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World_of_Metal__Outubro_2017

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PROMETHEUS<br />

“Consumed In Flames”<br />

Katoptron IX Records<br />

Vindos de terras de<br />

Alexandre, o Grande,<br />

os Prometheus<br />

trazem-nos aqui uma<br />

bela compilação de<br />

malhas. "Compilação"<br />

não será aqui uma<br />

palavra escolhida por mero acaso, ainda<br />

que não seja para se interpretar na sua<br />

forma típica. É que embora possamos<br />

"catalogar" este conjunto de músicas como<br />

pertencentes à grande família do Blackened<br />

Death <strong>Metal</strong>, num exercício generalizante,<br />

é inequívoca a miscelânea de influências<br />

díspares que se sentem ao ouvirmos<br />

um álbum como Consumed by Fire. De<br />

Mayhem na era Grand Declaration <strong>of</strong> War<br />

ao exotismo oriental/mediterrânico de uns<br />

Melechesh, e oscilando entre a violência<br />

rítmica (e as temáticas mitológicas ) de uns<br />

Behemoth e as pr<strong>of</strong>undezas dissonantes<br />

á là Deathspell Omega, encontramos<br />

aqui um pouco de tudo, organizado com<br />

competência técnica e coerência q.b.,<br />

numa entrega que no global se torna muito<br />

própria e respeitável. A originalidade da<br />

fórmula, portanto, reside, no fundo, na<br />

forma como compila todas estas fórmulas<br />

já pouco originais. E se é isso que, por<br />

um lado, torna este trabalho um trabalho<br />

"seguro" e de qualidade consensual, é<br />

também isso que o impede de atingir um<br />

estatuto de "marco indispensável" que,<br />

neste momento, com tanta e tanta música<br />

disponível, apresenta uma face cada<br />

vez mais invisível. A produção - densa,<br />

potente e organizada - merece aqui um<br />

bom destaque ao coroar um bom álbum<br />

com uma imagem sonora à altura.<br />

QUIET RIOT<br />

“Road Rage”<br />

Frontiers Records<br />

Os Quiet Riot são um<br />

nome desconhecido<br />

hoje em dia a não<br />

ser para aqueles<br />

que se lembram<br />

da excelente malha<br />

"<strong>Metal</strong> Health",<br />

retirada do álbum com o mesmo nome<br />

que foi um dos grandes sucessos do heavy<br />

metal no mainstream (embora este heavy<br />

metal esteja mais próximo do hard rock<br />

mas não sejamos tão picuinhas). Também<br />

se poderão lembrar do facto de ser a banda<br />

de Rhandy Rhoads antes de ir tocar com<br />

Ozzy Osbourne e ficar imortalizado como<br />

um dos melhores guitarristas de sempre.<br />

A banda não conseguiu repetir o feito e<br />

mais de trinta anos já passaram mas nunca<br />

desistiu e este álbum é representativo dessa<br />

perseverança. Cru, bem mais próximo do<br />

hard rock do que propriamente do heavy<br />

metal, este álbum foi regravado com o<br />

vocalista James Durbin (do concurso<br />

American Idol) após o vocalista anterior,<br />

Seann Nicols, ter saído. O resultado não<br />

é particularmente memorável mas não<br />

podemos dizer que seja um mau álbum.<br />

Tem feeling (um feeling primitivo de blues<br />

e rock), tem raça e é bastante (demasiado)<br />

orgânico. A própria voz de Durbin parecenos<br />

demasiado aguda para aquilo que a<br />

música nos traz. Mas ainda assim, não<br />

deixa de ser um bom álbum rock.<br />

[8/10] Jaime Nôro [6/10] Fernando Ferreira<br />

RAGE<br />

“Seasons Of The Black”<br />

Nuclear Blast<br />

Inesperadamente não só<br />

os Rage recuperaram da<br />

mudança de alinhamento<br />

com um bom álbum,<br />

como passado um ano<br />

depois voltam para mais.<br />

"Seasons Of The Black"<br />

pega onde "The Devil<br />

Strikes Again" ficou. Mais<br />

directo, heavy/power/<br />

thrash à semelhança do que a banda fazia no<br />

início da carreira. Foi uma viagem ao passado bem<br />

sucedida como poucos conseguem fazer embora<br />

a faceta mais melódica e sinfónica também façam<br />

parte da identidade da banda. Não sabemos se vai<br />

alguma vez vai voltar mas até agora não sentimos<br />

muita falta. Temas sólidos com aqueles refrães<br />

marcantes continuam presentes e no final acaba<br />

por ser tão bom como o anterior. Ainda assim<br />

talvez não chegue a ser um álbum tão marcante<br />

como outros no passado, mas como tantos<br />

trabalhos lançados já ninguém espera isso. Os<br />

Rage continuam vivos e de óptima saúde e é isso<br />

que interessa.<br />

[8/10] Fernando Ferreira<br />

REQUIEM LAUS<br />

“Last Winter”<br />

Edição de Autor<br />

Pouco tempo depois<br />

de terem lançado o EP<br />

"A Higher Claim" no<br />

final do ano passado e<br />

de reeditarem a demo<br />

de "For The Ones Who<br />

Died", os Requiem<br />

Laus, mítica banda<br />

madeirense, lança o seu<br />

quarto EP, este "Last<br />

Winter" que é uma excelente amostra de todo<br />

o seu poderio actual, aliás, como já tinha sido<br />

"A Higher Claim". A mistura entre o black/death<br />

metal mais melódico com alguma da melancolia<br />

do doom nacional resulta numa boa colecção<br />

de temas. Como sempre, temos direito a intro,<br />

outro e a interlúdio - como manda a tradição<br />

da década noventa. Poderia ser algo que nos<br />

fizesse pensar que estavam a encher chouriços<br />

mas como este EP, sentimos nós, deve ser<br />

encarado como um único tema de vinte e dois<br />

minutos, tal facto deixa de ter peso. Na nossa<br />

opinião só falta materializar todo este poder<br />

num terceiro álbum de originais.<br />

[8/10] Fernando Ferreira<br />

68<br />

RIDING PANICO<br />

“Rabo de Cavalo”<br />

Edição de autor<br />

Os Riding Panico são já<br />

um dos grandes nomes<br />

do rock nacional.<br />

São-no sem fazer<br />

concessões comerciais,<br />

em aparecer programas<br />

da manhã de televisão.<br />

São porque construiram<br />

uma carreira sólida com<br />

excelentes concertos<br />

e excelentes trabalhos de estúdio. Como este<br />

Rabo de Cavalo. Temos aqui mais um grande<br />

álbum onde o rock instrumental desconcertante<br />

junta-se a uma fluidez melódica que se instala. É<br />

dar a razão àquela máxima: primeiro estranhase<br />

e depois entranha-se. Em alguns momentos<br />

como no single "Rosa Mota", podemos dizer<br />

que é o inverso. Primeiro entranha-se, depois<br />

estranha-se, e depois ainda se entranha mais.<br />

É sem dúvida um álbum indispensável para os<br />

amantes não só do rock instrumental mas da<br />

música desafiante.<br />

[8.7/10] Fernando Ferreira<br />

ROUGH GRIND<br />

“Four for the Road”<br />

Inverse Records<br />

A banda finlandesa<br />

de rock / metal<br />

Rough Grind lançou<br />

seu novo EP "Four<br />

for the Road". Rough<br />

Grind serve uma<br />

mistura interessante<br />

de hard rock e heavy<br />

metal com algumas<br />

influências clássicas do rock. E eles<br />

entregam o seu som com uma energia e<br />

atitude rebelde, bem tipica do rock'n'roll.<br />

Riffs pesados e ritmos rasgados, que<br />

lhes podem abrir portas a uma nova vaga<br />

de fans, provando que destas bandas<br />

também surgem outras sonoridades<br />

com qualidade, num som de certa forma<br />

simples e limpo que agrada e agarra de<br />

imediato! São só quatro temas, mas ficam<br />

debaixo de olho para futuros lançamentos.<br />

[8.5/10] Miguel Correia<br />

ROW OF ASHES<br />

“Let The Long Night Fade”<br />

Third I Rex<br />

Este não é um trabalho<br />

de fácil assimilação. "Let<br />

The Long Night Fade"<br />

é o trabalho de estreia<br />

da banda britânica dos<br />

Row Of Ashes e remetenos<br />

para quando o póshardcore<br />

estava a dar<br />

os primeiros passos.<br />

Como um novo sentido<br />

de desconforto, da forma de lidar com questões<br />

interiores que até então não nos tinha passado pela<br />

frente, aliada à música mais abrasiva possível. Essa<br />

era a nossa sensação e foi algo que revisitámos<br />

agora, perante músicas como "Gravesend" e "Mass<br />

Strandings". Tal como na altura, a primeira reacção é<br />

de perplexidade. Sem saber como reagir. Não é um<br />

género preferencial mas não lhe somos indiferentes.<br />

É nesse ponto que entram as audições consequentes,<br />

onde temos oportunidade para melhor absorver uma<br />

série de dicotomias sonoras, ora doces ora amargas,<br />

que compõe este álbum de estreia. Confessamos que<br />

ainda estamos a meio deste processo - alguns álbuns<br />

exigem de nós tempo que não temos para dar - mas o<br />

que podemos dizer até agora é que a média é positiva.<br />

Com tendência a crescer com o passar do tempo.<br />

[7/10] Fernando Ferreira

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