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muito tempo, e quando chegava no território para executar, por exemplo: se tivesse colocado
que uma madeira para o cerceamento de nascente, custaria dez reais a unidade na época,
quando era para executar custava o dobro e não podia remanejar recurso de outros itens. Além
disso verificávamos vários erros, informações que não traduziam nossa realidade, que não
levavam em consideração a geografia do território e as dinâmicas de cada aldeia, isso ocorria
porque não se levava a sério as contribuições narradas pelas lideranças. Depois, como
consequência, teríamos que assumir esses problemas, que deixaram muitas associações
indígenas inadimplentes.
Observamos ainda que os recursos que giravam em torno da maioria dos projetos
sociais no Xakriabá, previam apenas o pagamento de técnicos de fora, pois sempre alegava-se
que não éramos habilitados. Então os jovens Xakriabá que sempre faziam a parte mais pesada
do serviço, não eram pagos, portanto, o recurso não circulava no território. Ao analisar os
diversos problemas que estavam ocorrendo, as lideranças reagiram e passaram a selecionar
apenas projetos que estivessem disposto a construir de forma mais coletiva. Também passaram
a estabelecer como critério que a própria construção dos projetos fosse uma capacitação para
habilitar os nossos. Uma das primeiras instituições que trabalhou neste sentido, fazendo da
elaboração do projeto um momento formativo, foi o Conselho Indigenista Missionário/ CIMI,
Programa de Pequenos Projetos- PPP/ECOS e o Centro de Agricultura Alternativas do Norte
de Minas Gerais/CAA.
Figura 16: Jovens professores aprendendo a escrever os próprios projetos. Foto ilustra o mapeamento para escrever uma
proposta de projeto de reflorestamento de 15 nascentes Xakriabá.
Foto: Nicolau Xakriabá. (2005)