31.10.2017 Views

World_of_Metal__Outubro_2017

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CRIPPER<br />

“Follow Me: Kill”<br />

<strong>Metal</strong> Blade Records<br />

Os Cripper estão de<br />

volta com o seu quinto<br />

trabalho. Para quem<br />

não sabe, esta é uma<br />

banda de death/thrash<br />

metal potente que tem<br />

na voz Britta "Elchkuh"<br />

Görtz o seu destaque.<br />

No entanto, nem só<br />

de voz bruta por parte de uma mulher vivem<br />

os Cripper, há por aqui mérito instrumental<br />

suficiente para manter o interesse durante<br />

todo o trabalho. É pena é que esse interesse<br />

não seja mantido de forma mais convincente.<br />

Por outras palavras faltam aqui malhões,<br />

daqueles que nos deixem espantados e<br />

boquiabertos. Claro que existem bons riffs e<br />

solos, no entanto, nada que nos deslumbre.<br />

Para quem se esteja a sentir menos exigente<br />

e apenas quer ganga da forte, este é o disco<br />

a ouvir<br />

[6.9/10] Fernando Ferreira<br />

DARK AVENGER<br />

“The Beloved Bones: Hell”<br />

Rockshots Records<br />

Nos tempos em que<br />

a Rock Brigade ainda<br />

era distribuída em<br />

Portugal lembro-me do<br />

lançamento do primeiro<br />

álbum dos brasileiros<br />

Dark Avenger. Na altura<br />

não tinha acesso à<br />

internet para ir logo<br />

atrás de nomes para<br />

comprovar as boas críticas mas ficaram sempre<br />

as boas palavras deixadas para esse trabalho que<br />

me levariam a adquiri-lo assim que o encontrei.<br />

Entretanto a Rock Brigade deixou de ser distribuída<br />

por cá, a banda lançou mais um álbum em 2001 e<br />

viria a cessar funções poucos anos depois. Voltaria<br />

ao activo na presente década com um álbum<br />

de estúdio e este é o seu quarto. E o que temos<br />

aqui? Heavy/power metal de excelente qualidade<br />

que não se limita aos lugares comuns do género<br />

e até se arma em bruto e vai um pouco mais longe<br />

por vezes com guturais e ritmos que não soariam<br />

deslocados num álbum de death/thrash metal.<br />

Não só a banda voltou com a garra toda como<br />

está disposta a evoluir e a arriscar. Como é que<br />

podemos não gostar disso?<br />

[9/10] Fernando Ferreira<br />

DAGOBA<br />

“Black Nova”<br />

Century Media Records<br />

Ainda me lembro da<br />

primeira vez que ouvi<br />

falar dos Dagoba.<br />

Uma altura em que o<br />

metal moderno, soava<br />

realmente moderno,<br />

graças a alguns.<br />

Apesar da banda não<br />

ter impressionado o<br />

mundo do metal por<br />

aí além, a sua qualidade permaneceu ao longo<br />

dos anos mesmo sem deslumbrar. No mundo<br />

cínico em que vivemos, pensamos que uma<br />

banda com este historial já não nos consegue<br />

surpreender. Bem... surpresa! "Black Nova"<br />

é um grande disco de metal moderno de<br />

retinques industrial. Não soa como se andasse<br />

atrás de uma moda qualquer e soa fresco. Mais<br />

que isso, não é uma lista de lugares comuns,<br />

é um conjunto de grandes temas, melódicos,<br />

pesados e até, pasme-se, memoráveis. Como<br />

já dissemos muitas vezes, o preconceito é um<br />

atraso de vida.<br />

DARKFLIGHT<br />

[8.7/10] Fernando Ferreira<br />

“The Hereafter”<br />

Symbol Of Domination Prod.<br />

Depressão, here we<br />

go. Estando num lugar<br />

particularmente feliz da<br />

nossa vida, chegamos<br />

a temer que possamos<br />

perder a capacidade<br />

de analisar a bela<br />

da proposta doom<br />

depressiva. Como não<br />

viramos as costas aos<br />

desafios foi satisfação que mergulhamos na<br />

depressão musical dos búlgaros Darkflight.<br />

Este é já o seu quarto álbum (a banda tem<br />

atravessado algumas peripécias na sua carreira<br />

o que não admira que ganhem motivações para<br />

tocar música depressiva) e traz-nos seis longos<br />

temas, onde o ritmo não passa do downtempo<br />

mas é cheio de dinâmicas, principalmente ao<br />

nível da voz e da guitarra solo. Bons arranjos<br />

e no geral bons temas, que fazem com que este<br />

trabalho seja um dos grandes destaques do ano<br />

no que ao black/doom diz respeito.<br />

[8.5/10] Fernando Ferreira<br />

DANIELE MYLES<br />

“Euphoria's Haze”<br />

Daniele Myles Records<br />

"Euphoria's Haze"<br />

é interessante e ao<br />

mesmo tempo deixa-nos<br />

perplexos. Não reinventa<br />

a roda - até pega<br />

num género bastante<br />

explorado, o hard'n'heavy<br />

- mas mistura diversos<br />

tiques que até nem<br />

costuma aparecer juntos.<br />

Temos uma voz que remonta ao hard rock mais<br />

glam, uma produção caseira mas que até resulta, e<br />

pormenores de baixo e guitarra bem interessantes<br />

(a bateria parece-nos programada mas com um<br />

óbvio esforço em disfarçar esse facto). É um álbum<br />

de estreia promissor pelo talento evidenciado mas<br />

que nos indica vários pormenores a ter em conta,<br />

principalmente na mistura. A voz de Daniele é<br />

característica e parece-nos que a mistura não a<br />

favorece, expondo-a demasiado. A bateria está<br />

demasiado alta, principalmente o pedal. São<br />

detalhes mas que acabam por deixar o pé atrás,<br />

principalmente nas primeiras audições. Bons<br />

temas, e muito potencial. Agora é preciso uma<br />

mistura mais equilibrada para salientar os pontos<br />

fortes e minimizar os fracos.<br />

[6.7/10] Fernando Ferreira<br />

DAWN OF DISEASE<br />

“Ascension Gate“<br />

Napalm Records<br />

O death metal melódico<br />

parece mesmo estar<br />

na ordem do dia o<br />

que só nos prova de<br />

que quando as modas<br />

passam, só fica mesmo<br />

a boa música. E por<br />

death melódico, falamos<br />

daquele tradicional, que<br />

além da brutalidade<br />

do death metal, lhe junta leads de guitarra bem<br />

atractivo e as harmonias que são reminiscentes<br />

de uns Iron Maiden e Judas Priest. Ou por outras<br />

palavras, não há aqui sombras de metalcore. Os<br />

Dawn Of Disease já nos habituaram à qualidade e<br />

este quarto álbum surge apenas como surpresa por<br />

ser lançado tão pouco tempo depois de "Worship<br />

The Grave", de 2016. Um conjunto bastante forte<br />

de músicas que vai para além do gimmick retro.<br />

Isto é a clássico, metal clássico intemporal. E por<br />

muito que seja entusiasmo imediato causado por<br />

malhões como "Perimortal" ou o épico "Mundus<br />

Inversus", temos fé que vamos voltar a ele muitas<br />

mais vezes no futuro e com igual entusiasmo.<br />

[9/10] Fernando Ferreira<br />

DEAD LORD<br />

“In Ignorance We Trust”<br />

Century Media Records<br />

Confesso que<br />

à primeira este<br />

trabalho irritoume.<br />

Não por ser<br />

assumidamente<br />

retro, nem por ter<br />

uma voz, melodias<br />

e harmonias de<br />

guitarras à la Phil<br />

Lynott/Thin Lizzy, até porque seriam<br />

razões para gostar logo à partida. Não,<br />

foi mesmo por parecer-nos apático. Sem<br />

força. Algo que consequentes audições foi<br />

desaparecendo embora fiquemos com a<br />

noção de que um pouco mais de pujança<br />

não fariam mal a estas músicas, no entanto,<br />

se isso acontecesse provavelmente o seu<br />

charme iria à vida também. Soa vintage<br />

mas sem grande pretensões, este é um<br />

álbum que para quem tem saudades<br />

de Thin Lizzy e da sua fórmula de fazer<br />

música fará todo o sentido conhecer.<br />

[7/10] Fernando Ferreira<br />

DEAD RIDER<br />

“Crew Licks”<br />

Drag City<br />

Este som é estranho.<br />

Já ouvimos sons<br />

estranhos antes<br />

e por norma até<br />

gostamos mas este...<br />

deixa-nos perplexos.<br />

Desconcertante<br />

música electrónica<br />

que começa por soar<br />

ambient passando depois para um blues rock<br />

inspiradissimo, com bons solos, passando<br />

a trip hop, voltando ao rock, desta feita até<br />

bem clássico, mergulhando no rock industrial<br />

típico da década de noventa (onde os Nine<br />

Inch Nails são a principal referência) e é por<br />

esta altura que nos declaramos <strong>of</strong>icialmente<br />

perdidos. A faceta rock é bem interessante,<br />

seja pelo groove seja pelo trabalho da guitarra<br />

solo. A componente electrónica também nos<br />

soa nostalgicamente bem. O problema é que<br />

tudo isto junto, não soa a um produto coeso.<br />

Interessante mas poderia ser bem mais que<br />

isso.<br />

DER WEG EINER FREIHEIT<br />

“Finisterre”<br />

Season Of Mist<br />

Os Der Weg Einer<br />

podem não ser a<br />

proposta típica de black<br />

metal - pelo menos<br />

a avaliar pelas suas<br />

fotos promocionais<br />

- mas depois de se<br />

ouvir chega-se à<br />

conclusão daquilo<br />

que já sabemos - a imagem vale o que vale<br />

e é melhor sempre comprovar do que confiar<br />

em julgamentos preconceituosos. Ao quarto<br />

álbum a banda demonstra já ser bem veterana<br />

na arte de compor grandes temas de black<br />

metal épico e melódico e aqui apresentam<br />

mais cinco longos temas (os mais curtos têm<br />

cerca de cinco minutos cada) onde a melodia<br />

andam de mãos dadas com a agressividade,<br />

sem ser necessário recorrer às tendências<br />

mais recentes do pós-black metal (não que<br />

exista algo de errado com isso). Melancólico,<br />

pesado e épico são apenas algumas das suas<br />

características. Surpreendentemente viciante<br />

é aquela que mais nos fica em mente.<br />

[5.5/10] Fernando Ferreira [9.2/10] Fernando Ferreira<br />

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