31.10.2017 Views

World_of_Metal__Outubro_2017

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Reviews do mes<br />

ACROSS THE ATLANTIC AEGRUS ALAZKA<br />

“Works Of Progress ” “Thy Numinous Darkness” “Phoenix”<br />

Sharptone Records Saturnal Records Arising Empire<br />

Descobrimos a pólvora.<br />

Poderá parecer (e é parvo!)<br />

mas temos que encontrar<br />

maneiras de enganar o<br />

nosso preconceito. Para<br />

cada nova banda que<br />

nos surge e que tresanda<br />

a metalcore, queremos<br />

evitar aquele pensamento<br />

"ok, lá vamos nós outra<br />

vez", porque é muito condicionante e por muito que<br />

queiramos ter uma visão de fã, queremos ter uma visão<br />

de fã aberta. Sabem, daqueles porreiros, contentes<br />

com a vida e a vida contentes com eles. E mediante<br />

isso tudo, ao ouvir os Across The Atlantic e o seu<br />

segundo álbum "Works Of Progress", finalmente nos<br />

apercebermos que a forma que o metalcore nos soa<br />

bem (isto é apesar de todos os seus lugares comuns)<br />

é quando é associado a sonoridades mais punk rock<br />

(ou punk pop) que é precisamente o que a banda<br />

faz aqui em quase todo o álbum. Não negamos que<br />

as melodias são as mesmas de sempres, que temos<br />

refrães com vozinhas bonitinhas e os breakdowns<br />

espalhados com fartura, mas o que é certo é que no<br />

final a coisa resulta e este é um álbum que se ouve<br />

bem. Nunca é tarde para ver a luz.<br />

Se dissermos<br />

que uma banda<br />

toca black metal,<br />

pouco fica deixado<br />

à imaginação. Se<br />

dissermos que essa<br />

banda é finlandesa,<br />

mais apertado<br />

fica o cerco. Os<br />

Aegrus não fogem aos lugares comuns<br />

neste seu trabalho com uma produção<br />

primitiva mas ainda assim com o toque<br />

certo de ambiente para que sintamos<br />

que nos sintamos cativados. A tradição<br />

finlandesa e a sua sombra andam muito<br />

por aqui mas não o suficiente para ocultar<br />

a sua própria identidade, já firmada com<br />

trabalhos anteriores, sendo que a melodia<br />

inesperadamente catchy é sem dúvida o<br />

seu traço mais reconhecível. Cru mas bom.<br />

[8/10] Fernando Ferreira [8/10] Fernando Ferreira<br />

Anteriormente<br />

conhecidos como<br />

Burning Down Alaska,<br />

os Alazka mudaram o<br />

alinhamento e o seu<br />

foco e este é o seu<br />

álbum de estreia. Para<br />

os fãs de metalcore<br />

mais melódico, estas<br />

até são boas notícias,<br />

já que a banda apresenta uma sonoridade<br />

interessante, acessível a quem gosta de coisas<br />

mais melódicas, não deixando de ter a sua voz<br />

gritada e alguns breakdowns. O seu grande<br />

trunfo reside, todavia, na capacidade da banda de<br />

apresentar interessantíssimos leads de guitarra<br />

que fazem com que os temas não se tornem<br />

tão banais quanto se esperaria. Outra grande<br />

vantagem surge na voz limpa e cheia de emoção<br />

de Kassim Aule, que fazem com que o som<br />

consiga superar todas os defeitos normalmente<br />

associados ao género. E para quem aprecia a<br />

vertente mais leve do metalcore, então este é<br />

definitivamente um dos álbuns do ano.<br />

[8/10] Fernando Ferreira<br />

ALPHA TIGER<br />

“Alpha Tiger”<br />

Steamhammer<br />

Podemos dizer que<br />

os Alpha Tiger tocam<br />

power metal. Afinal têm<br />

todos os elementos que<br />

fazem parte do género.<br />

No entanto, ouvindo<br />

o seu som com um<br />

pouco mais de cuidado<br />

facilmente notamos<br />

influências mais<br />

clássicas. E nem é pegar na escola neoclássica<br />

iniciada pelo Ritchie Blackmore e propagada até<br />

ao infinito por Yngwie Malmsteen. É um feeling<br />

de hard rock clássico que poderá confundir<br />

alguns - principalmente pelos ocasionais<br />

arranjos de orgão hammond (curiosamente não<br />

têm um teclista entre a formação) mas que sem<br />

dúvida conquistará todos aqueles que gostam<br />

de heavy metal clássico. Apesar de ser o quarto<br />

álbum da banda, este trabalho auto-intitulado<br />

poderá surgir como uma surpresa para muitos<br />

fãs do género. Uma excelente surpresa.<br />

[8/10] Fernando Ferreira<br />

ALTER BRIDGE<br />

“Live At O2 Arena + Rarieties”<br />

Napalm Records<br />

Os Alter Bridge<br />

sempre me<br />

passaram ao lado.<br />

Afinal a primeira<br />

introdução com a<br />

banda foi a frase<br />

"são os Creed<br />

sem o vocalista".<br />

Confessemos que não é o melhor<br />

argumento de marketing para um<br />

metalhead. O lado bom de estarmos<br />

neste meio é que muitas vezes somos<br />

confrontados com coisas que na<br />

nossa vida pessoal não iríamos pegar<br />

e foi desde o momento em que tive a<br />

oportunidade de analisar o último álbum<br />

de originais da banda que comecei a vêlos<br />

de uma forma diferente que apenas<br />

uma banda que tinha um vocalista<br />

que tinha um timbre arraçado de<br />

Eddie Vedder e que tocavam músicas<br />

catitas para passar na rádio. O seu<br />

espírito é alternativo, sem dúvida, mas<br />

apresentam-se bem mais pesados. Isto<br />

tudo para dizer que é graças a esse cair<br />

de preconceito que é mais fácil apreciar<br />

este álbum ao vivo. Longe daquilo que<br />

são os álbuns actualmente, bonitinhos,<br />

limpinhos. "Live At O2 Arena" apresenta<br />

a banda em excelente momento de<br />

forma, a passar um pouco por toda a<br />

sua carreira, com momentos acústicos,<br />

momentos bem pesados (como a "The<br />

Other Side" e "Isolation") e ainda um<br />

CD bónus cheio de raridades que a<br />

banda foi coleccionando ao longo da<br />

sua carreira. É um pacote que agradará<br />

definitivamente aos fãs mas também<br />

recomendamos aqueles que, tal como<br />

eu, tinha algum tipo de preconceito. De<br />

certeza que depois disto caem por terra.<br />

[8.5/10] Fernando Ferreira<br />

55

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