31.10.2017 Views

World_of_Metal__Outubro_2017

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MOULDERED<br />

“Chronology Of A Rotten Mind”<br />

Satanath Records<br />

Não queremos saber<br />

se nos estamos a<br />

repetir. Gostamos da<br />

fruta sul-americana.<br />

Os tempos já não são<br />

o que eram e hoje em<br />

dia é possível termos<br />

um underground<br />

pulsante vindo de<br />

países como a Colômbia de onde nos surge<br />

esta estreia dos Mouldered. Em abono da<br />

verdade, não é nada que não tenhamos já<br />

ouvido antes. Death metal brutal a convidar<br />

ao slam - algo que apanhámos um fartote<br />

no início do milénio. Mas há algo neste<br />

conjunto de faixas que faz com que o que<br />

nos surge consiga cativar sem grande<br />

dificuldade. Bom death metal, a fugir à<br />

falta de dinâmica do slam - ouçam lá a<br />

"Mind Control" e digam lá se conseguem<br />

resitir a todos aqueles solos adoráveis.<br />

[7.5/10] Fernando Ferreira<br />

MR. BIG<br />

“Defying Gravity”<br />

Frontiers Records<br />

Estamos perante<br />

uma banda que não<br />

desperdiça o seu tem<br />

em estúdio. Uma vez<br />

envolvidos no processo<br />

de criação e gravação,<br />

o resultado tem de ser<br />

sempre surpreendente,<br />

não fossem os Mr.<br />

Big, uma das bandas<br />

que também marcou uma época, mas que<br />

atualmente também se preocupa em manter o nível<br />

conquistadonesses tempos. Riffs pesados, onde a<br />

guitarra e o baixo soam num sincronismo perfeito,<br />

as harmonias vocais são ricas e bem melódicas<br />

e pontualmente lá surgem umas brincadeiras de<br />

Gilbert que continua um mestre nas seis cordas,<br />

compondo um punhado de musicas muito bem<br />

estruturadas, mas um senão, acho a mistura<br />

perfeita, mas a produção poderia ter sido um pouco<br />

mais trabalhada, pois sonoramente o disco perde<br />

alguma intensidade. Se és um fan dos Mr. Big,<br />

Defying Gravity não vai desapontar, pois trata-se<br />

de um clássico som hard rock, tocado por mestres<br />

numa singularidade que os torna especiais e se<br />

destacam, provando que ainda têm muito para dar.<br />

[8.5/10] Miguel Correia<br />

MYRKUR<br />

“Mareridt”<br />

Relapse Records<br />

Não conseguimos<br />

perceber todo o ódio<br />

a esta banda/projecto<br />

ou à pessoa que dá<br />

vida a Myrkur. Parece<br />

que veio mexer com<br />

algumas sensibilidades<br />

e caiu no goto falar<br />

mal. A razão de não<br />

conseguir perceber é<br />

principalmente pela música ser boa. Não, não<br />

traz nada de novo. Não, não é revolucionário.<br />

Sim, é bastante melódico e sim, por vezes até<br />

se aproxima do pop (como na "Crown" que nos<br />

remete para terrenos da Enia e da música da<br />

década de oitenta), mesmo que o folk esteja<br />

sempre presente. E a música é boa! Era boa em<br />

"M" e é boa aqui em "Maredit". Não é a salvação<br />

do black metal nem o seu futuro, mas também<br />

não é a hecatombe de satanás que muito<br />

apregoam. Da nossa parte... aprovado!<br />

[8.7/10] Fernando Ferreira<br />

NATIONAL SUICIDE<br />

“Massacre Elite”<br />

Scarlet Records<br />

Thraaaaaaaaaaaaaaaash!<br />

Os National Suicide são<br />

um daqueles nomes<br />

que mesmo sem ser<br />

grande - comparado<br />

com pesos pesados<br />

como Havok e Harlott -<br />

entre os novos nomes<br />

do thrash, não deixa de<br />

ser um dos mais interessantes. Riffs galopantes e<br />

tocados à velocidade da luz, uma intensidade old<br />

school ao qual se junta a voz de Stefano Mini que<br />

parece um Udo Dirschneider (ex-Accept e actual<br />

U.D.o.) vitaminado, assim como a própria música<br />

tem muitos elementos de heavy metal tradicional<br />

principalmente nas guitarras solos. É um álbum<br />

curto e grosso mas que não nos cansamos<br />

de ouvir. Nós não nos cansamos de thrash, é<br />

verdade, mas quando nos é apresentado nesta<br />

forma, ficamos sem resistências para o quer que<br />

seja a não ser para gritar... thraaaaaaaaash!<br />

[9/10] Fernando Ferreira<br />

NECROPHOBIC<br />

“Pesta”<br />

Century Media Records<br />

Já estava na altura<br />

dos Necrophobic<br />

deitarem qualquer<br />

coisa cá para<br />

fora. Uma das<br />

mais ilustres (e<br />

subestimadas)<br />

bandas do death<br />

metal sueco regressa<br />

com um EP após quatro anos de silêncio<br />

do anterior trabalho, o ambicioso "Womb<br />

Of Lilithu". E o que é que podemos<br />

esperar? Death metal blasfemo como a<br />

banda já nos habituou a fazer e em grande<br />

forma. Com apenas duas faixas, este EP só<br />

peca mesmo por curto. Ainda assim, a sua<br />

qualidade faz com que queiramos ouvir<br />

várias vezes "Pesta" e "Slow Asphyxiation",<br />

os dois temas em questão.<br />

NECRYTIS<br />

"Countersigns"<br />

Pure Steel Records<br />

Estamos perante um<br />

mix de elementos<br />

metal tradicionais e<br />

prog....construindo<br />

um som moderno e<br />

bem trabalhado. É<br />

um álbum de estreia,<br />

mas já vem cheio<br />

de intenção!Então o<br />

que esperar? A banda tem no seu line up<br />

Toby Knapp, veterano guitarrista da cena<br />

norte americana de heavy / power metal,<br />

logo não poderia estar mais bem entregue<br />

a construção das linhas de guitarra:<br />

bastante melódicas, riffs power-house,<br />

que levam som deste álbum a um nível<br />

bem elevado e com um ritmo tremendo<br />

do principio ao fim. Acho que fica aqui a<br />

dica para os apreciadores, é um trabalho<br />

surpreendente! Vamos lá ouvir!<br />

[8/10] Fernando Ferreira [8/10] Miguel Correia<br />

NEMECIC<br />

“The Deathcantation"<br />

Inverse Records<br />

Mais uma banda<br />

finlandesa a estrear-se<br />

mas se esperam algo<br />

extremamente polido<br />

e melódico, podem<br />

desenganar-se. Os<br />

Nemecic apresentamse<br />

com uma mistura<br />

de thrash e death<br />

metal que têm vindo a aperfeiçoar há mais<br />

de uma década. A banda passou por diversas<br />

fases e encarnações (esta é a sua terceira)<br />

mas agora parece que acertaram em cheio.<br />

Som dinâmico, cheio do melhor que o estilo<br />

mais clássico e old school e também a<br />

vertente moderna tem para <strong>of</strong>erecer. Não são<br />

os elementos que a compõem que fazem a<br />

diferença mas a forma como eles são usados<br />

e como vão desaguar a um excelente álbum<br />

de originais e uma excelente estreia.<br />

[8.4/10] Fernando Ferreira<br />

NETHERBIRD<br />

“Hymns From Realms Yonder"<br />

Black Lodge Records<br />

Um álbum de<br />

compilação pode<br />

ser uma faca<br />

de dois gumes.<br />

Enquanto que, por<br />

um lado, pode ter<br />

um inquestionável<br />

valor na forma<br />

como homenageia<br />

e revolve o percurso de uma banda, por<br />

outro, pode ser nocivo na forma como<br />

denuncia incoerências, imaturidades<br />

e inconsistências que não raramente<br />

mancham esses mesmo percursos,<br />

pelo simples facto destas crescerem e<br />

evoluírem nos seus trilhos artísticos.<br />

Hymns From Realms Yonder é uma<br />

compilação de b-sides, covers, músicas<br />

lançadas em formato digital que não<br />

conseguiram chegar aos lançamentos<br />

discográficos originais, entre outros<br />

"restos". Assumido o risco, os Netherbird<br />

ganham, apesar de tudo, esta aposta.<br />

É que apesar de termos as expectáveis<br />

mudanças de tom incontornáveis num<br />

trabalho deste género - onde passamos<br />

por fases variadas, onde ora temos uma<br />

vibe viking, épica, guerreira, ora temos<br />

uma atmosfera mais sinistra e ameaçadora<br />

e orelhuda, de riffs mais austeros e<br />

orquestrações com cheiro a gótico - existe<br />

uma argamassa coerente que consegue<br />

unificar esta disparidade: aquele espírito<br />

Black "<strong>Metal</strong>esco" melódico tradicional<br />

dos anos 90 cujas influências radicam no<br />

Heavy <strong>Metal</strong>.<br />

Não é um trabalho de encher o olho, mas é<br />

certamente um bom cartão de visita para,<br />

a partir daqui, melhor indagar nas <strong>of</strong>ertas<br />

musicais destes suecos. Assim sendo,<br />

"restos" talvez não seja, de todo, a palavra<br />

mais justa para descrever as malhas que<br />

o compõem.<br />

[7/10] Jaime Nôro<br />

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