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World_of_Metal__Outubro_2017

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CRADLE OF FILTH<br />

“Damnation And A Day”<br />

Edição de Autor<br />

Quinto álbum dos<br />

Cradle Of Filth numa<br />

altura em que a banda já<br />

estava descaracterizada<br />

e já tinha alienado<br />

grande parte dos seus<br />

fãs. Há quem afirme<br />

que foi "Dusk And Her<br />

Embrace" o último<br />

trabalho que gostaram,<br />

há quem aponte "Cruelty And The Beast" e há<br />

quem tenha até resistido até ao "Midian", mas<br />

para muitos foi aqui que começaram a perder<br />

interesse pela banda britânica. Na nossa<br />

humilde opinião, este trabalho é bastante<br />

superior ao "Midian", quer em conceito<br />

quer musicalmente falando, sendo bastante<br />

ambicioso, principalmente tendo em conta<br />

que foi aqui que a banda mudou-se para a<br />

gigante Sony através da sua subsidiária - uma<br />

ligação que não iria durar muito tempo. Como<br />

curiosidade fica o facto de actualmente a editora<br />

só ter uma banda no seu catálogo, a espanhola<br />

Rosa Negra, tendo despachado todas as outras.<br />

Uma coisa admitimos e dando a palmatória<br />

aos críticos, "Damnation And A Day" é enorme<br />

e parece interminável. Em número de músicas<br />

assim como na duração do trabalho em si -<br />

quase oitenta minutos. Esse factor faz com<br />

que não seja propriamente um álbum fácil de<br />

assimilar. Outra coisa que admitimos também<br />

é que a mística dos primeiros álbuns, daqueles<br />

citados atrás, já não sobreviveu para aqui, no<br />

entanto, se formos a ver, essa mística também<br />

já não estava presente no "Midian". Pelo lado<br />

positivo temos o facto de ser uma excelente<br />

obra de metal extremo, por estas alturas já não<br />

vale a pena continuar a afirmar que tocam black<br />

metal melódico.<br />

É um álbum com uma grande atmosfera -<br />

mesmo que seja bastante distante daquela que<br />

a banda transmitia no início da carreira - tendo a<br />

contribuição para isso da componente sinfónica<br />

ter sido mesmo registada pela The Budapest<br />

Film Orchestra e pelo Budapest Film Choir e<br />

com grandes músicas, que parece-nos que não<br />

sobreviveram para além da digressão deste<br />

álbum para serem representadas em palco.<br />

Poderá não ser o álbum que escolheríamos para<br />

dar a conhecer a banda, mas é, mesmo assim,<br />

um álbum que corresponde às expectativas que<br />

temos sobre a banda, que continua a seguir a<br />

mesma tendência desde o início da sua carreira:<br />

metamorfose a cada trabalho, tanto a nível de<br />

imagem, como de música e até música e se a<br />

mudança nem sempre nos traz coisas boas,<br />

neste caso, trouxe-nos algo único.<br />

[8/10] Fernando Ferreira<br />

CULT OF THE HORNS<br />

“Chapter I - Domination“<br />

Symbol Of Domination Prod.<br />

Álbum de estreia da<br />

one-man band francesa<br />

conhecida como Cult Of<br />

Horns que foi lançado o<br />

ano passado de forma<br />

independente e que<br />

agora é reeditado pela<br />

Symbol Of Domination.<br />

Apesar do black metal<br />

estar gravado no seu<br />

código genético, há por aqui uma grande dose<br />

de death metal envolvido. De tal forma que o<br />

black metal parece estar confinado ao nome,<br />

à capa (e corpsepaint de Mephisto, o homem<br />

responsável por tudo) e ao conceito lírico.<br />

Independentemente do género, o que temos<br />

é um trabalho de metal extremo odioso que<br />

poderia ter um pouco mais de dinâmica. No<br />

entanto, sem a mesma, consegue cativar os<br />

menos exigentes. Até faz prever que seja capaz<br />

evoluir a partir daqui.<br />

[6.6/10] Fernando Ferreira<br />

EARTHQUAKE 55<br />

“Earthquake”<br />

Edição de Autor<br />

Viagem no tempo<br />

gratificante, onde<br />

vamos até um<br />

passado recente para<br />

conhecer o trabalho<br />

de estreia da banda<br />

de Cascais, este EP<br />

"Earthquake". O que<br />

podemos encontrar<br />

é um thrash metal como aquele que nos<br />

chegava na década de noventa. Nomes<br />

como Pantera, Criminal, Sepultura (fase<br />

"Chaos A.D.") ou até os nossos Painstruck<br />

surgem-nos em mente com um potencial<br />

que deverá ser ampliado e explorado<br />

para além daquilo que estes cinco temas<br />

apresentam, principalmente em termos de<br />

dinâmica. Uma apresentação promissora e<br />

uma banda a acompanhar no futuro.<br />

[7/10] Fernando Ferreira<br />

DIKTATUR<br />

“La Voie Du Sang”<br />

Melancholia Records<br />

Diktatur é um duo de<br />

black metal que se<br />

estreou em 2010 com<br />

"La Voie Du Sang"<br />

lançado em edição<br />

de autor. Sete anos<br />

depois, a Melancholia<br />

Records decide pegar<br />

no álbum e reeditálo<br />

com duas novas<br />

músicas, gravadas no presente ano. E quase<br />

que a carreira toda dos Diktatur se resume<br />

a estes dois eventos, exceptuando pelo EP<br />

editado em 2015. Com um som de black metal<br />

cru mas que não dispensa um toque de melodia<br />

de dinâmicas inesperadas para o género mais<br />

primitivo, o que só faz com que o impacto seja<br />

maior. Esta é uma excelente surpresa que para<br />

muitos será como uma novidade, já que será<br />

fácil ter passado despercebido o lançamento<br />

independente que a própria banda fez limitado<br />

a cem unidades.<br />

ENTOMBED<br />

“Hollowman”<br />

Earache Records<br />

[8/10] Fernando Ferreira<br />

É por aqui que o mítico<br />

death'n'roll começa a tomar<br />

forma, com o regresso de<br />

L-G Petrov à voz depois da<br />

ausência em "Clandestine".<br />

Não podemos dizer que esta<br />

influência venha do azul<br />

até porque se formos bem<br />

a ver os álbuns anteriores<br />

já davam indicações de<br />

algo assim, embora aqui<br />

seja mesmo muito mais acentuada. De uma forma<br />

inteligente, acaba por abrir o caminho até ao próximo<br />

álbum, o clássico "Wolverine Blues", cujo tema-título<br />

surge aqui com uma espécie de descrição do animal em<br />

si em vez das letras que surgiriam no álbum resultando<br />

numa curiosidade interessante. O que é fascinante neste<br />

EP é a forma como se sente o género embrionário, em<br />

como o death metal encaixa perfeitamente com aquele<br />

género bem roqueiro típico do rock sulista dos E.U.A.<br />

Temos duas covers (na versão original tínhamos apenas<br />

uma) sendo a primeira uma adaptação do tema do filme<br />

"Hellraiser", cujo compositor é Christopher Young, com<br />

alguns samples a acompanhar e a segunda a já clássica<br />

rendição da "God Of Thunder", original dos Kiss. Um EP<br />

destinado aos coleccionadores, mas que mesmo assim<br />

têm a sua importância histórica na carreira da banda.<br />

[7.5/10] Fernando Ferreira<br />

76<br />

EXTERMINATOR<br />

“Total Extermination”<br />

Greyhaze Records<br />

Esta é uma<br />

viagem no tempo<br />

inesperada. "Total<br />

Extermination" é um<br />

clássico obscuro da<br />

música extrema e é<br />

quando o ouvimos<br />

que percebemos<br />

o porquê de ser<br />

obscuro. Editado em 1987, numa altura<br />

em que os Sarc<strong>of</strong>ago e os Sepultura<br />

dominavam o underground brasileiro, vêse<br />

que os Exterminator tentaram seguir<br />

por um caminho semelhante. No entanto a<br />

qualidade sonora é tão má, assim como as<br />

composições são ingénuas demais, ainda<br />

mais que os próprios primórdios dos<br />

Sepultura. Este trabalho, agora reeditado<br />

em vinil, é aconselhado apenas a puristas<br />

da música extrema. Para todos os outros é<br />

coisa para fugir a sete pés. A exterminação<br />

promete ser total para os mais sensíveis.<br />

[2/10] Fernando Ferreira<br />

JUDAS PRIEST<br />

“Point Of Entry”<br />

Columbia<br />

E os Judas Priest<br />

entraram <strong>of</strong>icialmente<br />

nos anos oitenta<br />

depois da declaração<br />

metálica que foi "British<br />

Steel" e por entraram<br />

<strong>of</strong>icialmente na década<br />

de oitenta queremos<br />

dizer que nos trazem um<br />

álbum a piscar o olho ao<br />

pop descaradamente. No entanto, ao contrário de<br />

bandas como Queen, o foco continuou a estar nas<br />

guitarras, embora com melodias bem acessíveis.<br />

No entanto, será que isso é o suficiente para<br />

condenar este trabalho. Não propriamente, até<br />

porque temos aqui grandes músicas, imortais,<br />

sendo que a abertura com "Heading Out To The<br />

Highway" é um clássico indiscutível e a "Desert<br />

Plains" ainda surge nos alinhamentos dos<br />

concertos da banda britânica de vez em quando.<br />

Em termos de composição, este é um álbum<br />

estupidamente mais simples de que qualquer<br />

coisa que a banda tenha feito e músicas como<br />

"Don't Go" e "You Say Yes" dificilmente poderemos<br />

chamar de heavy metal. Pensando bem,<br />

dificilmente conseguimos chamar a qualquer<br />

música deste álbum de heavy metal. Não sabemos<br />

bem o que motivou a banda a seguir esta direcção,<br />

mas provavelmente terá algo a ver com o sucesso<br />

dos dois singles do álbum anterior, "Living After<br />

Midnight" e "Breaking The Law", dois temas bem<br />

simples. A questão é que ambos, até mesmo<br />

"Living After Midnight" tem uma aura metal por<br />

trás, o mesmo não podemos dizer de nenhum<br />

destes temas.<br />

Ainda assim, não é um mau trabalho. É hard rock<br />

com um toquezinho pop que embora tenha alguns<br />

momentos não tão conseguidos e até irritantes,<br />

não tem nada de declaradamente mau. Apenas é<br />

uma pálida amostra em relação ao que a banda<br />

fez e é capaz de fazer. Este é um dos álbuns um<br />

pouco esquecidos dentro da discografia da banda<br />

e com alguma razão já que apresenta muito pouco<br />

material que se sobressaia. Esta reedição além<br />

de trazer todos os temas remasterizados ainda<br />

traz mais dois temas bónus, "Thunder Road" (das<br />

sessões de "Ram It Down" e que por isso não se<br />

percebe lá muito bem o que raio está aqui a fazer) e<br />

uma versão ao vivo de "Desert Plains". Para quem<br />

é coleccionador, obviamente que este álbum já foi<br />

adquirido mas para quem não é ou para quem não<br />

conhece, não se deverá começar por aqui. É capaz<br />

de se ficar desanimado.<br />

[6/10] Fernando Ferreira

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