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MOULDERED<br />
“Chronology Of A Rotten Mind”<br />
Satanath Records<br />
Não queremos saber<br />
se nos estamos a<br />
repetir. Gostamos da<br />
fruta sul-americana.<br />
Os tempos já não são<br />
o que eram e hoje em<br />
dia é possível termos<br />
um underground<br />
pulsante vindo de<br />
países como a Colômbia de onde nos surge<br />
esta estreia dos Mouldered. Em abono da<br />
verdade, não é nada que não tenhamos já<br />
ouvido antes. Death metal brutal a convidar<br />
ao slam - algo que apanhámos um fartote<br />
no início do milénio. Mas há algo neste<br />
conjunto de faixas que faz com que o que<br />
nos surge consiga cativar sem grande<br />
dificuldade. Bom death metal, a fugir à<br />
falta de dinâmica do slam - ouçam lá a<br />
"Mind Control" e digam lá se conseguem<br />
resitir a todos aqueles solos adoráveis.<br />
[7.5/10] Fernando Ferreira<br />
MR. BIG<br />
“Defying Gravity”<br />
Frontiers Records<br />
Estamos perante<br />
uma banda que não<br />
desperdiça o seu tem<br />
em estúdio. Uma vez<br />
envolvidos no processo<br />
de criação e gravação,<br />
o resultado tem de ser<br />
sempre surpreendente,<br />
não fossem os Mr.<br />
Big, uma das bandas<br />
que também marcou uma época, mas que<br />
atualmente também se preocupa em manter o nível<br />
conquistadonesses tempos. Riffs pesados, onde a<br />
guitarra e o baixo soam num sincronismo perfeito,<br />
as harmonias vocais são ricas e bem melódicas<br />
e pontualmente lá surgem umas brincadeiras de<br />
Gilbert que continua um mestre nas seis cordas,<br />
compondo um punhado de musicas muito bem<br />
estruturadas, mas um senão, acho a mistura<br />
perfeita, mas a produção poderia ter sido um pouco<br />
mais trabalhada, pois sonoramente o disco perde<br />
alguma intensidade. Se és um fan dos Mr. Big,<br />
Defying Gravity não vai desapontar, pois trata-se<br />
de um clássico som hard rock, tocado por mestres<br />
numa singularidade que os torna especiais e se<br />
destacam, provando que ainda têm muito para dar.<br />
[8.5/10] Miguel Correia<br />
MYRKUR<br />
“Mareridt”<br />
Relapse Records<br />
Não conseguimos<br />
perceber todo o ódio<br />
a esta banda/projecto<br />
ou à pessoa que dá<br />
vida a Myrkur. Parece<br />
que veio mexer com<br />
algumas sensibilidades<br />
e caiu no goto falar<br />
mal. A razão de não<br />
conseguir perceber é<br />
principalmente pela música ser boa. Não, não<br />
traz nada de novo. Não, não é revolucionário.<br />
Sim, é bastante melódico e sim, por vezes até<br />
se aproxima do pop (como na "Crown" que nos<br />
remete para terrenos da Enia e da música da<br />
década de oitenta), mesmo que o folk esteja<br />
sempre presente. E a música é boa! Era boa em<br />
"M" e é boa aqui em "Maredit". Não é a salvação<br />
do black metal nem o seu futuro, mas também<br />
não é a hecatombe de satanás que muito<br />
apregoam. Da nossa parte... aprovado!<br />
[8.7/10] Fernando Ferreira<br />
NATIONAL SUICIDE<br />
“Massacre Elite”<br />
Scarlet Records<br />
Thraaaaaaaaaaaaaaaash!<br />
Os National Suicide são<br />
um daqueles nomes<br />
que mesmo sem ser<br />
grande - comparado<br />
com pesos pesados<br />
como Havok e Harlott -<br />
entre os novos nomes<br />
do thrash, não deixa de<br />
ser um dos mais interessantes. Riffs galopantes e<br />
tocados à velocidade da luz, uma intensidade old<br />
school ao qual se junta a voz de Stefano Mini que<br />
parece um Udo Dirschneider (ex-Accept e actual<br />
U.D.o.) vitaminado, assim como a própria música<br />
tem muitos elementos de heavy metal tradicional<br />
principalmente nas guitarras solos. É um álbum<br />
curto e grosso mas que não nos cansamos<br />
de ouvir. Nós não nos cansamos de thrash, é<br />
verdade, mas quando nos é apresentado nesta<br />
forma, ficamos sem resistências para o quer que<br />
seja a não ser para gritar... thraaaaaaaaash!<br />
[9/10] Fernando Ferreira<br />
NECROPHOBIC<br />
“Pesta”<br />
Century Media Records<br />
Já estava na altura<br />
dos Necrophobic<br />
deitarem qualquer<br />
coisa cá para<br />
fora. Uma das<br />
mais ilustres (e<br />
subestimadas)<br />
bandas do death<br />
metal sueco regressa<br />
com um EP após quatro anos de silêncio<br />
do anterior trabalho, o ambicioso "Womb<br />
Of Lilithu". E o que é que podemos<br />
esperar? Death metal blasfemo como a<br />
banda já nos habituou a fazer e em grande<br />
forma. Com apenas duas faixas, este EP só<br />
peca mesmo por curto. Ainda assim, a sua<br />
qualidade faz com que queiramos ouvir<br />
várias vezes "Pesta" e "Slow Asphyxiation",<br />
os dois temas em questão.<br />
NECRYTIS<br />
"Countersigns"<br />
Pure Steel Records<br />
Estamos perante um<br />
mix de elementos<br />
metal tradicionais e<br />
prog....construindo<br />
um som moderno e<br />
bem trabalhado. É<br />
um álbum de estreia,<br />
mas já vem cheio<br />
de intenção!Então o<br />
que esperar? A banda tem no seu line up<br />
Toby Knapp, veterano guitarrista da cena<br />
norte americana de heavy / power metal,<br />
logo não poderia estar mais bem entregue<br />
a construção das linhas de guitarra:<br />
bastante melódicas, riffs power-house,<br />
que levam som deste álbum a um nível<br />
bem elevado e com um ritmo tremendo<br />
do principio ao fim. Acho que fica aqui a<br />
dica para os apreciadores, é um trabalho<br />
surpreendente! Vamos lá ouvir!<br />
[8/10] Fernando Ferreira [8/10] Miguel Correia<br />
NEMECIC<br />
“The Deathcantation"<br />
Inverse Records<br />
Mais uma banda<br />
finlandesa a estrear-se<br />
mas se esperam algo<br />
extremamente polido<br />
e melódico, podem<br />
desenganar-se. Os<br />
Nemecic apresentamse<br />
com uma mistura<br />
de thrash e death<br />
metal que têm vindo a aperfeiçoar há mais<br />
de uma década. A banda passou por diversas<br />
fases e encarnações (esta é a sua terceira)<br />
mas agora parece que acertaram em cheio.<br />
Som dinâmico, cheio do melhor que o estilo<br />
mais clássico e old school e também a<br />
vertente moderna tem para <strong>of</strong>erecer. Não são<br />
os elementos que a compõem que fazem a<br />
diferença mas a forma como eles são usados<br />
e como vão desaguar a um excelente álbum<br />
de originais e uma excelente estreia.<br />
[8.4/10] Fernando Ferreira<br />
NETHERBIRD<br />
“Hymns From Realms Yonder"<br />
Black Lodge Records<br />
Um álbum de<br />
compilação pode<br />
ser uma faca<br />
de dois gumes.<br />
Enquanto que, por<br />
um lado, pode ter<br />
um inquestionável<br />
valor na forma<br />
como homenageia<br />
e revolve o percurso de uma banda, por<br />
outro, pode ser nocivo na forma como<br />
denuncia incoerências, imaturidades<br />
e inconsistências que não raramente<br />
mancham esses mesmo percursos,<br />
pelo simples facto destas crescerem e<br />
evoluírem nos seus trilhos artísticos.<br />
Hymns From Realms Yonder é uma<br />
compilação de b-sides, covers, músicas<br />
lançadas em formato digital que não<br />
conseguiram chegar aos lançamentos<br />
discográficos originais, entre outros<br />
"restos". Assumido o risco, os Netherbird<br />
ganham, apesar de tudo, esta aposta.<br />
É que apesar de termos as expectáveis<br />
mudanças de tom incontornáveis num<br />
trabalho deste género - onde passamos<br />
por fases variadas, onde ora temos uma<br />
vibe viking, épica, guerreira, ora temos<br />
uma atmosfera mais sinistra e ameaçadora<br />
e orelhuda, de riffs mais austeros e<br />
orquestrações com cheiro a gótico - existe<br />
uma argamassa coerente que consegue<br />
unificar esta disparidade: aquele espírito<br />
Black "<strong>Metal</strong>esco" melódico tradicional<br />
dos anos 90 cujas influências radicam no<br />
Heavy <strong>Metal</strong>.<br />
Não é um trabalho de encher o olho, mas é<br />
certamente um bom cartão de visita para,<br />
a partir daqui, melhor indagar nas <strong>of</strong>ertas<br />
musicais destes suecos. Assim sendo,<br />
"restos" talvez não seja, de todo, a palavra<br />
mais justa para descrever as malhas que<br />
o compõem.<br />
[7/10] Jaime Nôro<br />
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