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MANILLA ROAD<br />
“To Kill A King”<br />
Golden Core Records<br />
Depois do brilhante<br />
The Blessed Curse,<br />
os lendários reis<br />
do metal épico<br />
Manilla Road, que<br />
celebram 40 anos<br />
de existência, estão<br />
de volta com este<br />
To Kill A King. Mark<br />
the Shark Shelton, Bryan Hellroadie<br />
Patrick e Andreas Neudi Neuderth,<br />
acompanhados à data por Phil Ross no<br />
baixo, projetam neste trabalho aquilo que<br />
é a imagem destes Manilla: riffs e solos<br />
bem melódicos e muito característicos,<br />
projetados num ritmo muito próprio, os<br />
duelos nas vozes de Patrick e Shelton, e<br />
a sólida secção rítmica, numa batida bem<br />
progressiva, tudo traduzido em 10 faixas<br />
bem consistentes e plenas de criatividade,<br />
passando por momentos de demonstração<br />
de metal bem furioso, rasgado, The Arena<br />
é disso um bom exemplo, que ao mesmo<br />
tempo serve para elevar a melancolia<br />
trazida da faixa anterior. A longa abertura<br />
deixa antever a boa forma do quarteto<br />
do Wichita, Kansas, e ao longo de todo o<br />
trabalho faixas como Castle <strong>of</strong> the Devile<br />
Ghost Warriors, trazem logo à memória os<br />
bons velhos tempos, que os tornou uma<br />
das bandas de culto da cena heavy metal<br />
e que ainda hoje são respeitados por todo<br />
o seu percurso. Shelton é um mestre do<br />
metal, queiramos ou não, o percurso da<br />
banda fala por si e quem desenha hinos<br />
como The Talismane The Other Side<br />
não precisa de outro reconhecimento se<br />
não o dos seus fans. Estamos perante<br />
um trabalho nada antiquado, muito<br />
bem pensado e também ele capaz de<br />
demonstrar o som constante e evolutivo<br />
da banda, que se percebe sempre fiel às<br />
suas raízes. Os Manilla continuam a elevar<br />
os seus padrões criativos e a demonstrar<br />
que velhos são os trapos!<br />
MIDNITE CITY<br />
“Midnite City”<br />
AOR Heaven<br />
Ai está mais uma<br />
nova banda que<br />
tem na sua formção<br />
Midnite City o líder<br />
dos Tigertailz,<br />
Rob Wylde, Pete<br />
Newdeck (Newman<br />
/ Eden's Curse,<br />
Blood Red Saints),<br />
o guitarrista Miles Meakin e Shawn<br />
Charvette em teclados. O som de Midnite<br />
City é basicamente o rock duro melódico<br />
dos anos 80 com algumas pinças fortes<br />
da cena Hair <strong>Metal</strong>. São musicas muito<br />
surpreendentes de tirar o folego com<br />
guitarras bem fortes, com vocais cheios de<br />
atitude, criando grandes melodias! Notase<br />
o à vontade para compor musica dentro<br />
desta sonoridade, sendo uma estreia<br />
muito bem conseguida. A não perder de<br />
vista! Grande trabalho!<br />
[10/10] Miguel Correia [10/10] Miguel Correia<br />
64<br />
MIDNITE HELLION<br />
“Condemned To Hell ”<br />
Witches Brew<br />
Considerando<br />
as inúmeras<br />
mudanças de<br />
formação nos<br />
últimos seis<br />
anos (pelo<br />
menos quatorze<br />
guitarristas, baixistas e vocalistas<br />
diferentes já não estão na banda),<br />
o que sempre provoca alguma<br />
instabilidade, Condemned To Hell é um<br />
punhado de nove faixas de excelência<br />
que que cruzam linhas thrash e<br />
metal clássico. A formação atual está<br />
reduzida a um trio, mas onde a base é<br />
composta pelo baterista Drew Rizzo e<br />
o baixista / vocalista Rich Kubik. Bom,<br />
voltando ao álbum, as duas primeiras<br />
faixas, podem-nos deixar de pé atrás,<br />
não causando muito impacto e ouvir<br />
nessa fase de interlúdio a passagem<br />
sonora de Michael Jackson Black Or<br />
White seguido de um...wait a minute,<br />
this is not heavy metal...arrancando<br />
de punho erguido para um conjunto<br />
de riffs bem duros e pesados bem old<br />
school, mas como disse atrás, que<br />
não impressionam! Daí em diante as<br />
coisas aquecem e bem! Cross The<br />
LIne, é mesmo um atravessar de linha,<br />
para algo então muito, mas muito<br />
thrasher, com grandes solos e ritmos<br />
rasgados. Para a banda de New Jersey,<br />
fica o conselho: estabilidade, porque<br />
as ideias estão aí, mas precisam de ser<br />
mais equilibradas. Vamos aguardar<br />
por futuro lançamentos.<br />
[7/10] Miguel Correia<br />
MIST OF MISERY<br />
“Shackles Of Life”<br />
Black Lion Records<br />
O duo sueco<br />
conhecido como Mist<br />
Of Misery (entretanto<br />
ampliado a quarteto)<br />
deu nas vistas com<br />
o segundo álbum de<br />
originais editado no<br />
ano passado. Quem<br />
gostou nem teve que<br />
esperar muito tempo por nova música já que<br />
aqui está este EP que nos traz três temas<br />
novos acompanhados de três interlúdios<br />
e uma outro. A fórmula do seu black metal<br />
sinfónico e melancólico continua bem<br />
acutilante e eficaz. A fugir ao pós-black<br />
metal, abraçando o género mais tradicional<br />
mas ainda assim a não fugir à melodia, este<br />
é um EP indicado para quem gosta música<br />
orquestral e emocional, sem esquecer,<br />
obviamente o peso. Um bom momento da<br />
banda para se introduzir ao seu som.<br />
MITOCHONDRION<br />
“Antinumerology”<br />
Krucyator Production<br />
De vez em quando<br />
falamos do poder<br />
terapeutico da música<br />
indie ou ambient,<br />
como desintoxicação.<br />
Não só da metalda<br />
como do próprio<br />
stress. É um ponto<br />
válido no qual<br />
acreditamos ser fundamental à sanidade<br />
humana. Outro bastante válido para o<br />
mesmo fim é precisamente ouvir algo como<br />
este EP dos Mitochondrion, banda canadiana<br />
de black/death metal que espalha porrada a<br />
torto e direito como se fosse um cruzamento<br />
do Stallone com o Schwarzenegger.<br />
Daquela que até nos faz sugar toda a nossa<br />
agressividade depois de a puxar ao de cimo<br />
e sentir uma libertação como se tivessemos<br />
cinco horas no ginásio. Aliás, se esta música<br />
estivesse no ginásio era garantido que os<br />
treinos passavam de uma hora para meia.<br />
[8/10] Fernando Ferreira [8.3/10] Fernando Ferreira<br />
MOONLIGHT DESIRES<br />
“Just The Hits: 1981-1985”<br />
Edição de Autor<br />
Esta é uma ideia<br />
fantástica que já<br />
anda na nossa<br />
mente desde...<br />
sempre? Não, não<br />
nos roubaram a<br />
ideia, até porque não<br />
registámos patente mas como bons filhos<br />
da década de oitenta, não há nada mais<br />
que nos encante que pegar em músicas<br />
pop da nossa infância e adolescência e<br />
vê-la transportada para o universo rock.<br />
Imensas bandas já o fizeram no passado<br />
- os Atrocity são uma das mais ilustres<br />
- pelo que os Moonlight Desires não são<br />
revolucionários. Nem pretendem sê-lo<br />
mas o que fazem, fazem-no com uma<br />
mestria assinalável. Este é o segundo<br />
trabalho (a estreia veio na forma de<br />
"Frankie Goes To Hamilton", onde se<br />
dedicaram a reiventar músicas clássicas<br />
de amor) e é um mimo. Principalmente<br />
pela forma como músicas pop da década<br />
de oitenta são transformadas em temas<br />
rock moderno. Temos Duran Duran, Rod<br />
Stewart, Kim Carnes, Simply Red, Frankie<br />
Goes To Hollywood, entre outros. Esta<br />
é uma viagem no tempo que nem se dá<br />
conta que se está a ter, o que só demonstra<br />
tanto a qualidade das músicas como a<br />
capacidade da banda em reinventar temas.<br />
Só falta referir que os impulsionadores da<br />
banda são os mesmos por trás da série<br />
"Sons Of Butcher" (uma espécie de Spinal<br />
Tap canadiano), cujo tema é o genérico do<br />
nosso program Entrevista Estapafúrdia.<br />
Brilhante!<br />
[9/10] Fernando Ferreira