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CRIPPER<br />
“Follow Me: Kill”<br />
<strong>Metal</strong> Blade Records<br />
Os Cripper estão de<br />
volta com o seu quinto<br />
trabalho. Para quem<br />
não sabe, esta é uma<br />
banda de death/thrash<br />
metal potente que tem<br />
na voz Britta "Elchkuh"<br />
Görtz o seu destaque.<br />
No entanto, nem só<br />
de voz bruta por parte de uma mulher vivem<br />
os Cripper, há por aqui mérito instrumental<br />
suficiente para manter o interesse durante<br />
todo o trabalho. É pena é que esse interesse<br />
não seja mantido de forma mais convincente.<br />
Por outras palavras faltam aqui malhões,<br />
daqueles que nos deixem espantados e<br />
boquiabertos. Claro que existem bons riffs e<br />
solos, no entanto, nada que nos deslumbre.<br />
Para quem se esteja a sentir menos exigente<br />
e apenas quer ganga da forte, este é o disco<br />
a ouvir<br />
[6.9/10] Fernando Ferreira<br />
DARK AVENGER<br />
“The Beloved Bones: Hell”<br />
Rockshots Records<br />
Nos tempos em que<br />
a Rock Brigade ainda<br />
era distribuída em<br />
Portugal lembro-me do<br />
lançamento do primeiro<br />
álbum dos brasileiros<br />
Dark Avenger. Na altura<br />
não tinha acesso à<br />
internet para ir logo<br />
atrás de nomes para<br />
comprovar as boas críticas mas ficaram sempre<br />
as boas palavras deixadas para esse trabalho que<br />
me levariam a adquiri-lo assim que o encontrei.<br />
Entretanto a Rock Brigade deixou de ser distribuída<br />
por cá, a banda lançou mais um álbum em 2001 e<br />
viria a cessar funções poucos anos depois. Voltaria<br />
ao activo na presente década com um álbum<br />
de estúdio e este é o seu quarto. E o que temos<br />
aqui? Heavy/power metal de excelente qualidade<br />
que não se limita aos lugares comuns do género<br />
e até se arma em bruto e vai um pouco mais longe<br />
por vezes com guturais e ritmos que não soariam<br />
deslocados num álbum de death/thrash metal.<br />
Não só a banda voltou com a garra toda como<br />
está disposta a evoluir e a arriscar. Como é que<br />
podemos não gostar disso?<br />
[9/10] Fernando Ferreira<br />
DAGOBA<br />
“Black Nova”<br />
Century Media Records<br />
Ainda me lembro da<br />
primeira vez que ouvi<br />
falar dos Dagoba.<br />
Uma altura em que o<br />
metal moderno, soava<br />
realmente moderno,<br />
graças a alguns.<br />
Apesar da banda não<br />
ter impressionado o<br />
mundo do metal por<br />
aí além, a sua qualidade permaneceu ao longo<br />
dos anos mesmo sem deslumbrar. No mundo<br />
cínico em que vivemos, pensamos que uma<br />
banda com este historial já não nos consegue<br />
surpreender. Bem... surpresa! "Black Nova"<br />
é um grande disco de metal moderno de<br />
retinques industrial. Não soa como se andasse<br />
atrás de uma moda qualquer e soa fresco. Mais<br />
que isso, não é uma lista de lugares comuns,<br />
é um conjunto de grandes temas, melódicos,<br />
pesados e até, pasme-se, memoráveis. Como<br />
já dissemos muitas vezes, o preconceito é um<br />
atraso de vida.<br />
DARKFLIGHT<br />
[8.7/10] Fernando Ferreira<br />
“The Hereafter”<br />
Symbol Of Domination Prod.<br />
Depressão, here we<br />
go. Estando num lugar<br />
particularmente feliz da<br />
nossa vida, chegamos<br />
a temer que possamos<br />
perder a capacidade<br />
de analisar a bela<br />
da proposta doom<br />
depressiva. Como não<br />
viramos as costas aos<br />
desafios foi satisfação que mergulhamos na<br />
depressão musical dos búlgaros Darkflight.<br />
Este é já o seu quarto álbum (a banda tem<br />
atravessado algumas peripécias na sua carreira<br />
o que não admira que ganhem motivações para<br />
tocar música depressiva) e traz-nos seis longos<br />
temas, onde o ritmo não passa do downtempo<br />
mas é cheio de dinâmicas, principalmente ao<br />
nível da voz e da guitarra solo. Bons arranjos<br />
e no geral bons temas, que fazem com que este<br />
trabalho seja um dos grandes destaques do ano<br />
no que ao black/doom diz respeito.<br />
[8.5/10] Fernando Ferreira<br />
DANIELE MYLES<br />
“Euphoria's Haze”<br />
Daniele Myles Records<br />
"Euphoria's Haze"<br />
é interessante e ao<br />
mesmo tempo deixa-nos<br />
perplexos. Não reinventa<br />
a roda - até pega<br />
num género bastante<br />
explorado, o hard'n'heavy<br />
- mas mistura diversos<br />
tiques que até nem<br />
costuma aparecer juntos.<br />
Temos uma voz que remonta ao hard rock mais<br />
glam, uma produção caseira mas que até resulta, e<br />
pormenores de baixo e guitarra bem interessantes<br />
(a bateria parece-nos programada mas com um<br />
óbvio esforço em disfarçar esse facto). É um álbum<br />
de estreia promissor pelo talento evidenciado mas<br />
que nos indica vários pormenores a ter em conta,<br />
principalmente na mistura. A voz de Daniele é<br />
característica e parece-nos que a mistura não a<br />
favorece, expondo-a demasiado. A bateria está<br />
demasiado alta, principalmente o pedal. São<br />
detalhes mas que acabam por deixar o pé atrás,<br />
principalmente nas primeiras audições. Bons<br />
temas, e muito potencial. Agora é preciso uma<br />
mistura mais equilibrada para salientar os pontos<br />
fortes e minimizar os fracos.<br />
[6.7/10] Fernando Ferreira<br />
DAWN OF DISEASE<br />
“Ascension Gate“<br />
Napalm Records<br />
O death metal melódico<br />
parece mesmo estar<br />
na ordem do dia o<br />
que só nos prova de<br />
que quando as modas<br />
passam, só fica mesmo<br />
a boa música. E por<br />
death melódico, falamos<br />
daquele tradicional, que<br />
além da brutalidade<br />
do death metal, lhe junta leads de guitarra bem<br />
atractivo e as harmonias que são reminiscentes<br />
de uns Iron Maiden e Judas Priest. Ou por outras<br />
palavras, não há aqui sombras de metalcore. Os<br />
Dawn Of Disease já nos habituaram à qualidade e<br />
este quarto álbum surge apenas como surpresa por<br />
ser lançado tão pouco tempo depois de "Worship<br />
The Grave", de 2016. Um conjunto bastante forte<br />
de músicas que vai para além do gimmick retro.<br />
Isto é a clássico, metal clássico intemporal. E por<br />
muito que seja entusiasmo imediato causado por<br />
malhões como "Perimortal" ou o épico "Mundus<br />
Inversus", temos fé que vamos voltar a ele muitas<br />
mais vezes no futuro e com igual entusiasmo.<br />
[9/10] Fernando Ferreira<br />
DEAD LORD<br />
“In Ignorance We Trust”<br />
Century Media Records<br />
Confesso que<br />
à primeira este<br />
trabalho irritoume.<br />
Não por ser<br />
assumidamente<br />
retro, nem por ter<br />
uma voz, melodias<br />
e harmonias de<br />
guitarras à la Phil<br />
Lynott/Thin Lizzy, até porque seriam<br />
razões para gostar logo à partida. Não,<br />
foi mesmo por parecer-nos apático. Sem<br />
força. Algo que consequentes audições foi<br />
desaparecendo embora fiquemos com a<br />
noção de que um pouco mais de pujança<br />
não fariam mal a estas músicas, no entanto,<br />
se isso acontecesse provavelmente o seu<br />
charme iria à vida também. Soa vintage<br />
mas sem grande pretensões, este é um<br />
álbum que para quem tem saudades<br />
de Thin Lizzy e da sua fórmula de fazer<br />
música fará todo o sentido conhecer.<br />
[7/10] Fernando Ferreira<br />
DEAD RIDER<br />
“Crew Licks”<br />
Drag City<br />
Este som é estranho.<br />
Já ouvimos sons<br />
estranhos antes<br />
e por norma até<br />
gostamos mas este...<br />
deixa-nos perplexos.<br />
Desconcertante<br />
música electrónica<br />
que começa por soar<br />
ambient passando depois para um blues rock<br />
inspiradissimo, com bons solos, passando<br />
a trip hop, voltando ao rock, desta feita até<br />
bem clássico, mergulhando no rock industrial<br />
típico da década de noventa (onde os Nine<br />
Inch Nails são a principal referência) e é por<br />
esta altura que nos declaramos <strong>of</strong>icialmente<br />
perdidos. A faceta rock é bem interessante,<br />
seja pelo groove seja pelo trabalho da guitarra<br />
solo. A componente electrónica também nos<br />
soa nostalgicamente bem. O problema é que<br />
tudo isto junto, não soa a um produto coeso.<br />
Interessante mas poderia ser bem mais que<br />
isso.<br />
DER WEG EINER FREIHEIT<br />
“Finisterre”<br />
Season Of Mist<br />
Os Der Weg Einer<br />
podem não ser a<br />
proposta típica de black<br />
metal - pelo menos<br />
a avaliar pelas suas<br />
fotos promocionais<br />
- mas depois de se<br />
ouvir chega-se à<br />
conclusão daquilo<br />
que já sabemos - a imagem vale o que vale<br />
e é melhor sempre comprovar do que confiar<br />
em julgamentos preconceituosos. Ao quarto<br />
álbum a banda demonstra já ser bem veterana<br />
na arte de compor grandes temas de black<br />
metal épico e melódico e aqui apresentam<br />
mais cinco longos temas (os mais curtos têm<br />
cerca de cinco minutos cada) onde a melodia<br />
andam de mãos dadas com a agressividade,<br />
sem ser necessário recorrer às tendências<br />
mais recentes do pós-black metal (não que<br />
exista algo de errado com isso). Melancólico,<br />
pesado e épico são apenas algumas das suas<br />
características. Surpreendentemente viciante<br />
é aquela que mais nos fica em mente.<br />
[5.5/10] Fernando Ferreira [9.2/10] Fernando Ferreira<br />
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