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ESTUDOS DE CASO NA EDUCAÇÃO BÁSICA NO ESTADO DO PARÁ

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Estudos de caso na educaçao básica no estado do Pará: Licenciatura em Ciências Naturais<br />

RESULTA<strong>DO</strong>S E DISCUSSÃO<br />

Durante o estudo as famílias apresentaram quais os motivos que elas consideravam como<br />

resultantes da degradação do ambiente na comunidade. Também foi possível identificar a percepção<br />

sobre o solo de suas propriedades e quais são os principais indicadores usados para avaliar a qualidade<br />

do solo.<br />

As famílias não souberam identificar qual o estado de degradação que se encontra parte dos<br />

solos utilizado para o plantio, no entanto, relataram que os mesmos vão perdendo a sua produtividade<br />

ao longo dos anos, resultando no seu abandono e reutilização anos depois (cinco ou mais). Porém,<br />

os entrevistados creditam o estado de degradação a exploração de madeira ilegal na região. Também<br />

admitem ter percepção de que o fogo leva ao estado de degradação do solo, mas, reconhecem ser a<br />

principal prática utilizada para limpeza de novas áreas para exploração agrícola.<br />

O critério de boa qualidade, segundo a maioria das famílias entrevistadas, é a coloração escura<br />

do solo, boa umidade e consistência mais “solta”, fatores estes que correspondem àquelas áreas onde<br />

as plantas se desenvolvem melhor e a produção é maior.<br />

Este conceito sobre qualidade do solo corrobora com o de Doran (1997) que se refere à<br />

qualidade do solo como a capacidade do mesmo em exercer suas funções na natureza, que dentre elas<br />

funcionar como meio para o crescimento das plantas e estocar e promover a ciclagem de nutrientes.<br />

Cor e retenção de água são considerados atributos físicos do solo e, de fato, Casalinho et al.<br />

(2007) relatam que os agricultores percebem melhor a qualidade do solo por aspectos relacionados<br />

aos seus atributos físicos, seguido por aspectos relacionados à biologia, aspecto visual da planta e do<br />

solo e por fim, a fatores morfológicos.<br />

As famílias também têm presente a noção da interdependência dos elementos que compõem<br />

o ambiente, e da importância dos diversos fatores para o bom funcionamento do sistema como a<br />

fauna (macro e micro), chuva e vegetação. Apesar da maioria não utilizar a prática da adubação com<br />

fertilizantes químicos, os mesmos reconhecem que as plantas necessitam de um adequado balanço<br />

nutricional para um bom desenvolvimento e produtividade.<br />

O lixo doméstico poderia ser uma alternativa para melhorar a disponibilidade de nutrientes no<br />

solo, mas, apesar da comunidade não contar com saneamento básico, o lixo produzido pelas famílias<br />

também não é utilizado de forma sustentável, para compostagem, por exemplo. Na prática, o lixo é<br />

simplesmente descartado, na maioria das vezes de forma incorreta, causando a degradação do solo e<br />

da água. Mesmo após a escola da região ter realizado uma conferência sobre saneamento básico no<br />

campo, parece ser difícil sensibilizar os moradores para cuidar do lixo de forma mais adequada.<br />

No Quadro 1 estão apresentadas as respostas mais comuns das famílias com relação ao uso<br />

e manejo do solo na comunidade. O cultivo é principalmente de frutíferas e a produção basicamente<br />

para o sustento familiar. A falta de manejo do solo é justificada, pelos entrevistados, pela falta de<br />

assistência, assim, os mesmos usam somente seus conhecimentos empíricos para garantir as condições<br />

necessárias para o desenvolvimento das plantas.<br />

O uso de uma raiz local (timbó) é realizado arbitrariamente, sem nenhum conhecimento<br />

científico sobre os efeitos da mesma sobre a saúde dos moradores locais.<br />

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