31.10.2017 Views

World_of_Metal__Outubro_2017

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MANILLA ROAD<br />

“To Kill A King”<br />

Golden Core Records<br />

Depois do brilhante<br />

The Blessed Curse,<br />

os lendários reis<br />

do metal épico<br />

Manilla Road, que<br />

celebram 40 anos<br />

de existência, estão<br />

de volta com este<br />

To Kill A King. Mark<br />

the Shark Shelton, Bryan Hellroadie<br />

Patrick e Andreas Neudi Neuderth,<br />

acompanhados à data por Phil Ross no<br />

baixo, projetam neste trabalho aquilo que<br />

é a imagem destes Manilla: riffs e solos<br />

bem melódicos e muito característicos,<br />

projetados num ritmo muito próprio, os<br />

duelos nas vozes de Patrick e Shelton, e<br />

a sólida secção rítmica, numa batida bem<br />

progressiva, tudo traduzido em 10 faixas<br />

bem consistentes e plenas de criatividade,<br />

passando por momentos de demonstração<br />

de metal bem furioso, rasgado, The Arena<br />

é disso um bom exemplo, que ao mesmo<br />

tempo serve para elevar a melancolia<br />

trazida da faixa anterior. A longa abertura<br />

deixa antever a boa forma do quarteto<br />

do Wichita, Kansas, e ao longo de todo o<br />

trabalho faixas como Castle <strong>of</strong> the Devile<br />

Ghost Warriors, trazem logo à memória os<br />

bons velhos tempos, que os tornou uma<br />

das bandas de culto da cena heavy metal<br />

e que ainda hoje são respeitados por todo<br />

o seu percurso. Shelton é um mestre do<br />

metal, queiramos ou não, o percurso da<br />

banda fala por si e quem desenha hinos<br />

como The Talismane The Other Side<br />

não precisa de outro reconhecimento se<br />

não o dos seus fans. Estamos perante<br />

um trabalho nada antiquado, muito<br />

bem pensado e também ele capaz de<br />

demonstrar o som constante e evolutivo<br />

da banda, que se percebe sempre fiel às<br />

suas raízes. Os Manilla continuam a elevar<br />

os seus padrões criativos e a demonstrar<br />

que velhos são os trapos!<br />

MIDNITE CITY<br />

“Midnite City”<br />

AOR Heaven<br />

Ai está mais uma<br />

nova banda que<br />

tem na sua formção<br />

Midnite City o líder<br />

dos Tigertailz,<br />

Rob Wylde, Pete<br />

Newdeck (Newman<br />

/ Eden's Curse,<br />

Blood Red Saints),<br />

o guitarrista Miles Meakin e Shawn<br />

Charvette em teclados. O som de Midnite<br />

City é basicamente o rock duro melódico<br />

dos anos 80 com algumas pinças fortes<br />

da cena Hair <strong>Metal</strong>. São musicas muito<br />

surpreendentes de tirar o folego com<br />

guitarras bem fortes, com vocais cheios de<br />

atitude, criando grandes melodias! Notase<br />

o à vontade para compor musica dentro<br />

desta sonoridade, sendo uma estreia<br />

muito bem conseguida. A não perder de<br />

vista! Grande trabalho!<br />

[10/10] Miguel Correia [10/10] Miguel Correia<br />

64<br />

MIDNITE HELLION<br />

“Condemned To Hell ”<br />

Witches Brew<br />

Considerando<br />

as inúmeras<br />

mudanças de<br />

formação nos<br />

últimos seis<br />

anos (pelo<br />

menos quatorze<br />

guitarristas, baixistas e vocalistas<br />

diferentes já não estão na banda),<br />

o que sempre provoca alguma<br />

instabilidade, Condemned To Hell é um<br />

punhado de nove faixas de excelência<br />

que que cruzam linhas thrash e<br />

metal clássico. A formação atual está<br />

reduzida a um trio, mas onde a base é<br />

composta pelo baterista Drew Rizzo e<br />

o baixista / vocalista Rich Kubik. Bom,<br />

voltando ao álbum, as duas primeiras<br />

faixas, podem-nos deixar de pé atrás,<br />

não causando muito impacto e ouvir<br />

nessa fase de interlúdio a passagem<br />

sonora de Michael Jackson Black Or<br />

White seguido de um...wait a minute,<br />

this is not heavy metal...arrancando<br />

de punho erguido para um conjunto<br />

de riffs bem duros e pesados bem old<br />

school, mas como disse atrás, que<br />

não impressionam! Daí em diante as<br />

coisas aquecem e bem! Cross The<br />

LIne, é mesmo um atravessar de linha,<br />

para algo então muito, mas muito<br />

thrasher, com grandes solos e ritmos<br />

rasgados. Para a banda de New Jersey,<br />

fica o conselho: estabilidade, porque<br />

as ideias estão aí, mas precisam de ser<br />

mais equilibradas. Vamos aguardar<br />

por futuro lançamentos.<br />

[7/10] Miguel Correia<br />

MIST OF MISERY<br />

“Shackles Of Life”<br />

Black Lion Records<br />

O duo sueco<br />

conhecido como Mist<br />

Of Misery (entretanto<br />

ampliado a quarteto)<br />

deu nas vistas com<br />

o segundo álbum de<br />

originais editado no<br />

ano passado. Quem<br />

gostou nem teve que<br />

esperar muito tempo por nova música já que<br />

aqui está este EP que nos traz três temas<br />

novos acompanhados de três interlúdios<br />

e uma outro. A fórmula do seu black metal<br />

sinfónico e melancólico continua bem<br />

acutilante e eficaz. A fugir ao pós-black<br />

metal, abraçando o género mais tradicional<br />

mas ainda assim a não fugir à melodia, este<br />

é um EP indicado para quem gosta música<br />

orquestral e emocional, sem esquecer,<br />

obviamente o peso. Um bom momento da<br />

banda para se introduzir ao seu som.<br />

MITOCHONDRION<br />

“Antinumerology”<br />

Krucyator Production<br />

De vez em quando<br />

falamos do poder<br />

terapeutico da música<br />

indie ou ambient,<br />

como desintoxicação.<br />

Não só da metalda<br />

como do próprio<br />

stress. É um ponto<br />

válido no qual<br />

acreditamos ser fundamental à sanidade<br />

humana. Outro bastante válido para o<br />

mesmo fim é precisamente ouvir algo como<br />

este EP dos Mitochondrion, banda canadiana<br />

de black/death metal que espalha porrada a<br />

torto e direito como se fosse um cruzamento<br />

do Stallone com o Schwarzenegger.<br />

Daquela que até nos faz sugar toda a nossa<br />

agressividade depois de a puxar ao de cimo<br />

e sentir uma libertação como se tivessemos<br />

cinco horas no ginásio. Aliás, se esta música<br />

estivesse no ginásio era garantido que os<br />

treinos passavam de uma hora para meia.<br />

[8/10] Fernando Ferreira [8.3/10] Fernando Ferreira<br />

MOONLIGHT DESIRES<br />

“Just The Hits: 1981-1985”<br />

Edição de Autor<br />

Esta é uma ideia<br />

fantástica que já<br />

anda na nossa<br />

mente desde...<br />

sempre? Não, não<br />

nos roubaram a<br />

ideia, até porque não<br />

registámos patente mas como bons filhos<br />

da década de oitenta, não há nada mais<br />

que nos encante que pegar em músicas<br />

pop da nossa infância e adolescência e<br />

vê-la transportada para o universo rock.<br />

Imensas bandas já o fizeram no passado<br />

- os Atrocity são uma das mais ilustres<br />

- pelo que os Moonlight Desires não são<br />

revolucionários. Nem pretendem sê-lo<br />

mas o que fazem, fazem-no com uma<br />

mestria assinalável. Este é o segundo<br />

trabalho (a estreia veio na forma de<br />

"Frankie Goes To Hamilton", onde se<br />

dedicaram a reiventar músicas clássicas<br />

de amor) e é um mimo. Principalmente<br />

pela forma como músicas pop da década<br />

de oitenta são transformadas em temas<br />

rock moderno. Temos Duran Duran, Rod<br />

Stewart, Kim Carnes, Simply Red, Frankie<br />

Goes To Hollywood, entre outros. Esta<br />

é uma viagem no tempo que nem se dá<br />

conta que se está a ter, o que só demonstra<br />

tanto a qualidade das músicas como a<br />

capacidade da banda em reinventar temas.<br />

Só falta referir que os impulsionadores da<br />

banda são os mesmos por trás da série<br />

"Sons Of Butcher" (uma espécie de Spinal<br />

Tap canadiano), cujo tema é o genérico do<br />

nosso program Entrevista Estapafúrdia.<br />

Brilhante!<br />

[9/10] Fernando Ferreira

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