seus parceiros forem explícitos<br />

sobre quem deve fazer o quê e <strong>com</strong>o, e a quem<br />

devem se reportar. Caso contrário, a promessa de<br />

inclusão corre o risco de não sair do papel.<br />

Um estudo de países envolvidos <strong>com</strong> o projeto<br />

conhecido à época <strong>com</strong>o Iniciativa Trilha Rápida<br />

(ITR), do programa Educação para Todos – hoje<br />

denominada Parceria Global pela Educação – constatou<br />

que “inúmeros países que endossaram a ITR,<br />

principalmente aqueles que se aproximam do ensino<br />

básico universal, realmente dispõem de planos<br />

nacionais para o setor educacional que abordam<br />

a inclusão de crianças <strong>com</strong> deficiência. [...] No<br />

entanto, em inúmeros países, políticas e dispositivos<br />

referentes a crianças <strong>com</strong> deficiência ainda<br />

são superficiais ou não foram implementados.” 91<br />

O relatório observa que cinco países que endossaram<br />

a ITR não fizeram nenhuma menção a crianças<br />

<strong>com</strong> deficiência.<br />

Algumas vezes, o problema está em mandatos<br />

divididos ou pouco claros: em Bangladesh, existem<br />

dúvidas sobre quais ministérios são responsáveis<br />

por crianças <strong>com</strong> deficiência em idade escolar. O<br />

mandato para implementação do programa Educação<br />

para Todos é do Ministério da Educação e<br />

do Ministério de Educação Primária e das Massas,<br />

mas a educação de crianças <strong>com</strong> deficiência é administrada<br />

pelo Ministério de Bem-estar Social, e é<br />

considerada caridade, não uma questão de direitos<br />

humanos. 92 Desde 2002, crianças <strong>com</strong> deficiência e<br />

crianças <strong>com</strong> necessidades educacionais especiais<br />

foram incluídas na educação primária, por meio do<br />

Programa de Desenvolvimento da Educação Primária,<br />

93 sob o Ministério da Educação. No entanto,<br />

a responsabilidade pelo provimento integral de<br />

educação para crianças <strong>com</strong> limitações visuais e a<br />

gestão de escolas primárias para crianças <strong>com</strong> limitações<br />

auditivas, visuais e intelectuais ainda cabem<br />

ao Ministério de Bem-estar Social. 94<br />

Os Ministérios da Educação devem ser estimulados<br />

a assumir a responsabilidade por todas as crianças<br />

em idade escolar. Nesse processo, a coordenação<br />

<strong>com</strong> parceiros e outros interessados pode desempenhar<br />

importante papel de apoio. Em Bangladesh,<br />

o Fórum Nacional de Organizações que trabalham<br />

<strong>com</strong> pessoas <strong>com</strong> deficiência promove a formação<br />

de redes envolvendo o governo e organizações<br />

não govenamentais, e tem sido fundamental para<br />

estimular maior inclusão educacional e a mudança<br />

gradativa da responsabilidade – do Ministério de<br />

Bem-estar Social para o Ministério da Educação.<br />

Como consequência, a Campanha pela Educação<br />

Popular – uma rede nacional – <strong>com</strong>prometeu-se<br />

a garantir que todas as crianças <strong>com</strong> deficiência<br />

tenham acesso a educação básica e de qualidade;<br />

e o Comitê para o Progresso Rural de Bangladesh<br />

– um <strong>com</strong>itê não governamental que se <strong>com</strong>prometeu<br />

<strong>com</strong> a realização da Educação para Todos e<br />

<strong>com</strong> a redução da pobreza – agora inclui em suas<br />

escolas alunos <strong>com</strong> deficiência.<br />

A exclusão nega a crianças <strong>com</strong> deficiência os<br />

benefícios duradouros da educação: melhor emprego,<br />

segurança social e econômica, e oportunidades<br />

para uma participação plena na sociedade. Por<br />

outro lado, o investimento na educação de crianças<br />

<strong>com</strong> deficiência pode contribuir para sua futura eficácia<br />

<strong>com</strong>o membros da força de trabalho. De fato,<br />

cada ano adicional de escolarização pode aumentar<br />

36<br />

situação mundial da infância 2013: Crianças <strong>com</strong> Deficiência

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