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World_of_Metal__Outubro_2017

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AMERICAN WRECKING COMPANY<br />

“Everything and Nothing”<br />

Pavement Entertainment<br />

Logo aos primeiros<br />

segundos de<br />

"Everything And<br />

Nothing", o tematítulo<br />

deste álbum dos<br />

American Wrecking<br />

Company, ficámos logo<br />

impressionados pela<br />

potência do mesmo.<br />

Estão a ver aquele<br />

crossover que é bem bruto, tão bruto que<br />

quase parece death metal? Foi essa a sensação<br />

que tivemos quando ouvimos Pro-Pain pela<br />

primeira vez e foi exactamente o que sentimos<br />

aqui. A diferença é que em relação a Pro-Pain<br />

ainda conseguem ser mais brutos, muito graças<br />

à prestação vocal de T.J. Cornelius. Também<br />

temos no entanto bons riffs e boas malhas,<br />

ficando no entanto a faltar um pouco mais de<br />

dinâmica. Ainda assim este é um álbum para<br />

lembrar à malta de hoje como se misturava<br />

hardcore com metal. À homem!<br />

AN ASSFULL OF LOVE<br />

“Monkey Madness”<br />

Edição de Autor<br />

Além do nome sugestivo<br />

e bem colorido, os An<br />

Assfull Of Love também<br />

nos trazem um som<br />

interessante que parece<br />

disparar em várias<br />

direcções acertando<br />

quase em todas. Temos<br />

um espírito rock aliada<br />

a músicas tipicamente<br />

rock (ou hard rock) e até tiques hardcore<br />

(nomeadamente os refrães gritados como<br />

palavras de ordem). Junta-se isto tudo com<br />

uns bons solos, melodias cativantes e está-se<br />

lançado. Não é preciso muito para fazer um<br />

grande disco, apenas boas músicas e talento,<br />

claro. Uma boa surpresa para quem gosta de<br />

coisas mais alternativas. E também mais velha<br />

guarda. Para quem gosta de boa música, pronto.<br />

ANTARKTIS<br />

“Ildlaante”<br />

Agonia Records<br />

Quando se fala<br />

em pós-rock, não<br />

esperamos nada de<br />

novo. Quando se fala<br />

em pós-metal, igual.<br />

No entanto, quando<br />

temos uma banda<br />

que mistura os dois<br />

mundos e ainda<br />

lhe junta aquele feeling doom cavernoso,<br />

então são razões mais que suficientes<br />

para estarmos interessados. E o facto dos<br />

Antarktis contarem com membros e exmembros<br />

de In Mourning e October Tide é um<br />

extra. Dos bons. O resultado é um dos álbuns<br />

de estreia mais entusiasmantes que ouvimos<br />

nos últimos tempos, pesado, com uso<br />

inteligente (e não exagerado) de atmosferas<br />

e ambiências. Em suma, fantástico, que nos<br />

obriga a dizer que esta é mais uma banda a<br />

que queremos estar atentos no futuro.<br />

[7.2/10] Fernando Ferreira<br />

[7.5/10] Fernando Ferreira [9/10] Fernando Ferreira<br />

ANUBI'S SERVANTS<br />

“Duat”<br />

Edição de Autor<br />

A capa mete medo ao<br />

susto - boa candidata<br />

para os nossos<br />

Artwork Insights - pelo<br />

que o som tem que<br />

fazer uma bela figura<br />

em compensação. E<br />

por acaso... até faz!<br />

Thrash metal cru,<br />

bruto e raçudo com umas pitadas de death<br />

metal, principalmente pela abordagem vocal.<br />

Reza a história da banda que inicialmente<br />

eram para ser uma banda de punk<br />

instrumental, mas depois flui para terem voz<br />

e chegarem ao thrash metal. Talvez não seja<br />

algo que se possa notar no som da banda,<br />

apesar de terem um som primitivo, mas<br />

de qualquer forma é uma boa amostra do<br />

potencial que a banda tem - relembrandonos<br />

o potencial que vimos em bandas como<br />

Painstruck. Veremos se chegam a algo mais<br />

concreto e sólido.<br />

[6.5/10] Filipe Ferreira<br />

ASTRAROT<br />

“We Can't Win”<br />

Straight from the Heart Records<br />

Os Astrorot são<br />

uma banda recente<br />

(começaram em 2015)<br />

que têm em "We Can't<br />

Win" o seu álbum<br />

de estreia. Podemos<br />

achar que é demadiado<br />

tempo para editar já<br />

um álbum no entanto,<br />

como bem sabemos,<br />

os tempos são outros e não há propriamente<br />

um livro de regras. Com um som moderno,<br />

apoiado na tradição metalcore, "We Can't Win"<br />

não surpreende mas também essa não deveria<br />

ser esse o objectivo. Temos vozes limpas, vozes<br />

gritadas, alguns breakdowns (não muitos,<br />

felizmente), e bons temas. Aliás, são os bons<br />

temas que fazem com que passemos por cima<br />

daquilo que já ouvimos muitas vezes noutros<br />

lados. Esta estreia não surpreende e até tem<br />

uma falta de dinâmica como um todo mas (e<br />

este é um grande "mas") consegue mostrarnos<br />

talento que poderá ver a desabrochar de<br />

maneira (mais) convincente no futuro.<br />

[6/10] Fernando Ferreira<br />

ATROX<br />

“Monocle”<br />

Dark Essence Records<br />

Já se devem ter<br />

esquecido dos Atrox.<br />

Afinal a banda esteve<br />

calada durante quase<br />

dez anos. Tempo<br />

suficiente para mudar<br />

algumas coisas no<br />

seu som, que por<br />

si só já era volátil.<br />

Experimentalismo foi<br />

aquilo pelo qual a banda se notabilizou. A sua<br />

mistura de sonoridade industrial com ambientes<br />

góticos e progressivos é também o que domina<br />

"Monocle". Não vamos mentir, este é um trabalho<br />

que não vai entrar à primeira. É desafiador, tão<br />

desafiador como a primeira vez que ouvimos<br />

os trabalhos mais ousados dos King Crimson.<br />

Também é inqualficável, mas não deixa de nos ir<br />

prendendo aos poucos. Se houve paciência para<br />

este processo, poderá compensar o esforço.<br />

[7/10] Fernando Ferreira<br />

56<br />

AYO RIVER<br />

“Failed State”<br />

Edição de Autor<br />

É bom no final<br />

do dia sair da<br />

metalurgia pesada<br />

e entrar no mundo<br />

do rock indie para<br />

apreciar o mundo de<br />

maneira diferente.<br />

Pessoalmente, é para<br />

esse efeito que muita<br />

da música que não ouvimos regularmente<br />

é usada. No entanto, justiça seja feita<br />

a este projecto Ayo River que tem aqui<br />

a sua estreia, não é apenas música para<br />

ouvir de fundo. Temos uma boa produção,<br />

sem grandes exageros digitais, orgânicas<br />

e muito low pr<strong>of</strong>ile. Depois - e é a parte<br />

que interessa, temos grandes músicas.<br />

Daquelas que apesar de não serem<br />

imediatamente coladas ao cérebro, são<br />

agradáveis de ouvir. Este é um projecto<br />

muitissimo interessante que para quem<br />

gosta de música indie gostará de certeza.<br />

[7/10] Fernando Ferreira<br />

AYREON<br />

“The Source”<br />

Music Theories Recordings<br />

O novo álbum do<br />

projecto da opera<br />

metal progressivo<br />

Ayreon é também<br />

uma prequela ao<br />

álbum “01011001”<br />

(Y em ASCII) de<br />

2008. Mais uma<br />

vez a escolha de vozes é excelente<br />

contando com James LaBrie (Dream<br />

Theater), Hansi Kürsch (Blind Guardian),<br />

Simone Simons (Epica), Floor Jansen<br />

(Nightwish), Tommy Karevik (Kamelot),<br />

Tobias Sammet (Edguy, Avantasia),<br />

Russell Allen (Symphony X) e Tommy<br />

Rogers (Between the Buried and Me)<br />

para referir só alguns. Em “The Source”<br />

é contada a história de como o planeta<br />

“Alpha”foi destruído por tecnologia e os<br />

sobreviventes seguiram numa nave até<br />

ao planeta Y (planeta de onde são as<br />

personagens de “01011001”), e como<br />

são obrigados a consumir “a fonte”<br />

uma solução química que lhes muda o<br />

físico para poderem sobreviver no novo<br />

planeta. Um dos pontos que menos<br />

gostei é a repetição de temas nos últimos<br />

álbuns de Ayreon, o tema da dependência<br />

tecnológica, autodestruição por causa<br />

da tecnologia já foi muito abordado por<br />

Arjen Lucassen e volta aqui a sê-lo, o<br />

que infelizmente dá uma sensação de<br />

deja-vu. Também em termos musicais<br />

Lucassen não se desvia muito da matriz<br />

ainda assim não ficamos reduzidos<br />

ao sentimento de “mais do mesmo”,<br />

estamos perante um álbum mais pesado<br />

e diria mesmo com uns toques de<br />

Power <strong>Metal</strong> (“Run! Apocalypse! Run!”)<br />

que mantem ainda assim os elementos<br />

mais folk. Depois de não ter apreciado<br />

o anterior “The Theory <strong>of</strong> Everything”,<br />

este é um regresso á forma.<br />

[8.5/10] Filipe Correia

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