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Crianças com Deficiência - UNICEF Mozambique - Home page

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deficiência. Em tese, os programas<br />

de desarmamento, desmobilização<br />

e reintegração incluem<br />

todos os ex-<strong>com</strong>batentes infantis,<br />

mas frequentemente não existem<br />

recursos ou programas para<br />

crianças <strong>com</strong> deficiência. Assim<br />

sendo, essas crianças são marginalizadas<br />

e excluídas, abandonadas<br />

em condições de pobreza,<br />

vulnerabilidade, e muitas vezes<br />

forçadas a mendigar, <strong>com</strong>o ocorreu<br />

na Libéria e em Serra Leoa.<br />

O risco de violência – inclusive<br />

violência sexual – aumenta quando<br />

desaparecem a proteção familiar<br />

e as estruturas sociais, <strong>com</strong>o<br />

ocorre durante conflitos e desastres.<br />

Embora meninas <strong>com</strong> deficiência<br />

corram um risco maior<br />

nessas situações, também os<br />

meninos <strong>com</strong> deficiência correm<br />

riscos, e têm menor probabilidade<br />

de receber ajuda ao término<br />

dos conflitos.<br />

A recuperação e a reconstrução<br />

apresentam desafios peculiares<br />

para crianças <strong>com</strong> deficiência. Tal<br />

<strong>com</strong>o ocorre <strong>com</strong> todas as crianças<br />

afetadas por crises, crianças<br />

<strong>com</strong> deficiência precisam de<br />

uma variedade de serviços, que<br />

incluem serviços <strong>com</strong> objetivos<br />

específico, mas não se limitam a<br />

eles. As necessidades específicas<br />

da deficiência são extremamente<br />

importantes, mas são apenas<br />

uma parte do quadro geral. Por<br />

exemplo, durante as operações<br />

de recuperação após o tsunami<br />

no Oceano Índico, em 2004, uma<br />

menina <strong>com</strong> deficiência ganhou<br />

cinco cadeiras de rodas – mas<br />

ninguém lhe perguntou se precisava<br />

de alimentos ou de roupas.<br />

Resiliência e inclusão<br />

Crianças têm demonstrado<br />

repetidamente sua resiliência.<br />

É possível tomar medidas que<br />

apoiem sua participação e sua<br />

inclusão. Essas medidas devem<br />

ser específicas para grupos e<br />

contextos particulares: meninos<br />

e meninas vivenciam diferentemente<br />

os conflitos, assim <strong>com</strong>o<br />

crianças pequenas e adolescentes.<br />

Da mesma forma, situações<br />

de emergêngia afetam de modo<br />

diverso áreas rurais e urbanas.<br />

Como ponto de partida, crianças<br />

<strong>com</strong> deficiência devem ter<br />

a oportunidade de participar do<br />

planejamento e da implementação<br />

de estratégias de redução<br />

de riscos e de pacificação,<br />

bem <strong>com</strong>o dos processos de<br />

recuperação. A ignorância e o<br />

pressuposto equivocado de que<br />

essas crianças são incapazes de<br />

contribuir muitas vezes as impediram<br />

de participar, mas esse<br />

entendimento <strong>com</strong>eça a mudar.<br />

Em Bangladesh, por exemplo, a<br />

Plan Internacional passou a questionar<br />

essas concepções errôneas<br />

por meio de parcerias <strong>com</strong> organizações<br />

ligadas a deficiências e<br />

trabalhando diretamente <strong>com</strong> as<br />

<strong>com</strong>unidades em uma estratégia<br />

de redução de riscos de desastres<br />

centrada na criança.<br />

O atendimento orientado para<br />

crianças <strong>com</strong> deficiência também<br />

vem aumentando nas respostas<br />

a desastres. No Paquistão, o Handicap<br />

International (HI) e o Save<br />

the Children construíram espaços<br />

inclusivos “amigos da criança” e<br />

desenvolveram orientações em<br />

nível setorial para a inclusão de<br />

pessoas <strong>com</strong> deficiência, especialmente<br />

em projetos de proteção.<br />

No Haiti, o HI e a organização<br />

cristã de desenvolvimento CBM<br />

pressionaram o governo para<br />

que aumentasse a inclusão de<br />

pessoas <strong>com</strong> deficiência na distribuição<br />

de alimentos e em outros<br />

esforços. A Organização das<br />

Nações Unidas frequentemente<br />

utiliza situações de emergência<br />

<strong>com</strong>o uma chance de “reconstruir<br />

melhor”, uma abordagem<br />

que pode oferecer oportunidades<br />

para crianças <strong>com</strong> deficiência,<br />

uma vez que dá a todos os<br />

interessados a possibilidade de<br />

trabalhar em conjunto.<br />

A deficiência também está sendo<br />

focalizada em primeiro plano em<br />

orientações <strong>com</strong>o Humanitarian<br />

Charter and Minimum Standards<br />

in Humanitarian Response (Carta<br />

Humanitária e Padrões Mínimos<br />

em Respostas Humanitárias),<br />

do Sphere Project, formulado<br />

por um grupo de organizações<br />

internacionais para promover a<br />

qualidade e a responsabilização<br />

de respostas humanitárias. Vem<br />

aumentando a disponibilidade<br />

de orientações para situações de<br />

emergência referentes à inclusão<br />

de pessoas <strong>com</strong> deficiência –<br />

particularmente crianças. Essas<br />

conquistas precisam ser consolidadas<br />

e estendidas a áreas <strong>com</strong>o<br />

nutrição e proteção da criança.<br />

É necessária também uma abordagem<br />

unificada à coleta de<br />

dados. Deve ser enfatizada a<br />

colaboração <strong>com</strong> organizações<br />

nacionais e locais ligadas à deficiência<br />

e, sempre que necessário,<br />

deve ser ampliada a capacidade<br />

desses grupos para abordar<br />

questões específicas da infância.<br />

E a extensão <strong>com</strong> que crianças<br />

<strong>com</strong> deficiência são incluídas<br />

na resposta humanitária deve<br />

ser auditada para monitorar e<br />

melhorar os resultados.<br />

Serão essenciais padrões claros<br />

e listas de itens de inclusão que<br />

possam ser aplicados a todas<br />

as variedades de situações de<br />

emergência – no entanto, para<br />

que sejam colocados em prática,<br />

devem ser a<strong>com</strong>panhados por<br />

alocação de recursos.<br />

RESPOSTA HUMANITÁRIA 53

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