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NOSELF<br />
“Human-Cyborg Relations Episode 1”<br />
Zombie Shark Records<br />
Os NoSelf inseremse<br />
naquilo que é<br />
chamado como<br />
revivalismo nu metal.<br />
É verdade, há por aí um<br />
revivalismo nu metal,<br />
felizmente passou-nos<br />
despercebido. Com o<br />
conhecimento de que<br />
os NoSelf fazem parte<br />
do movimento limita logo a nossa boa-vontade.<br />
Felizmente o som não nos apresenta todos<br />
aqueles tiques que aprendemos a odia. Apenas<br />
alguns. Com uma compomente e conceito<br />
electrónico bastante presente que até apontam<br />
mais para o metalcore do que propriamente<br />
nu metal, este é um EP interessante e que não<br />
se distancia dos géneros citados atrás e até os<br />
abraça. É isso que acaba por nos conquistar,<br />
mesmo que o interesse não perdure muito.<br />
[6/10] Fernando Ferreira<br />
NOSTOC<br />
“Ævum”<br />
Edição de Autor<br />
Os Nostoc chegam<br />
pela calada e levam<br />
tudo à frente. "Ævum"<br />
é o álbum de estreia<br />
da banda embora não<br />
seja o seu primeiro<br />
lançamento - a banda<br />
conta com uma demo e<br />
um single no currículo<br />
- mas soa de forma<br />
tão poderosa que parece que já andam nisto há<br />
décadas. Temos death metal bruto com cariz<br />
progressivo. Temas longos e complicados que<br />
se enrolam em nosso redor e vão tecendo uma<br />
teia que nos deixa irremediavelmente presos.<br />
Este é um álbum contra a corrente do tempo.<br />
Mesmo que possa ter um efeito imediato (em<br />
nós teve) vai exigir muito mais do ouvinte<br />
do que aquilo que ele/a está provavelmente<br />
habituado. Tal como nós gostamos. Complexo,<br />
pesado, intenso. Não é preciso mais, mas eles<br />
ainda entregam mais. Pr<strong>of</strong>undidade, solos<br />
mirabolantes e uma voz cavernosa. Encerramos<br />
o nosso caso.<br />
NOVAE MILITIAE<br />
“Gash’khalah”<br />
Edição de autor<br />
O álbum começa<br />
com uma introdução<br />
sintetizada muito<br />
etérea, que introduz um<br />
black metal decadente,<br />
voz grave e demoníaca<br />
brilhantemente<br />
executada, som amplo<br />
extremo e repleto de<br />
frequências que eu chamaria ambientalmente<br />
negras. A produção está bem equilibrada e<br />
deixa que a muralha de som nos mergulhe no 2ª<br />
álbum deste projecto francês onde o ambiente<br />
de terror e desespero complementado com<br />
excelente black metal nos remete para<br />
outros produtos da imaginação. Repleto de<br />
agressividade e onde todos os sons têm o<br />
seu espaço, um excelente trabalho baseado<br />
na devastação sem grandes pausas, apenas<br />
nos ritmos deambulantes que continuam a ser<br />
pouco lentos apesar de embalantes. São cerca<br />
de 55 minutos de caos para os apreciadores.<br />
[9.3/10] Fernando Ferreira [9/10] David Carreto<br />
NOVELISTS<br />
“Noir”<br />
Edição de Autor<br />
Coisas como o rótulo<br />
metalcore progressivo<br />
deixam qualquer<br />
um desconfiado,<br />
certo? Como que se<br />
de alguma forma se<br />
tivesse a intenção<br />
de se afastar do<br />
metalcore, colocando<br />
outro elemento em cima da mesa. Talvez seja<br />
apenas teoria da conspiração ou mau feitio<br />
contra o metalcore. No entanto e em defesa<br />
do segundo álbum dos franceses Novelists, a<br />
música aqui não é má de todo. Não notamos<br />
qualquer influência progressiva. Parece tocar<br />
em todos os botões habituais do metalcore,<br />
no entanto fazem-no de forma que não nos<br />
importamos que o façam - ou seja, não<br />
enjoa. Melódico e cativante este é um álbum<br />
ao qual queremos voltar no futuro e que<br />
tem hipótese de crescer ainda mais após as<br />
primeiras audições.<br />
NUKLEAR WARFARE<br />
“Empowered By Hate”<br />
Edição de autor<br />
Thrash directo e<br />
sem rodeios é o que<br />
os alemães Nuclear<br />
Warfare nos propõem<br />
com este quinto<br />
álbum de originais.<br />
Existe um sentimento<br />
revivalista da era<br />
dourada do thrash<br />
em Empowered by Hate bem presente<br />
em musicas como After the Battle, Let<br />
the Hate Reign ou A Nice Day. Sendo esta<br />
uma banda alemã acaba por ser curioso<br />
a existência de uma música como Mata<br />
Com Faca, fruto da presença do baterista<br />
brasileiro Alexandre Brito. A produção<br />
contribui muito para o feeling old school, a<br />
simplicidade da execução assenta bem no<br />
que os Nuclear Warfare sendo a voz como<br />
ponto mais fraco. Para quem sente falta de<br />
uma boa thrashada á moda antiga esta é<br />
uma boa sugestão.<br />
[8/10] Fernando Ferreira [7.5/10] Fernando Ferreira<br />
OCCASVS<br />
“Nocturnal Majestic Mysteria”<br />
Unspeakable Axe Records<br />
"Nocturnal Majestic<br />
Mysteria" não<br />
engana ninguém. É<br />
black metal. É black<br />
metal com toques<br />
melódicos graças a<br />
arranjos de teclados.<br />
É black metal diverso<br />
e dinâmico. Soa<br />
vintage mas sem soar propriamente retro,<br />
nem tem uma colagem a qualquer cena em<br />
específico. A banda é chilena mas vai para<br />
além do estereotipo do metal extremo sularmericano,<br />
sem recair na solução fácil do<br />
metal escandinavo embora englobe aqui<br />
muitas das suas características. Não, há mais<br />
aqui. Há algo mais. Um desconforto, uma<br />
finesse e ao mesmo tempo uma brutalidade<br />
que junta death metal ao thrash metal,<br />
mistura tudo no mesmo prato e apresenta-o<br />
de forma bem atraente. Occasvs lança o seu<br />
álbum de estreia e uma grande promessa em<br />
relação ao seu futuro. Uma promessa que<br />
vamos querer cobrar.<br />
[8.3/10] Fernando Ferreira<br />
66<br />
OMINOUS SHRINE<br />
“Ο Δρόμος Της Αποθεώσεως”<br />
Edição de autor<br />
Projecto francês<br />
de blackened<br />
death metal com<br />
muitas influências<br />
de doom, no seu<br />
álbum de estreia<br />
composto por 7<br />
temas, sendo um<br />
deles uma introdução de 3minutos<br />
de ambiente negro e percussão<br />
muito tribal. Este foi um álbum que<br />
precisou de mais de uma audição para<br />
percepcionar o seu ambiente, pois<br />
apesar de algum caos na produção<br />
que se nota principalmente nas partes<br />
onde todos os instrumentos mais a<br />
voz se fazem sentir por períodos mais<br />
longos, acaba por criar um ambiente<br />
próprio e até interessante. Com partes<br />
agressivas, outras mais doomish,<br />
com voz dentro do estilo death metal,<br />
bateria sempre a guiar o ritmo, com<br />
momentos ritualistas e excelentes<br />
pormenores de criatividade. O ponto<br />
mais negativo será a produção, que<br />
apesar de captar os instrumentos<br />
em perfeitas condições, perde um<br />
pouco no equilíbrio entre eles em<br />
momentos mais agressivos, quando<br />
todos se apresentam para fazer parte<br />
da musica em questão, por outro<br />
lado cria o seu próprio ambiente e<br />
por escolha pode ser preferível uma<br />
produção mais suja. Para o ambiente<br />
negro e decadente que apresenta, é<br />
perfeitamente aceitável, e acaba por<br />
estar presente na diversidade de estilo<br />
que a banda apresenta.<br />
OMRADE<br />
“Nade”<br />
My Kingdom Music<br />
O termo Avantgarde<br />
<strong>Metal</strong> poderá induzir<br />
muitos em engano.<br />
Passamos a explicar.<br />
Qualquer que seja o<br />
subgénero do metal<br />
que tenha lá metal no<br />
meio, tudo o resto é<br />
ignorado. O que poderá<br />
levar a que se tenha algum choque quando se<br />
repare que a componente metal é pouca ou<br />
praticamente inexistente e a existir é na vertente<br />
Paradise Lost, entre o "One Second" e "Host"<br />
com algumas excepções. No entanto isso não é<br />
o mesmo que dizer que seja má música. Muito<br />
pelo contrário. Para quem gosta de relaxar num<br />
ambiente (quase) chillout, trip hop, de arranjos de<br />
clarinete e sax<strong>of</strong>one, então tem aqui um viagem<br />
em grande. Este trabalho consegue agarrar sem<br />
se colcar a nenhum género em específico, o que<br />
só faz com que soe ainda mais refrescante. Agora<br />
atenção, metal... não há muito por aqui.<br />
[7.1/10] David Crreto [7/10] Fernando Ferreira