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DIE APOKALYPTISCHEN REITER<br />
“Der Rote Reiter”<br />
Nuclear Blast<br />
Confessamos que os<br />
Die Apokalyptischen<br />
Reiter foi uma banda<br />
que nos cativou no<br />
seu início de carreira<br />
mas que depois<br />
foi caindo numa<br />
fórmula demasiado<br />
previsível para que<br />
mantivessemos esse interesse. E foi com<br />
esse estado de espírito que avançámos para<br />
este álbum. Qual não foi a nossa surpresa<br />
que "Der Rote Reiter" bate-nos de frente<br />
como o comboio de Chelas. Num sentido<br />
positivo! Pesado, com blastbeats, melodias<br />
imprevisíveis e bem caçadas e longe de<br />
qualquer tipo de moda, este é um álbum que<br />
nos faz querer olhar para trás para termos<br />
a certeza de que não houve mais a passarnos<br />
despercebido. Uma excelente surpresa,<br />
indicado para todos os que gostam de<br />
melodia no seu metal extremo.<br />
DIMMAN<br />
“Guide My Fury”<br />
Inverse Records<br />
E que saudades do<br />
bom e velho death<br />
metal melódico<br />
vindo da Finlândia!<br />
Principalmente daquele<br />
mais clássico (ou<br />
seja, nada na onda de<br />
Children Of Bodom). Os<br />
Dimman estão a seguir<br />
o percurso clássico de<br />
carreira, lançando EPs de preparação para o<br />
primeiro trabalho de originais. Nesse percurso,<br />
"Guide My Fury" é o segundo EP da conta mas<br />
se tivesse mais umas músicas nem se punha<br />
em causa ser um álbum. A fórmula não é nova<br />
mas quando bem feita, é uma que nunca nos<br />
cansa. Guturais de death metal junto com leads<br />
melódicos e de extremo bom gosto assim como<br />
um noção rítmica bem sólida. Se tivesse surgido<br />
uns anos atrás poderíamos dizer que o sucesso<br />
era inevitável. Hoje em dia as coisas não são<br />
assim tão claras mas ainda assim as indicações<br />
que deixam são muito, muito boas.<br />
[8.6/10] Fernando Ferreira [9/10] Fernando Ferreira<br />
DISFIGURED HUMAN MIND / INSOMNIA ISTERICA<br />
“Morbid Schizophrenic Minds In The Cabaret Noisecore”<br />
Murder Records<br />
Os Disfigured<br />
Human Mind são<br />
impressionantes. Tudo<br />
bem que a nossa média<br />
de avaliação do seu<br />
trabalho não é acima da<br />
média mas temos que<br />
dar a mão à palmatória<br />
que neste momento<br />
no underground não<br />
existe banda mais trabalhadora - este é um<br />
dos nove lançamentos que a banda lançou até<br />
agora. Sempre no limiar caótico que separa o<br />
grindcore do noise, o que podemos esperar<br />
da banda são sete temas em pouco mais de<br />
oito minutos que até têm um ambiente necro<br />
bastante interessante. Os seus companheiros<br />
de split são os Insomnia Isterica, do qual não<br />
temos muitas mais informações mas por<br />
aquilo que apresentam aqui, temos algo que se<br />
assemelha a um ensaio dos Brutal Truth e que<br />
sinceramente não nos convence. Neste split, os<br />
Disfigured Human Mind ganham claramente e<br />
carregam-no às costas.<br />
[6.7/10] Fernando Ferreira<br />
60<br />
Disfigured Human Mind / New York Against The Belzebu<br />
“Só Queremos Dizer Merda e Meter Nojo”<br />
Murder Records<br />
Disfigured Human Mind<br />
strikes back! Desta feita<br />
com um dos nomes<br />
clássicos do grindcore<br />
brasileiro, os New York<br />
Against The Belzebu.<br />
Comecemos pelos<br />
Disfigured Human<br />
Mind que apresentam<br />
uma dose cavalar de<br />
noise onde a distorção é de tal forma que tudo<br />
o resto parece imperceptível. Aliás, nos quase<br />
treze minutos que duram as dezasseis músicas<br />
(a contar com a intro), é difícil perceber quando<br />
começa uma e quando acaba outra. No lado<br />
dos New York Against The Belzebu, temos<br />
um ensaio que a banda registou em 1996,<br />
com o som típico de algo do género. Serve<br />
como curiosidade a raridade e no geral é bom<br />
lançamento underground para quem aprecia a<br />
barulheira.<br />
ELA<br />
[6.5/10] Fernando Ferreira<br />
“Second Reality”<br />
Massacre Records<br />
Quem é Ela? Poderão<br />
achar que não faz<br />
muito sentido esta<br />
pergunta já que se<br />
trata, aparentemente<br />
de forma óbvia,<br />
de uma banda. É<br />
efectivamente uma<br />
banda, liderada pela<br />
amiga Ela, vocalista com uma carreira já<br />
considerável, tendo passado por vários<br />
projectos. Ao que tudo indica, este é o<br />
segundo trabalho com esta designação e<br />
o que apresenta é power metal melódico<br />
que não surpreende por aí além mas<br />
consegue cativar o suficiente para que se<br />
lhe dedique algumas boas audições. Faltalhe<br />
no entanto um pouco mais de fogo e<br />
de malhas marcantes, como a "Welcome<br />
To Zombieland". Nada que nos impeça de<br />
mantê-los debaixo de olho.<br />
DIVINITY COMPROMISED<br />
“Terminal Qumran”<br />
No Dust Records<br />
D i v i n i t y<br />
Compromised é<br />
uma banda de metal<br />
progressivo fundada<br />
em 2009. “Terminal”,<br />
de <strong>2017</strong>, é o seu<br />
segundo full length,<br />
sucedendo a “A<br />
<strong>World</strong> Torn” de 2013.<br />
Com um prog que se aproxima, umas<br />
vezes, de Dream Theater, principalmente<br />
nos vocais, e outras de Symphony X, nas<br />
riffs mais heavy, Divinity Compromised<br />
consegue fazer arranjar espaço para<br />
algo seu. Apesar de apresentar uma<br />
sonoridade que revela rapidamente as<br />
suas influências, a banda consegue<br />
surpreender e entreter com a sua<br />
composição. Os momentos mais pesados<br />
e os mais suaves estão bem intercalados,<br />
nunca caindo no redundante e no<br />
aborrecido. Um dos melhores momentos<br />
é o último par de minutos da faixa “The<br />
Definition <strong>of</strong> Insanity”. Com samples de<br />
discursos de políticos (em destaque, de<br />
Donald Trump) a combinação da cadência<br />
do instrumental com as vozes cria um<br />
ambiente singular, em que crítica e arte<br />
se combinam perfeitamente. O vocalista,<br />
Lothar Keller, apresenta uma voz que tanto<br />
sobe e desces escalas com facilidade e<br />
doçura, como também consegue adquirir<br />
a rispidez e a agressividade para conferir<br />
o peso que o instrumental por vezes pede.<br />
De notar o excelente uso das teclas, por<br />
vezes quase impercetível, que confere<br />
uma pr<strong>of</strong>undidade ao som desta banda<br />
que, sendo independente, supera muitos<br />
lançamentos de grandes gravadoras.<br />
Para não falar das riffs e dos solos,<br />
perfeitamente executados. Um grupo<br />
de músicos excecionais que faz deste<br />
trabalho um grande álbum que, como uma<br />
montanha-russa musical, leva o ouvinte<br />
por paisagens épicas, planícies suaves,<br />
e montanhas ameaçadoras e rochosas<br />
(neste caso, metálicas). Um 8 em 10,<br />
com um grande respeito por músicos<br />
excelentes que merecem uma visibilidade<br />
muito maior.<br />
EAGLEHEART<br />
“Reverse”<br />
Scarlet Records<br />
Não começa nada<br />
mal...Until The Fear Is<br />
Gone, arranca logo a<br />
seguir a uma pequena<br />
e majestosa intro de<br />
nome "Awakening" trata<br />
de mostrar o que ai vem<br />
sem grandes rodeios.<br />
Depois é um desfilar de<br />
temas arrepiantes! Ainda<br />
hoje, falava sobre os naturais clichés que nos<br />
soam pelos diversos estilos musicais e aqui não<br />
fugimos à regra: power metal, e tudo o que está<br />
associado à sua sonoridade...Reverse, Eagleheart,<br />
sim estes mesmos, eles combinam tudo isso e<br />
recriam algo que vai deixar os fans do género de<br />
boca aberta e certamente vão apreciar esta obra<br />
de arte. Vocais potentes e melódicos, solos de<br />
guitarra memoráveis e uma batida de vitorioso<br />
combate. Cada faixa contem uma tonalidade de<br />
outras bandas que já aprendemos a apreciar pela<br />
sua grandiosidade e rapidez, mas os Eagleheart dão<br />
um toque muito sui generis ao seu som e com toda<br />
a certeza estão no caminho para se juntar às lendas<br />
do género. Força, porque estes Checos vão arrasar!<br />
ELUVEITIE<br />
[9/10] Miguel Correia<br />
“Evocation II - Pantheon”<br />
Nuclear Blast<br />
Muita expectativa<br />
para esta segunda<br />
parte de "Evocation".<br />
Não pelo álbum em si<br />
mas principalmente<br />
pela fase em que<br />
os Eluveitie se<br />
encontram. Com<br />
uma mudança<br />
pr<strong>of</strong>unda de alinhamento, a banda surge<br />
renovada e reformulada, mostrando que<br />
o seu folk metal ainda continua a ser<br />
temível para a concorrência. Não sabemos<br />
como é que a coisa vai ser no futuro já<br />
que este álbum acústico não nos mostra<br />
exactamente como a banda soa em todo<br />
o seu esplendor mas achamos que pelo<br />
menos para aqueles que estavam mais<br />
preocupados poderão ficar descansados.<br />
Temos aqui quase vinte músicas que são<br />
ideais para festejar e celebrar aos deuses<br />
antigos.<br />
[7/10] Fernando Ferreira [8/10] João Freitas<br />
[8.7/10] Fernando Ferreira