31.10.2017 Views

World_of_Metal__Outubro_2017

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DIE APOKALYPTISCHEN REITER<br />

“Der Rote Reiter”<br />

Nuclear Blast<br />

Confessamos que os<br />

Die Apokalyptischen<br />

Reiter foi uma banda<br />

que nos cativou no<br />

seu início de carreira<br />

mas que depois<br />

foi caindo numa<br />

fórmula demasiado<br />

previsível para que<br />

mantivessemos esse interesse. E foi com<br />

esse estado de espírito que avançámos para<br />

este álbum. Qual não foi a nossa surpresa<br />

que "Der Rote Reiter" bate-nos de frente<br />

como o comboio de Chelas. Num sentido<br />

positivo! Pesado, com blastbeats, melodias<br />

imprevisíveis e bem caçadas e longe de<br />

qualquer tipo de moda, este é um álbum que<br />

nos faz querer olhar para trás para termos<br />

a certeza de que não houve mais a passarnos<br />

despercebido. Uma excelente surpresa,<br />

indicado para todos os que gostam de<br />

melodia no seu metal extremo.<br />

DIMMAN<br />

“Guide My Fury”<br />

Inverse Records<br />

E que saudades do<br />

bom e velho death<br />

metal melódico<br />

vindo da Finlândia!<br />

Principalmente daquele<br />

mais clássico (ou<br />

seja, nada na onda de<br />

Children Of Bodom). Os<br />

Dimman estão a seguir<br />

o percurso clássico de<br />

carreira, lançando EPs de preparação para o<br />

primeiro trabalho de originais. Nesse percurso,<br />

"Guide My Fury" é o segundo EP da conta mas<br />

se tivesse mais umas músicas nem se punha<br />

em causa ser um álbum. A fórmula não é nova<br />

mas quando bem feita, é uma que nunca nos<br />

cansa. Guturais de death metal junto com leads<br />

melódicos e de extremo bom gosto assim como<br />

um noção rítmica bem sólida. Se tivesse surgido<br />

uns anos atrás poderíamos dizer que o sucesso<br />

era inevitável. Hoje em dia as coisas não são<br />

assim tão claras mas ainda assim as indicações<br />

que deixam são muito, muito boas.<br />

[8.6/10] Fernando Ferreira [9/10] Fernando Ferreira<br />

DISFIGURED HUMAN MIND / INSOMNIA ISTERICA<br />

“Morbid Schizophrenic Minds In The Cabaret Noisecore”<br />

Murder Records<br />

Os Disfigured<br />

Human Mind são<br />

impressionantes. Tudo<br />

bem que a nossa média<br />

de avaliação do seu<br />

trabalho não é acima da<br />

média mas temos que<br />

dar a mão à palmatória<br />

que neste momento<br />

no underground não<br />

existe banda mais trabalhadora - este é um<br />

dos nove lançamentos que a banda lançou até<br />

agora. Sempre no limiar caótico que separa o<br />

grindcore do noise, o que podemos esperar<br />

da banda são sete temas em pouco mais de<br />

oito minutos que até têm um ambiente necro<br />

bastante interessante. Os seus companheiros<br />

de split são os Insomnia Isterica, do qual não<br />

temos muitas mais informações mas por<br />

aquilo que apresentam aqui, temos algo que se<br />

assemelha a um ensaio dos Brutal Truth e que<br />

sinceramente não nos convence. Neste split, os<br />

Disfigured Human Mind ganham claramente e<br />

carregam-no às costas.<br />

[6.7/10] Fernando Ferreira<br />

60<br />

Disfigured Human Mind / New York Against The Belzebu<br />

“Só Queremos Dizer Merda e Meter Nojo”<br />

Murder Records<br />

Disfigured Human Mind<br />

strikes back! Desta feita<br />

com um dos nomes<br />

clássicos do grindcore<br />

brasileiro, os New York<br />

Against The Belzebu.<br />

Comecemos pelos<br />

Disfigured Human<br />

Mind que apresentam<br />

uma dose cavalar de<br />

noise onde a distorção é de tal forma que tudo<br />

o resto parece imperceptível. Aliás, nos quase<br />

treze minutos que duram as dezasseis músicas<br />

(a contar com a intro), é difícil perceber quando<br />

começa uma e quando acaba outra. No lado<br />

dos New York Against The Belzebu, temos<br />

um ensaio que a banda registou em 1996,<br />

com o som típico de algo do género. Serve<br />

como curiosidade a raridade e no geral é bom<br />

lançamento underground para quem aprecia a<br />

barulheira.<br />

ELA<br />

[6.5/10] Fernando Ferreira<br />

“Second Reality”<br />

Massacre Records<br />

Quem é Ela? Poderão<br />

achar que não faz<br />

muito sentido esta<br />

pergunta já que se<br />

trata, aparentemente<br />

de forma óbvia,<br />

de uma banda. É<br />

efectivamente uma<br />

banda, liderada pela<br />

amiga Ela, vocalista com uma carreira já<br />

considerável, tendo passado por vários<br />

projectos. Ao que tudo indica, este é o<br />

segundo trabalho com esta designação e<br />

o que apresenta é power metal melódico<br />

que não surpreende por aí além mas<br />

consegue cativar o suficiente para que se<br />

lhe dedique algumas boas audições. Faltalhe<br />

no entanto um pouco mais de fogo e<br />

de malhas marcantes, como a "Welcome<br />

To Zombieland". Nada que nos impeça de<br />

mantê-los debaixo de olho.<br />

DIVINITY COMPROMISED<br />

“Terminal Qumran”<br />

No Dust Records<br />

D i v i n i t y<br />

Compromised é<br />

uma banda de metal<br />

progressivo fundada<br />

em 2009. “Terminal”,<br />

de <strong>2017</strong>, é o seu<br />

segundo full length,<br />

sucedendo a “A<br />

<strong>World</strong> Torn” de 2013.<br />

Com um prog que se aproxima, umas<br />

vezes, de Dream Theater, principalmente<br />

nos vocais, e outras de Symphony X, nas<br />

riffs mais heavy, Divinity Compromised<br />

consegue fazer arranjar espaço para<br />

algo seu. Apesar de apresentar uma<br />

sonoridade que revela rapidamente as<br />

suas influências, a banda consegue<br />

surpreender e entreter com a sua<br />

composição. Os momentos mais pesados<br />

e os mais suaves estão bem intercalados,<br />

nunca caindo no redundante e no<br />

aborrecido. Um dos melhores momentos<br />

é o último par de minutos da faixa “The<br />

Definition <strong>of</strong> Insanity”. Com samples de<br />

discursos de políticos (em destaque, de<br />

Donald Trump) a combinação da cadência<br />

do instrumental com as vozes cria um<br />

ambiente singular, em que crítica e arte<br />

se combinam perfeitamente. O vocalista,<br />

Lothar Keller, apresenta uma voz que tanto<br />

sobe e desces escalas com facilidade e<br />

doçura, como também consegue adquirir<br />

a rispidez e a agressividade para conferir<br />

o peso que o instrumental por vezes pede.<br />

De notar o excelente uso das teclas, por<br />

vezes quase impercetível, que confere<br />

uma pr<strong>of</strong>undidade ao som desta banda<br />

que, sendo independente, supera muitos<br />

lançamentos de grandes gravadoras.<br />

Para não falar das riffs e dos solos,<br />

perfeitamente executados. Um grupo<br />

de músicos excecionais que faz deste<br />

trabalho um grande álbum que, como uma<br />

montanha-russa musical, leva o ouvinte<br />

por paisagens épicas, planícies suaves,<br />

e montanhas ameaçadoras e rochosas<br />

(neste caso, metálicas). Um 8 em 10,<br />

com um grande respeito por músicos<br />

excelentes que merecem uma visibilidade<br />

muito maior.<br />

EAGLEHEART<br />

“Reverse”<br />

Scarlet Records<br />

Não começa nada<br />

mal...Until The Fear Is<br />

Gone, arranca logo a<br />

seguir a uma pequena<br />

e majestosa intro de<br />

nome "Awakening" trata<br />

de mostrar o que ai vem<br />

sem grandes rodeios.<br />

Depois é um desfilar de<br />

temas arrepiantes! Ainda<br />

hoje, falava sobre os naturais clichés que nos<br />

soam pelos diversos estilos musicais e aqui não<br />

fugimos à regra: power metal, e tudo o que está<br />

associado à sua sonoridade...Reverse, Eagleheart,<br />

sim estes mesmos, eles combinam tudo isso e<br />

recriam algo que vai deixar os fans do género de<br />

boca aberta e certamente vão apreciar esta obra<br />

de arte. Vocais potentes e melódicos, solos de<br />

guitarra memoráveis e uma batida de vitorioso<br />

combate. Cada faixa contem uma tonalidade de<br />

outras bandas que já aprendemos a apreciar pela<br />

sua grandiosidade e rapidez, mas os Eagleheart dão<br />

um toque muito sui generis ao seu som e com toda<br />

a certeza estão no caminho para se juntar às lendas<br />

do género. Força, porque estes Checos vão arrasar!<br />

ELUVEITIE<br />

[9/10] Miguel Correia<br />

“Evocation II - Pantheon”<br />

Nuclear Blast<br />

Muita expectativa<br />

para esta segunda<br />

parte de "Evocation".<br />

Não pelo álbum em si<br />

mas principalmente<br />

pela fase em que<br />

os Eluveitie se<br />

encontram. Com<br />

uma mudança<br />

pr<strong>of</strong>unda de alinhamento, a banda surge<br />

renovada e reformulada, mostrando que<br />

o seu folk metal ainda continua a ser<br />

temível para a concorrência. Não sabemos<br />

como é que a coisa vai ser no futuro já<br />

que este álbum acústico não nos mostra<br />

exactamente como a banda soa em todo<br />

o seu esplendor mas achamos que pelo<br />

menos para aqueles que estavam mais<br />

preocupados poderão ficar descansados.<br />

Temos aqui quase vinte músicas que são<br />

ideais para festejar e celebrar aos deuses<br />

antigos.<br />

[7/10] Fernando Ferreira [8/10] João Freitas<br />

[8.7/10] Fernando Ferreira

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