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World_of_Metal__Outubro_2017

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com nada. Não queremos nos prender<br />

com nenhum estilo de música mas isso<br />

é algo que veio de forma natural. Não é<br />

algo que digamos ou que se imponha a<br />

nós próprios. É algo que vem de forma<br />

muito natural, é assim, é o que é. Temos<br />

alguma dificuldade em caracterizar-nos,<br />

é verdade mas de certa maneira isso para<br />

nós é bom porque não nos prendemos a<br />

estilo nenhum.<br />

Em termos de influências, também<br />

parecem ser bastantes e variadas.<br />

Se pudessem eleger bandas que vos<br />

inspirem directamente quais seriam?<br />

Kronos – Todos nós temos algumas,<br />

diferentes umas das outras. Passámos por<br />

projectos diferentes até, a nível musical.<br />

Por mim, por exemplo é Faith No More<br />

António – Tenho um espectro musical<br />

sempre muito abrangente e acho que a<br />

música deve ser vista de uma maneira<br />

abrangente e não limitada mas em<br />

relação aos Veinless, as bandas que<br />

provavelmente mais me influenciaram<br />

na voz – tento fazer uma voz que seja<br />

única em português, o que não é fácil –<br />

são os Ministry e Nine Inch Nails, são<br />

duas bandas que aprecio para além de<br />

outros espectros musicais.<br />

Roger – Pessoalmente preferia não falar<br />

em bandas. Acho que não só eu como<br />

toda a banda houve todos os estilos<br />

de música que possamos imaginar. A<br />

minha influência a nível de composição<br />

na banda se calhar tem mais a ver com<br />

o rock alternativo, um pouco de música<br />

gótica, um pouco de metal alternativo,<br />

thrash. Eu ouço de tudo um pouco e as<br />

composições vêm um bocadinho daí.<br />

Não de bandas em particular mas de<br />

estilos. Todas as músicas de todas as<br />

bandas que mexem comigo acabam por<br />

ficar cá. Mas a ter de mencionar uma<br />

banda, uma que me influencia desde<br />

pequeno, Paradise Lost.<br />

A opção de usarem tanto o português<br />

como o inglês nas vossas músicas foi<br />

uma decisão pensada ou sentida?<br />

António – As duas coisas.<br />

Kronos – Sim, as duas coisas porque já<br />

falávamos disso já há bastante tempo.<br />

António – Foram exactamente as duas<br />

coisas. Fui eu que abordei, volto a<br />

repetir. Foi sentido... é mais fácil para<br />

mim se surgir a cantar de improviso,<br />

por exemplo, alguém a tocar uma<br />

malha, o que surge é mais fácil cantar<br />

em inglês. Mas como gosto de desafios<br />

e o português para mim é uma língua<br />

em que eu me movimento com alguma<br />

facilidade através da poesia... e por outro<br />

lado, comecei a achar e haviam pessoas<br />

que diziam que devíamos apostar no<br />

português... e de facto é que no mercado<br />

dentro deste género – Veinless não tem<br />

género mas dentro de um género mais<br />

pesado e metal – há pouca gente a<br />

cantar em português e a fazer este tipo<br />

de música que fazemos e foi também<br />

apostarmos ir por aí.<br />

Roger – Obviamente que teve que<br />

ser um pouco pensado. As músicas,<br />

infelizmente não se adaptam todas. Ou<br />

seja a nível de rock, a nível de metal,<br />

o português é um bocado complicado<br />

soar bem. Felizmente o Tó tem essa<br />

facilidade e nós como músicos tivemos<br />

que nos adaptar a nível de composição.<br />

Isso é notório nas músicas cantadas em<br />

português.<br />

Kronos – E foi pensado no sentido que foi<br />

uma aposta, uma abordagem diferente.<br />

Todas as componentes<br />

das letras falam de<br />

experiências físicas,<br />

espirituais, emocionais.<br />

Falam da natureza, do<br />

mundo que nos rodeia<br />

e das experiências que<br />

vamos tendo ao longo da<br />

nossa vida.<br />

Ainda em relação às letras, as mesmas<br />

são bastante fortes e dramáticas,<br />

quase que convidam a uma<br />

componente teatral que supomos que<br />

tenha uma outra vida em cima dos<br />

palcos. Quando escrevem (ou quando<br />

escreveram estas músicas) têm em<br />

conta essa componente?<br />

António – Sim, sem dúvida. Claro<br />

que sim. Todas as componentes das<br />

letras falam de experiências físicas,<br />

espirituais, emocionais. Falam da<br />

natureza, do mundo que nos rodeia e das<br />

experiências que vamos tendo ao longo<br />

da nossa vida. Não são reduzidas a uma<br />

só coisa. É um espectro enorme de<br />

emoções tanto físicas como espirituais,<br />

como extra-espirituais, como quiserem<br />

tirar proveito disso. Como tal, muitas<br />

vezes são coisas que me são intrínsecas,<br />

mas muitas vezes são coisas que<br />

também me são partilhadas por quem as<br />

ouve. De alguma maneira sente que já<br />

viveu alguns momentos daqueles e que<br />

se identifica.<br />

Roger – Inclusive tivemos algumas<br />

situações de concertos de pessoas que<br />

vieram ter connosco de propósito por<br />

causa das letras por se identificaram<br />

com determinados temas.<br />

António – Normalmente quando<br />

escrevo, escrevo para mim mas sempre<br />

com a preocução de que alguém vá ler.<br />

Com a preocupação de partilha, de não<br />

deixar que fique na gaveta. Se escrevi<br />

tenho que partilhar.<br />

Kronos – Para finalizar a ideia, nota-se<br />

quanto quando estamos a tocar vivo.<br />

Sinto que as pessoas estão a sentir as<br />

letras e as músicas.<br />

A par disso também tiveram um vídeo<br />

a ser premiado com um segundo<br />

lugar no Festival internacional de<br />

Curtas-Metragens de <strong>2017</strong>, o que é<br />

sempre gratificante. A storyline para<br />

o video-clip partiu da banda ou da<br />

equipa que produziu o video?<br />

António – Partiu da letra. O realizador<br />

é meu amigo, eu abordei-o, o João<br />

Pina, e ele pediu-me a letra. Portanto o<br />

storyboard do “Outra Vez” é a letra. Foi<br />

através dela que o João Pina concebeu<br />

todo o principio do vídeo. O João Pina<br />

não é um realizador, é uma coisa que já<br />

não existe muito no mundo do cinema.<br />

É um cinematógrafo. É um gajo que faz<br />

tudo. Realiza, produz, filma. É a equipa<br />

de filmagem toda (risos). Um grande<br />

bem haja ao João Pina, desde já um<br />

grande obrigado<br />

Quanto a concertos, o que têm<br />

planeado para divulgar “IX”?<br />

Roger – Neste momento temos duas<br />

agências para fazer principalmente a<br />

divulgação do álbum tanto em Portugal<br />

como no estrangeiro do álbum e não só.<br />

Essas agências, em principio, a ideia é<br />

marcar-nos uma digressão em Portugal<br />

e depois para irmos lá fora, caso a<br />

aceitação do álbum for boa, a nossa<br />

ideia é fazermos umas viagenzinhas,<br />

passearmos um poucquinho pela<br />

Europa principalmente. (risos) Termos<br />

uma experiência que nunca tivemos<br />

em Veinless. Alguns dos membros de<br />

Veinless já tiveram oportunidade de<br />

tocar no estrangeiro mas Veinless é uma<br />

banda muito territorial. Os nossos fãs<br />

são muito da nossa zona mas por culpa<br />

nossa porque nunca nos aventurámos<br />

muito longe, nunca nos mandámos<br />

para fora de pé, mas isso é totalmente<br />

culpa nossa porque nunca tivemos uma<br />

agência. Por sermos parvos porque<br />

é mesmo assim, porque precisamos<br />

de alguém que nos ajude. Queremos<br />

que certa maneira esse erro seja<br />

colmatado com uma agência a trabalhar<br />

com Veinless. É muito importante.<br />

Chegámos a essa conclusão passados<br />

quinze anos (risos).<br />

António – Não é nada que não tenha dito<br />

já desde início (risos) mas finalmente as<br />

mentes mais conservadoras finalmente<br />

se abriram. (risos)<br />

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