31.10.2017 Views

World_of_Metal__Outubro_2017

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NOSELF<br />

“Human-Cyborg Relations Episode 1”<br />

Zombie Shark Records<br />

Os NoSelf inseremse<br />

naquilo que é<br />

chamado como<br />

revivalismo nu metal.<br />

É verdade, há por aí um<br />

revivalismo nu metal,<br />

felizmente passou-nos<br />

despercebido. Com o<br />

conhecimento de que<br />

os NoSelf fazem parte<br />

do movimento limita logo a nossa boa-vontade.<br />

Felizmente o som não nos apresenta todos<br />

aqueles tiques que aprendemos a odia. Apenas<br />

alguns. Com uma compomente e conceito<br />

electrónico bastante presente que até apontam<br />

mais para o metalcore do que propriamente<br />

nu metal, este é um EP interessante e que não<br />

se distancia dos géneros citados atrás e até os<br />

abraça. É isso que acaba por nos conquistar,<br />

mesmo que o interesse não perdure muito.<br />

[6/10] Fernando Ferreira<br />

NOSTOC<br />

“Ævum”<br />

Edição de Autor<br />

Os Nostoc chegam<br />

pela calada e levam<br />

tudo à frente. "Ævum"<br />

é o álbum de estreia<br />

da banda embora não<br />

seja o seu primeiro<br />

lançamento - a banda<br />

conta com uma demo e<br />

um single no currículo<br />

- mas soa de forma<br />

tão poderosa que parece que já andam nisto há<br />

décadas. Temos death metal bruto com cariz<br />

progressivo. Temas longos e complicados que<br />

se enrolam em nosso redor e vão tecendo uma<br />

teia que nos deixa irremediavelmente presos.<br />

Este é um álbum contra a corrente do tempo.<br />

Mesmo que possa ter um efeito imediato (em<br />

nós teve) vai exigir muito mais do ouvinte<br />

do que aquilo que ele/a está provavelmente<br />

habituado. Tal como nós gostamos. Complexo,<br />

pesado, intenso. Não é preciso mais, mas eles<br />

ainda entregam mais. Pr<strong>of</strong>undidade, solos<br />

mirabolantes e uma voz cavernosa. Encerramos<br />

o nosso caso.<br />

NOVAE MILITIAE<br />

“Gash’khalah”<br />

Edição de autor<br />

O álbum começa<br />

com uma introdução<br />

sintetizada muito<br />

etérea, que introduz um<br />

black metal decadente,<br />

voz grave e demoníaca<br />

brilhantemente<br />

executada, som amplo<br />

extremo e repleto de<br />

frequências que eu chamaria ambientalmente<br />

negras. A produção está bem equilibrada e<br />

deixa que a muralha de som nos mergulhe no 2ª<br />

álbum deste projecto francês onde o ambiente<br />

de terror e desespero complementado com<br />

excelente black metal nos remete para<br />

outros produtos da imaginação. Repleto de<br />

agressividade e onde todos os sons têm o<br />

seu espaço, um excelente trabalho baseado<br />

na devastação sem grandes pausas, apenas<br />

nos ritmos deambulantes que continuam a ser<br />

pouco lentos apesar de embalantes. São cerca<br />

de 55 minutos de caos para os apreciadores.<br />

[9.3/10] Fernando Ferreira [9/10] David Carreto<br />

NOVELISTS<br />

“Noir”<br />

Edição de Autor<br />

Coisas como o rótulo<br />

metalcore progressivo<br />

deixam qualquer<br />

um desconfiado,<br />

certo? Como que se<br />

de alguma forma se<br />

tivesse a intenção<br />

de se afastar do<br />

metalcore, colocando<br />

outro elemento em cima da mesa. Talvez seja<br />

apenas teoria da conspiração ou mau feitio<br />

contra o metalcore. No entanto e em defesa<br />

do segundo álbum dos franceses Novelists, a<br />

música aqui não é má de todo. Não notamos<br />

qualquer influência progressiva. Parece tocar<br />

em todos os botões habituais do metalcore,<br />

no entanto fazem-no de forma que não nos<br />

importamos que o façam - ou seja, não<br />

enjoa. Melódico e cativante este é um álbum<br />

ao qual queremos voltar no futuro e que<br />

tem hipótese de crescer ainda mais após as<br />

primeiras audições.<br />

NUKLEAR WARFARE<br />

“Empowered By Hate”<br />

Edição de autor<br />

Thrash directo e<br />

sem rodeios é o que<br />

os alemães Nuclear<br />

Warfare nos propõem<br />

com este quinto<br />

álbum de originais.<br />

Existe um sentimento<br />

revivalista da era<br />

dourada do thrash<br />

em Empowered by Hate bem presente<br />

em musicas como After the Battle, Let<br />

the Hate Reign ou A Nice Day. Sendo esta<br />

uma banda alemã acaba por ser curioso<br />

a existência de uma música como Mata<br />

Com Faca, fruto da presença do baterista<br />

brasileiro Alexandre Brito. A produção<br />

contribui muito para o feeling old school, a<br />

simplicidade da execução assenta bem no<br />

que os Nuclear Warfare sendo a voz como<br />

ponto mais fraco. Para quem sente falta de<br />

uma boa thrashada á moda antiga esta é<br />

uma boa sugestão.<br />

[8/10] Fernando Ferreira [7.5/10] Fernando Ferreira<br />

OCCASVS<br />

“Nocturnal Majestic Mysteria”<br />

Unspeakable Axe Records<br />

"Nocturnal Majestic<br />

Mysteria" não<br />

engana ninguém. É<br />

black metal. É black<br />

metal com toques<br />

melódicos graças a<br />

arranjos de teclados.<br />

É black metal diverso<br />

e dinâmico. Soa<br />

vintage mas sem soar propriamente retro,<br />

nem tem uma colagem a qualquer cena em<br />

específico. A banda é chilena mas vai para<br />

além do estereotipo do metal extremo sularmericano,<br />

sem recair na solução fácil do<br />

metal escandinavo embora englobe aqui<br />

muitas das suas características. Não, há mais<br />

aqui. Há algo mais. Um desconforto, uma<br />

finesse e ao mesmo tempo uma brutalidade<br />

que junta death metal ao thrash metal,<br />

mistura tudo no mesmo prato e apresenta-o<br />

de forma bem atraente. Occasvs lança o seu<br />

álbum de estreia e uma grande promessa em<br />

relação ao seu futuro. Uma promessa que<br />

vamos querer cobrar.<br />

[8.3/10] Fernando Ferreira<br />

66<br />

OMINOUS SHRINE<br />

“Ο Δρόμος Της Αποθεώσεως”<br />

Edição de autor<br />

Projecto francês<br />

de blackened<br />

death metal com<br />

muitas influências<br />

de doom, no seu<br />

álbum de estreia<br />

composto por 7<br />

temas, sendo um<br />

deles uma introdução de 3minutos<br />

de ambiente negro e percussão<br />

muito tribal. Este foi um álbum que<br />

precisou de mais de uma audição para<br />

percepcionar o seu ambiente, pois<br />

apesar de algum caos na produção<br />

que se nota principalmente nas partes<br />

onde todos os instrumentos mais a<br />

voz se fazem sentir por períodos mais<br />

longos, acaba por criar um ambiente<br />

próprio e até interessante. Com partes<br />

agressivas, outras mais doomish,<br />

com voz dentro do estilo death metal,<br />

bateria sempre a guiar o ritmo, com<br />

momentos ritualistas e excelentes<br />

pormenores de criatividade. O ponto<br />

mais negativo será a produção, que<br />

apesar de captar os instrumentos<br />

em perfeitas condições, perde um<br />

pouco no equilíbrio entre eles em<br />

momentos mais agressivos, quando<br />

todos se apresentam para fazer parte<br />

da musica em questão, por outro<br />

lado cria o seu próprio ambiente e<br />

por escolha pode ser preferível uma<br />

produção mais suja. Para o ambiente<br />

negro e decadente que apresenta, é<br />

perfeitamente aceitável, e acaba por<br />

estar presente na diversidade de estilo<br />

que a banda apresenta.<br />

OMRADE<br />

“Nade”<br />

My Kingdom Music<br />

O termo Avantgarde<br />

<strong>Metal</strong> poderá induzir<br />

muitos em engano.<br />

Passamos a explicar.<br />

Qualquer que seja o<br />

subgénero do metal<br />

que tenha lá metal no<br />

meio, tudo o resto é<br />

ignorado. O que poderá<br />

levar a que se tenha algum choque quando se<br />

repare que a componente metal é pouca ou<br />

praticamente inexistente e a existir é na vertente<br />

Paradise Lost, entre o "One Second" e "Host"<br />

com algumas excepções. No entanto isso não é<br />

o mesmo que dizer que seja má música. Muito<br />

pelo contrário. Para quem gosta de relaxar num<br />

ambiente (quase) chillout, trip hop, de arranjos de<br />

clarinete e sax<strong>of</strong>one, então tem aqui um viagem<br />

em grande. Este trabalho consegue agarrar sem<br />

se colcar a nenhum género em específico, o que<br />

só faz com que soe ainda mais refrescante. Agora<br />

atenção, metal... não há muito por aqui.<br />

[7.1/10] David Crreto [7/10] Fernando Ferreira

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