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Dar apoio às famílias<br />
A CDC afirma que crianças devem crescer em um<br />
ambiente familiar. Portanto, famílias de crianças e<br />
adolescentes <strong>com</strong> deficiência devem receber apoio<br />
adequado para oferecer o melhor ambiente e a<br />
melhor qualidade de vida possíveis para seus filhos.<br />
O apoio a famílias e cuidadores – por exemplo, creches<br />
subsidiadas ou subvenção para <strong>com</strong>pensar os<br />
custos mais altos e a redução de renda resultantes<br />
dos cuidados dispensados a crianças <strong>com</strong> deficiência<br />
– pode ser fundamental para reduzir a pressão<br />
de colocar crianças <strong>com</strong> deficiência em instituições<br />
<strong>com</strong>o primeira opção. Esse apoio pode também<br />
melhorar as perspectivas de crianças que retornam<br />
à <strong>com</strong>unidade após viver em uma instituição.<br />
Frequentemente, a deficiência na família está associada<br />
a custo de vida mais alto e a perda de oportunidades<br />
de renda, e o que pode aumentar o risco de<br />
passar a viver ou de permanecer na pobreza. Para<br />
crianças <strong>com</strong> deficiência que vivem na pobreza, é<br />
especialmente difícil obter serviços <strong>com</strong>o reabilitação<br />
e tecnologia assistiva. Deixar essas crianças e<br />
suas famílias à própria sorte seria deixar fora de seu<br />
alcance o cumprimento da promessa de inclusão.<br />
Políticas sociais devem levar em consideração<br />
os custos monetários e de tempo associados à<br />
deficiência. Esses custos podem ser <strong>com</strong>pensados<br />
<strong>com</strong> subvenções, subsídios para transporte<br />
ou financiamentos para assistentes pessoais ou<br />
assistência temporária para descanso do cuidador.<br />
Benefícios monetários são mais fáceis de administrar<br />
e mais flexíveis no atendimento de necessidades<br />
específicas de crianças <strong>com</strong> deficiência e suas<br />
famílias. Respeitam também os direitos de pais e<br />
filhos quanto a tomadas de decisão. Nos lugares<br />
nos quais já existem programas de transferência<br />
monetárias para famílias que vivem em situações<br />
difíceis, esses programas podem ser adaptados<br />
para que famílias de crianças <strong>com</strong> deficiência não<br />
sejam inadvertidamente deixadas de lado ou que<br />
recebam apoio insuficiente. Tais re<strong>com</strong>endações<br />
seriam urgentes em quaisquer circunstâncias, mas<br />
são especialmente urgentes nestes tempos difíceis:<br />
ajuda e orçamentos sociais estão sendo cortados,<br />
as taxas de desemprego permanecem altas, bens e<br />
serviços tornam-se cada vez mais caros. Em todos<br />
os lugares do mundo, famílias enfrentam um risco<br />
cada vez maior de pobreza.<br />
Ir além de padrões mínimos<br />
Os serviços de apoio e atendimento existentes<br />
devem ser avaliados continuamente, tendo em<br />
vista a melhor qualidade possível. O objetivo é ir<br />
além dos padrões mínimos. É preciso dar atenção<br />
ao serviço prestado a cada criança <strong>com</strong> deficiência,<br />
assim <strong>com</strong>o à transformação de sistemas ou sociedades<br />
<strong>com</strong>o um todo. O envolvimento contínuo de<br />
crianças <strong>com</strong> deficiência e suas famílias na avaliação<br />
dos serviços ajudará a garantir o provimento<br />
adequado e suficiente à medida que a criança<br />
cresce e que suas necessidades se modificam. Não<br />
há <strong>com</strong>o superestimar a importância dessa participação.<br />
Crianças e jovens <strong>com</strong> deficiência estão<br />
entre as fontes mais confiáveis para informar suas<br />
necessidades e verificar se essas necessidades<br />
estão sendo atendidas.<br />
Coordenar serviços em<br />
apoio à criança<br />
Devido aos efeitos da deficiência em todos os setores,<br />
os serviços devem ser coordenados levando<br />
em consideração toda a gama de desafios enfrentados<br />
por crianças <strong>com</strong> deficiência e suas famílias.<br />
Um programa coordenado de intervenção precoce<br />
que englobe os setores da saúde e do bem-estar<br />
ajudaria a promover a identificação precoce e a<br />
gestão das deficiências na infância. Em todos os<br />
setores, intervenções na primeira infância devem<br />
ser fortalecidas. Estudos mostraram que os ganhos<br />
em capacidade funcional podem ser maiores<br />
quando as intervenções ocorrem na fase inicial de<br />
desenvolvimento da criança. O efeito <strong>com</strong>posto<br />
das múltiplas barreiras enfrentadas por crianças<br />
<strong>com</strong> deficiência é menor quando tais barreiras são<br />
eliminadas mais cedo. À medida que as crianças<br />
se desenvolvem ao longo dos primeiros anos de<br />
vida, sua capacidade funcional pode ser melhorada<br />
por meio de reabilitação. O impacto causado pela<br />
melhor capacitação das crianças <strong>com</strong> deficiência<br />
será maior se os sistemas escolares estiverem<br />
dispostos e aptos a aceitá-las e a atender às suas<br />
necessidades educacionais. Além disso, a educação<br />
teria um significado maior se houvesse<br />
também programas de transição da escola para<br />
o trabalho e esforços realizados por todo o setor<br />
econômico para criar emprego para pessoas <strong>com</strong><br />
deficiência.<br />
(continua na p. 84)<br />
UMA AGENDA PARA AÇÃO 81