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World_of_Metal__Outubro_2017

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<strong>Metal</strong> Missionaries - The Documentary<br />

Brutally Delicious Productions<br />

É sempre bom termos documentários sobre metal.<br />

Não só para espalhar a mensagem para aqueles<br />

que não sejam propriamente receptivos ao estilo de<br />

música mas, principalmente, para educar um pouco<br />

mais aqueles que gostam e amam metal. A premissa<br />

deste "<strong>Metal</strong> Missionaires" é promissora. A questão<br />

do cristianismo no metal. Polémico à partida - afinal<br />

o cristianismo é o bombo da festa <strong>of</strong>icial do metal,<br />

principalmente extremo - embarcamos nesta viagem<br />

com bastante curiosidade.<br />

Realizado por Bruce Moore e produzido pela Brutally<br />

Delicious Productionsk, "<strong>Metal</strong> Missionaries" é um<br />

interessante documentário mas que acaba por soar a<br />

pouco. E por ser uma realidade muito local. Não é<br />

que não existam bandas cristãs no resto do mundo que<br />

toquem metal - devem existir de certeza. A questão é<br />

que não há propriamente uma cena de metal cristão<br />

fora dos E.U.A. e, talvez, Canadá. Na América do<br />

Norte existem tops específicos e existe uma cena<br />

de rock cristão bastante forte. No entanto é algo<br />

incompreensível para o resto do mundo. Afinal, rock<br />

é rock. <strong>Metal</strong> é metal. Independentemente da cor, raça<br />

ou credo. Longe vão os tempos da separação entre<br />

o death metal e black metal (das ameaças de morte<br />

aos Deicide quando tocaram na Noruega e das cartas<br />

enviadas a Christ<strong>of</strong>er Johnsson dos Therion), pelo que<br />

esta é uma realidade que não nos faz muito sentido.<br />

Podemos dizer que "<strong>Metal</strong> Missionaries" está dividido<br />

em duas partes. Na primeira temos um desfilar de<br />

testemunhos acerca da questão da religião (cristã) e<br />

das suas próprias experiências onde se destacam Vorph<br />

dos Samael (que afirma que independentemente da<br />

ideologia, é a música que fala sempre mais alto) e Ben<br />

Falgoust dos Goatwhore (que diz algo semelhante e<br />

que desde que a música seja boa, de que se justifique<br />

a mensagem e que faça sentido, tudo é válido) - que<br />

basicamente é a forma como nós também vemos a<br />

80<br />

música. Na segunda parte, que é a que ocupa mais<br />

espaço, temos uma série de bandas cristãs que contam<br />

as suas dificuldades e em grande parte são todas de<br />

alguma forma ostracizadas. E é neste ponto que a<br />

coisa se perde um pouco na nossa opinião.<br />

Por alguns momentos parece que estamos a ser<br />

evangelizados, pela forma como se tem algumas<br />

passagens da bíblia ou pela forma apaixonada como<br />

expressam as suas próprias crenças. Este factor faz<br />

com que o entusiasmo vá diminuindo conforme o<br />

documentário se vai desenrolando. Outra questão<br />

menos conseguida é a repetição de algumas imagens<br />

no início que parece que estamos a ver um clip de<br />

publicidade genérico (neste caso sobre metal).<br />

Mesmo sabendo a pouco e sentido que poderia ter sido<br />

muito mais apr<strong>of</strong>undado, conseguimos tirar algumas<br />

conclusões acerca deste "<strong>Metal</strong> Missionaries".<br />

Primeiro, nos E.U.A., nem as bandas cristãs se livram<br />

de serem ostracizadas. Depois, a música deverá ser<br />

sentida sobretudo. Independentemente das letras, do<br />

credo. E é o que estas bandas fazem. É o que qualquer<br />

banda deve fazer. Parece uma conclusão óbvia, não é?<br />

Foi neste ponto em que se perdeu uma oportunidade<br />

de apresentar algo diferente. Temos o testemunho de<br />

bandas em que vivem mesmo aquilo que acreditam,<br />

em como a sua mensagem foi importante para alguns<br />

fãs mas a pergunta primordial se o cristianismo e<br />

metal combinam ou não acaba por não ser totalmente<br />

esclarecedora. Ficamos com uma percepção de como<br />

as bandas entrevistadas "s<strong>of</strong>rem" devido às suas<br />

crenças mas faltou o confronto com outros pontos de<br />

vista seculares, como os focados no início.<br />

Apesar de não ser aquilo que se esperava e de ser<br />

algo superficial, não deixa de ser um documentário<br />

interessante.

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