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AMERICAN WRECKING COMPANY<br />
“Everything and Nothing”<br />
Pavement Entertainment<br />
Logo aos primeiros<br />
segundos de<br />
"Everything And<br />
Nothing", o tematítulo<br />
deste álbum dos<br />
American Wrecking<br />
Company, ficámos logo<br />
impressionados pela<br />
potência do mesmo.<br />
Estão a ver aquele<br />
crossover que é bem bruto, tão bruto que<br />
quase parece death metal? Foi essa a sensação<br />
que tivemos quando ouvimos Pro-Pain pela<br />
primeira vez e foi exactamente o que sentimos<br />
aqui. A diferença é que em relação a Pro-Pain<br />
ainda conseguem ser mais brutos, muito graças<br />
à prestação vocal de T.J. Cornelius. Também<br />
temos no entanto bons riffs e boas malhas,<br />
ficando no entanto a faltar um pouco mais de<br />
dinâmica. Ainda assim este é um álbum para<br />
lembrar à malta de hoje como se misturava<br />
hardcore com metal. À homem!<br />
AN ASSFULL OF LOVE<br />
“Monkey Madness”<br />
Edição de Autor<br />
Além do nome sugestivo<br />
e bem colorido, os An<br />
Assfull Of Love também<br />
nos trazem um som<br />
interessante que parece<br />
disparar em várias<br />
direcções acertando<br />
quase em todas. Temos<br />
um espírito rock aliada<br />
a músicas tipicamente<br />
rock (ou hard rock) e até tiques hardcore<br />
(nomeadamente os refrães gritados como<br />
palavras de ordem). Junta-se isto tudo com<br />
uns bons solos, melodias cativantes e está-se<br />
lançado. Não é preciso muito para fazer um<br />
grande disco, apenas boas músicas e talento,<br />
claro. Uma boa surpresa para quem gosta de<br />
coisas mais alternativas. E também mais velha<br />
guarda. Para quem gosta de boa música, pronto.<br />
ANTARKTIS<br />
“Ildlaante”<br />
Agonia Records<br />
Quando se fala<br />
em pós-rock, não<br />
esperamos nada de<br />
novo. Quando se fala<br />
em pós-metal, igual.<br />
No entanto, quando<br />
temos uma banda<br />
que mistura os dois<br />
mundos e ainda<br />
lhe junta aquele feeling doom cavernoso,<br />
então são razões mais que suficientes<br />
para estarmos interessados. E o facto dos<br />
Antarktis contarem com membros e exmembros<br />
de In Mourning e October Tide é um<br />
extra. Dos bons. O resultado é um dos álbuns<br />
de estreia mais entusiasmantes que ouvimos<br />
nos últimos tempos, pesado, com uso<br />
inteligente (e não exagerado) de atmosferas<br />
e ambiências. Em suma, fantástico, que nos<br />
obriga a dizer que esta é mais uma banda a<br />
que queremos estar atentos no futuro.<br />
[7.2/10] Fernando Ferreira<br />
[7.5/10] Fernando Ferreira [9/10] Fernando Ferreira<br />
ANUBI'S SERVANTS<br />
“Duat”<br />
Edição de Autor<br />
A capa mete medo ao<br />
susto - boa candidata<br />
para os nossos<br />
Artwork Insights - pelo<br />
que o som tem que<br />
fazer uma bela figura<br />
em compensação. E<br />
por acaso... até faz!<br />
Thrash metal cru,<br />
bruto e raçudo com umas pitadas de death<br />
metal, principalmente pela abordagem vocal.<br />
Reza a história da banda que inicialmente<br />
eram para ser uma banda de punk<br />
instrumental, mas depois flui para terem voz<br />
e chegarem ao thrash metal. Talvez não seja<br />
algo que se possa notar no som da banda,<br />
apesar de terem um som primitivo, mas<br />
de qualquer forma é uma boa amostra do<br />
potencial que a banda tem - relembrandonos<br />
o potencial que vimos em bandas como<br />
Painstruck. Veremos se chegam a algo mais<br />
concreto e sólido.<br />
[6.5/10] Filipe Ferreira<br />
ASTRAROT<br />
“We Can't Win”<br />
Straight from the Heart Records<br />
Os Astrorot são<br />
uma banda recente<br />
(começaram em 2015)<br />
que têm em "We Can't<br />
Win" o seu álbum<br />
de estreia. Podemos<br />
achar que é demadiado<br />
tempo para editar já<br />
um álbum no entanto,<br />
como bem sabemos,<br />
os tempos são outros e não há propriamente<br />
um livro de regras. Com um som moderno,<br />
apoiado na tradição metalcore, "We Can't Win"<br />
não surpreende mas também essa não deveria<br />
ser esse o objectivo. Temos vozes limpas, vozes<br />
gritadas, alguns breakdowns (não muitos,<br />
felizmente), e bons temas. Aliás, são os bons<br />
temas que fazem com que passemos por cima<br />
daquilo que já ouvimos muitas vezes noutros<br />
lados. Esta estreia não surpreende e até tem<br />
uma falta de dinâmica como um todo mas (e<br />
este é um grande "mas") consegue mostrarnos<br />
talento que poderá ver a desabrochar de<br />
maneira (mais) convincente no futuro.<br />
[6/10] Fernando Ferreira<br />
ATROX<br />
“Monocle”<br />
Dark Essence Records<br />
Já se devem ter<br />
esquecido dos Atrox.<br />
Afinal a banda esteve<br />
calada durante quase<br />
dez anos. Tempo<br />
suficiente para mudar<br />
algumas coisas no<br />
seu som, que por<br />
si só já era volátil.<br />
Experimentalismo foi<br />
aquilo pelo qual a banda se notabilizou. A sua<br />
mistura de sonoridade industrial com ambientes<br />
góticos e progressivos é também o que domina<br />
"Monocle". Não vamos mentir, este é um trabalho<br />
que não vai entrar à primeira. É desafiador, tão<br />
desafiador como a primeira vez que ouvimos<br />
os trabalhos mais ousados dos King Crimson.<br />
Também é inqualficável, mas não deixa de nos ir<br />
prendendo aos poucos. Se houve paciência para<br />
este processo, poderá compensar o esforço.<br />
[7/10] Fernando Ferreira<br />
56<br />
AYO RIVER<br />
“Failed State”<br />
Edição de Autor<br />
É bom no final<br />
do dia sair da<br />
metalurgia pesada<br />
e entrar no mundo<br />
do rock indie para<br />
apreciar o mundo de<br />
maneira diferente.<br />
Pessoalmente, é para<br />
esse efeito que muita<br />
da música que não ouvimos regularmente<br />
é usada. No entanto, justiça seja feita<br />
a este projecto Ayo River que tem aqui<br />
a sua estreia, não é apenas música para<br />
ouvir de fundo. Temos uma boa produção,<br />
sem grandes exageros digitais, orgânicas<br />
e muito low pr<strong>of</strong>ile. Depois - e é a parte<br />
que interessa, temos grandes músicas.<br />
Daquelas que apesar de não serem<br />
imediatamente coladas ao cérebro, são<br />
agradáveis de ouvir. Este é um projecto<br />
muitissimo interessante que para quem<br />
gosta de música indie gostará de certeza.<br />
[7/10] Fernando Ferreira<br />
AYREON<br />
“The Source”<br />
Music Theories Recordings<br />
O novo álbum do<br />
projecto da opera<br />
metal progressivo<br />
Ayreon é também<br />
uma prequela ao<br />
álbum “01011001”<br />
(Y em ASCII) de<br />
2008. Mais uma<br />
vez a escolha de vozes é excelente<br />
contando com James LaBrie (Dream<br />
Theater), Hansi Kürsch (Blind Guardian),<br />
Simone Simons (Epica), Floor Jansen<br />
(Nightwish), Tommy Karevik (Kamelot),<br />
Tobias Sammet (Edguy, Avantasia),<br />
Russell Allen (Symphony X) e Tommy<br />
Rogers (Between the Buried and Me)<br />
para referir só alguns. Em “The Source”<br />
é contada a história de como o planeta<br />
“Alpha”foi destruído por tecnologia e os<br />
sobreviventes seguiram numa nave até<br />
ao planeta Y (planeta de onde são as<br />
personagens de “01011001”), e como<br />
são obrigados a consumir “a fonte”<br />
uma solução química que lhes muda o<br />
físico para poderem sobreviver no novo<br />
planeta. Um dos pontos que menos<br />
gostei é a repetição de temas nos últimos<br />
álbuns de Ayreon, o tema da dependência<br />
tecnológica, autodestruição por causa<br />
da tecnologia já foi muito abordado por<br />
Arjen Lucassen e volta aqui a sê-lo, o<br />
que infelizmente dá uma sensação de<br />
deja-vu. Também em termos musicais<br />
Lucassen não se desvia muito da matriz<br />
ainda assim não ficamos reduzidos<br />
ao sentimento de “mais do mesmo”,<br />
estamos perante um álbum mais pesado<br />
e diria mesmo com uns toques de<br />
Power <strong>Metal</strong> (“Run! Apocalypse! Run!”)<br />
que mantem ainda assim os elementos<br />
mais folk. Depois de não ter apreciado<br />
o anterior “The Theory <strong>of</strong> Everything”,<br />
este é um regresso á forma.<br />
[8.5/10] Filipe Correia