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PROMETHEUS<br />
“Consumed In Flames”<br />
Katoptron IX Records<br />
Vindos de terras de<br />
Alexandre, o Grande,<br />
os Prometheus<br />
trazem-nos aqui uma<br />
bela compilação de<br />
malhas. "Compilação"<br />
não será aqui uma<br />
palavra escolhida por mero acaso, ainda<br />
que não seja para se interpretar na sua<br />
forma típica. É que embora possamos<br />
"catalogar" este conjunto de músicas como<br />
pertencentes à grande família do Blackened<br />
Death <strong>Metal</strong>, num exercício generalizante,<br />
é inequívoca a miscelânea de influências<br />
díspares que se sentem ao ouvirmos<br />
um álbum como Consumed by Fire. De<br />
Mayhem na era Grand Declaration <strong>of</strong> War<br />
ao exotismo oriental/mediterrânico de uns<br />
Melechesh, e oscilando entre a violência<br />
rítmica (e as temáticas mitológicas ) de uns<br />
Behemoth e as pr<strong>of</strong>undezas dissonantes<br />
á là Deathspell Omega, encontramos<br />
aqui um pouco de tudo, organizado com<br />
competência técnica e coerência q.b.,<br />
numa entrega que no global se torna muito<br />
própria e respeitável. A originalidade da<br />
fórmula, portanto, reside, no fundo, na<br />
forma como compila todas estas fórmulas<br />
já pouco originais. E se é isso que, por<br />
um lado, torna este trabalho um trabalho<br />
"seguro" e de qualidade consensual, é<br />
também isso que o impede de atingir um<br />
estatuto de "marco indispensável" que,<br />
neste momento, com tanta e tanta música<br />
disponível, apresenta uma face cada<br />
vez mais invisível. A produção - densa,<br />
potente e organizada - merece aqui um<br />
bom destaque ao coroar um bom álbum<br />
com uma imagem sonora à altura.<br />
QUIET RIOT<br />
“Road Rage”<br />
Frontiers Records<br />
Os Quiet Riot são um<br />
nome desconhecido<br />
hoje em dia a não<br />
ser para aqueles<br />
que se lembram<br />
da excelente malha<br />
"<strong>Metal</strong> Health",<br />
retirada do álbum com o mesmo nome<br />
que foi um dos grandes sucessos do heavy<br />
metal no mainstream (embora este heavy<br />
metal esteja mais próximo do hard rock<br />
mas não sejamos tão picuinhas). Também<br />
se poderão lembrar do facto de ser a banda<br />
de Rhandy Rhoads antes de ir tocar com<br />
Ozzy Osbourne e ficar imortalizado como<br />
um dos melhores guitarristas de sempre.<br />
A banda não conseguiu repetir o feito e<br />
mais de trinta anos já passaram mas nunca<br />
desistiu e este álbum é representativo dessa<br />
perseverança. Cru, bem mais próximo do<br />
hard rock do que propriamente do heavy<br />
metal, este álbum foi regravado com o<br />
vocalista James Durbin (do concurso<br />
American Idol) após o vocalista anterior,<br />
Seann Nicols, ter saído. O resultado não<br />
é particularmente memorável mas não<br />
podemos dizer que seja um mau álbum.<br />
Tem feeling (um feeling primitivo de blues<br />
e rock), tem raça e é bastante (demasiado)<br />
orgânico. A própria voz de Durbin parecenos<br />
demasiado aguda para aquilo que a<br />
música nos traz. Mas ainda assim, não<br />
deixa de ser um bom álbum rock.<br />
[8/10] Jaime Nôro [6/10] Fernando Ferreira<br />
RAGE<br />
“Seasons Of The Black”<br />
Nuclear Blast<br />
Inesperadamente não só<br />
os Rage recuperaram da<br />
mudança de alinhamento<br />
com um bom álbum,<br />
como passado um ano<br />
depois voltam para mais.<br />
"Seasons Of The Black"<br />
pega onde "The Devil<br />
Strikes Again" ficou. Mais<br />
directo, heavy/power/<br />
thrash à semelhança do que a banda fazia no<br />
início da carreira. Foi uma viagem ao passado bem<br />
sucedida como poucos conseguem fazer embora<br />
a faceta mais melódica e sinfónica também façam<br />
parte da identidade da banda. Não sabemos se vai<br />
alguma vez vai voltar mas até agora não sentimos<br />
muita falta. Temas sólidos com aqueles refrães<br />
marcantes continuam presentes e no final acaba<br />
por ser tão bom como o anterior. Ainda assim<br />
talvez não chegue a ser um álbum tão marcante<br />
como outros no passado, mas como tantos<br />
trabalhos lançados já ninguém espera isso. Os<br />
Rage continuam vivos e de óptima saúde e é isso<br />
que interessa.<br />
[8/10] Fernando Ferreira<br />
REQUIEM LAUS<br />
“Last Winter”<br />
Edição de Autor<br />
Pouco tempo depois<br />
de terem lançado o EP<br />
"A Higher Claim" no<br />
final do ano passado e<br />
de reeditarem a demo<br />
de "For The Ones Who<br />
Died", os Requiem<br />
Laus, mítica banda<br />
madeirense, lança o seu<br />
quarto EP, este "Last<br />
Winter" que é uma excelente amostra de todo<br />
o seu poderio actual, aliás, como já tinha sido<br />
"A Higher Claim". A mistura entre o black/death<br />
metal mais melódico com alguma da melancolia<br />
do doom nacional resulta numa boa colecção<br />
de temas. Como sempre, temos direito a intro,<br />
outro e a interlúdio - como manda a tradição<br />
da década noventa. Poderia ser algo que nos<br />
fizesse pensar que estavam a encher chouriços<br />
mas como este EP, sentimos nós, deve ser<br />
encarado como um único tema de vinte e dois<br />
minutos, tal facto deixa de ter peso. Na nossa<br />
opinião só falta materializar todo este poder<br />
num terceiro álbum de originais.<br />
[8/10] Fernando Ferreira<br />
68<br />
RIDING PANICO<br />
“Rabo de Cavalo”<br />
Edição de autor<br />
Os Riding Panico são já<br />
um dos grandes nomes<br />
do rock nacional.<br />
São-no sem fazer<br />
concessões comerciais,<br />
em aparecer programas<br />
da manhã de televisão.<br />
São porque construiram<br />
uma carreira sólida com<br />
excelentes concertos<br />
e excelentes trabalhos de estúdio. Como este<br />
Rabo de Cavalo. Temos aqui mais um grande<br />
álbum onde o rock instrumental desconcertante<br />
junta-se a uma fluidez melódica que se instala. É<br />
dar a razão àquela máxima: primeiro estranhase<br />
e depois entranha-se. Em alguns momentos<br />
como no single "Rosa Mota", podemos dizer<br />
que é o inverso. Primeiro entranha-se, depois<br />
estranha-se, e depois ainda se entranha mais.<br />
É sem dúvida um álbum indispensável para os<br />
amantes não só do rock instrumental mas da<br />
música desafiante.<br />
[8.7/10] Fernando Ferreira<br />
ROUGH GRIND<br />
“Four for the Road”<br />
Inverse Records<br />
A banda finlandesa<br />
de rock / metal<br />
Rough Grind lançou<br />
seu novo EP "Four<br />
for the Road". Rough<br />
Grind serve uma<br />
mistura interessante<br />
de hard rock e heavy<br />
metal com algumas<br />
influências clássicas do rock. E eles<br />
entregam o seu som com uma energia e<br />
atitude rebelde, bem tipica do rock'n'roll.<br />
Riffs pesados e ritmos rasgados, que<br />
lhes podem abrir portas a uma nova vaga<br />
de fans, provando que destas bandas<br />
também surgem outras sonoridades<br />
com qualidade, num som de certa forma<br />
simples e limpo que agrada e agarra de<br />
imediato! São só quatro temas, mas ficam<br />
debaixo de olho para futuros lançamentos.<br />
[8.5/10] Miguel Correia<br />
ROW OF ASHES<br />
“Let The Long Night Fade”<br />
Third I Rex<br />
Este não é um trabalho<br />
de fácil assimilação. "Let<br />
The Long Night Fade"<br />
é o trabalho de estreia<br />
da banda britânica dos<br />
Row Of Ashes e remetenos<br />
para quando o póshardcore<br />
estava a dar<br />
os primeiros passos.<br />
Como um novo sentido<br />
de desconforto, da forma de lidar com questões<br />
interiores que até então não nos tinha passado pela<br />
frente, aliada à música mais abrasiva possível. Essa<br />
era a nossa sensação e foi algo que revisitámos<br />
agora, perante músicas como "Gravesend" e "Mass<br />
Strandings". Tal como na altura, a primeira reacção é<br />
de perplexidade. Sem saber como reagir. Não é um<br />
género preferencial mas não lhe somos indiferentes.<br />
É nesse ponto que entram as audições consequentes,<br />
onde temos oportunidade para melhor absorver uma<br />
série de dicotomias sonoras, ora doces ora amargas,<br />
que compõe este álbum de estreia. Confessamos que<br />
ainda estamos a meio deste processo - alguns álbuns<br />
exigem de nós tempo que não temos para dar - mas o<br />
que podemos dizer até agora é que a média é positiva.<br />
Com tendência a crescer com o passar do tempo.<br />
[7/10] Fernando Ferreira