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ESTUDOS DE CASO NA EDUCAÇÃO BÁSICA NO ESTADO DO PARÁ

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Capítulo IV - Horta na escola: saúde e sustentabilidade no município de São Miguel do Guamá -- PA<br />

se desperte o interesse no aluno, é necessário que o professor utilize a “bagagem de conhecimentos<br />

trazidos de casa” por eles, assim levando-o a perceber que o problema ambiental está mais perto de<br />

todos, mais do que se imagina.<br />

Isso permite explicar que os impactos ambientais existentes no mundo e que atinge<br />

indistintamente a todos os seres vivos, tem como causa as diversas atitudes erradas de muitas pessoas,<br />

ou, ainda, no entendimento de alguns, de que somente eles não invertem a situação e, portanto, não<br />

adianta tentar preservar o planeta. Urge a mudança desse entendimento, pois, a partir do momento em<br />

que os indivíduos percebem a existência do todo, da globalidade, deixando de lado a individualidade<br />

e passar a considerar a presença e interdependência de outros, o planeta vai caminhar para o equilíbrio<br />

natural, o qual todos os seres humanos precisam (FREIRE, 1987, p. 184).<br />

Para trabalhar a perspectiva sobre o meio ambiente, a visão biocêntrica precisa ser substituída<br />

pela concepção socioambiental, onde o meio ambiente é considerado como “um espaço relacional,<br />

em que a presença humana, longe de ser percebida como extemporânea intrusa ou desagregadora<br />

(câncer do planeta), aparece como um agente que pertence à teia de relações da vida social, natural e<br />

cultural e interage com ela” (CARVALHO, 2008, p. 37).<br />

Para tanto, é preciso que nós, professores, adotemos a postura de orientar os alunos a<br />

construírem uma visão da globalidade, do todo, para que possam entender o meio ambiente em todos<br />

os seus aspectos biológicos, físicos, sociais, econômicos e culturais. É necessário assim, que a prática<br />

didático-pedagógica da educação ambiental desenvolvida na escola seja permanente, cotidiana,<br />

orientada para fazer interações entre a cultura e a sociedade em que vivem, estruturando o currículo<br />

no sentido de superar a visão fragmentada do conhecimento e solidificar práticas mais reais.<br />

A Constituição da República Federativa do Brasil, de cinco de outubro de 1988, resguarda e<br />

normatiza os direitos e deveres sobre a questão abordando o tema meio ambiente, dedicando a este<br />

um capítulo por inteiro (VI), o qual preceitua, em seu Art. 225, que:<br />

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do<br />

povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o<br />

dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações (BRASIL, 2004).<br />

O Ministério da Educação considera importante e norteia diretrizes para que se estabeleçam<br />

diferentes modelos educacionais a fim de que possam interagir com outros órgãos da saúde, meio<br />

ambiente e outros através de programas interdisciplinares. Para chegar a esse contexto e atingir essas<br />

metas, a horta escolar, e a relação desta com a participação comunitária, se torna um eixo articulador<br />

com ricas possibilidades de atividades pedagógicas (FER<strong>NA</strong>N<strong>DE</strong>S; ROCHA; SOUZA, 2005)<br />

Na visão de Andrade (2000), desenvolver a educação ambiental nas escolas tem se mostrado<br />

uma tarefa exaustiva, devido à existência de grandes dificuldades nas atividades de sensibilização<br />

e formação. Sobretudo, na execução de atividades e projetos, e na manutenção e continuidade dos<br />

já existentes. Fatores como o tamanho da escola, número de alunos e de professores, predisposição<br />

destes professores em passar por um processo de treinamento, vontade da direção de realmente<br />

desenvolver um projeto ambiental que vá alterar a rotina na escola, entre outros.<br />

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