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Reviews do mes<br />
ACROSS THE ATLANTIC AEGRUS ALAZKA<br />
“Works Of Progress ” “Thy Numinous Darkness” “Phoenix”<br />
Sharptone Records Saturnal Records Arising Empire<br />
Descobrimos a pólvora.<br />
Poderá parecer (e é parvo!)<br />
mas temos que encontrar<br />
maneiras de enganar o<br />
nosso preconceito. Para<br />
cada nova banda que<br />
nos surge e que tresanda<br />
a metalcore, queremos<br />
evitar aquele pensamento<br />
"ok, lá vamos nós outra<br />
vez", porque é muito condicionante e por muito que<br />
queiramos ter uma visão de fã, queremos ter uma visão<br />
de fã aberta. Sabem, daqueles porreiros, contentes<br />
com a vida e a vida contentes com eles. E mediante<br />
isso tudo, ao ouvir os Across The Atlantic e o seu<br />
segundo álbum "Works Of Progress", finalmente nos<br />
apercebermos que a forma que o metalcore nos soa<br />
bem (isto é apesar de todos os seus lugares comuns)<br />
é quando é associado a sonoridades mais punk rock<br />
(ou punk pop) que é precisamente o que a banda<br />
faz aqui em quase todo o álbum. Não negamos que<br />
as melodias são as mesmas de sempres, que temos<br />
refrães com vozinhas bonitinhas e os breakdowns<br />
espalhados com fartura, mas o que é certo é que no<br />
final a coisa resulta e este é um álbum que se ouve<br />
bem. Nunca é tarde para ver a luz.<br />
Se dissermos<br />
que uma banda<br />
toca black metal,<br />
pouco fica deixado<br />
à imaginação. Se<br />
dissermos que essa<br />
banda é finlandesa,<br />
mais apertado<br />
fica o cerco. Os<br />
Aegrus não fogem aos lugares comuns<br />
neste seu trabalho com uma produção<br />
primitiva mas ainda assim com o toque<br />
certo de ambiente para que sintamos<br />
que nos sintamos cativados. A tradição<br />
finlandesa e a sua sombra andam muito<br />
por aqui mas não o suficiente para ocultar<br />
a sua própria identidade, já firmada com<br />
trabalhos anteriores, sendo que a melodia<br />
inesperadamente catchy é sem dúvida o<br />
seu traço mais reconhecível. Cru mas bom.<br />
[8/10] Fernando Ferreira [8/10] Fernando Ferreira<br />
Anteriormente<br />
conhecidos como<br />
Burning Down Alaska,<br />
os Alazka mudaram o<br />
alinhamento e o seu<br />
foco e este é o seu<br />
álbum de estreia. Para<br />
os fãs de metalcore<br />
mais melódico, estas<br />
até são boas notícias,<br />
já que a banda apresenta uma sonoridade<br />
interessante, acessível a quem gosta de coisas<br />
mais melódicas, não deixando de ter a sua voz<br />
gritada e alguns breakdowns. O seu grande<br />
trunfo reside, todavia, na capacidade da banda de<br />
apresentar interessantíssimos leads de guitarra<br />
que fazem com que os temas não se tornem<br />
tão banais quanto se esperaria. Outra grande<br />
vantagem surge na voz limpa e cheia de emoção<br />
de Kassim Aule, que fazem com que o som<br />
consiga superar todas os defeitos normalmente<br />
associados ao género. E para quem aprecia a<br />
vertente mais leve do metalcore, então este é<br />
definitivamente um dos álbuns do ano.<br />
[8/10] Fernando Ferreira<br />
ALPHA TIGER<br />
“Alpha Tiger”<br />
Steamhammer<br />
Podemos dizer que<br />
os Alpha Tiger tocam<br />
power metal. Afinal têm<br />
todos os elementos que<br />
fazem parte do género.<br />
No entanto, ouvindo<br />
o seu som com um<br />
pouco mais de cuidado<br />
facilmente notamos<br />
influências mais<br />
clássicas. E nem é pegar na escola neoclássica<br />
iniciada pelo Ritchie Blackmore e propagada até<br />
ao infinito por Yngwie Malmsteen. É um feeling<br />
de hard rock clássico que poderá confundir<br />
alguns - principalmente pelos ocasionais<br />
arranjos de orgão hammond (curiosamente não<br />
têm um teclista entre a formação) mas que sem<br />
dúvida conquistará todos aqueles que gostam<br />
de heavy metal clássico. Apesar de ser o quarto<br />
álbum da banda, este trabalho auto-intitulado<br />
poderá surgir como uma surpresa para muitos<br />
fãs do género. Uma excelente surpresa.<br />
[8/10] Fernando Ferreira<br />
ALTER BRIDGE<br />
“Live At O2 Arena + Rarieties”<br />
Napalm Records<br />
Os Alter Bridge<br />
sempre me<br />
passaram ao lado.<br />
Afinal a primeira<br />
introdução com a<br />
banda foi a frase<br />
"são os Creed<br />
sem o vocalista".<br />
Confessemos que não é o melhor<br />
argumento de marketing para um<br />
metalhead. O lado bom de estarmos<br />
neste meio é que muitas vezes somos<br />
confrontados com coisas que na<br />
nossa vida pessoal não iríamos pegar<br />
e foi desde o momento em que tive a<br />
oportunidade de analisar o último álbum<br />
de originais da banda que comecei a vêlos<br />
de uma forma diferente que apenas<br />
uma banda que tinha um vocalista<br />
que tinha um timbre arraçado de<br />
Eddie Vedder e que tocavam músicas<br />
catitas para passar na rádio. O seu<br />
espírito é alternativo, sem dúvida, mas<br />
apresentam-se bem mais pesados. Isto<br />
tudo para dizer que é graças a esse cair<br />
de preconceito que é mais fácil apreciar<br />
este álbum ao vivo. Longe daquilo que<br />
são os álbuns actualmente, bonitinhos,<br />
limpinhos. "Live At O2 Arena" apresenta<br />
a banda em excelente momento de<br />
forma, a passar um pouco por toda a<br />
sua carreira, com momentos acústicos,<br />
momentos bem pesados (como a "The<br />
Other Side" e "Isolation") e ainda um<br />
CD bónus cheio de raridades que a<br />
banda foi coleccionando ao longo da<br />
sua carreira. É um pacote que agradará<br />
definitivamente aos fãs mas também<br />
recomendamos aqueles que, tal como<br />
eu, tinha algum tipo de preconceito. De<br />
certeza que depois disto caem por terra.<br />
[8.5/10] Fernando Ferreira<br />
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