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REVISTA TERENA 2 EDIÇÃO

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quando estamos no ATL, não estão somente presentes quatro mil indígenas, também se faz

presente milhões de indígenas com enorme força ancestral, que foram tombado, vítimas do

genocídio do Estado brasileiro. Estão conosco também, além dos que já se foram, os que ainda

virão.

Figura 25: Foto do cacique mais jovem Xakriabá com cachimbo, durante o Acampamento Terra Livre 2018. O cachimbo, assim

como o maracá, nos conecta com as forças ancestrais.

Foto: Edgar Correa Kanaykõ (2018)

Portanto a nossa luta continua pela demarcação dos territórios indígenas, mas

também pela despadronização dos mecanismos de avaliação, produzido por um sistema que

não dá conta de compreender a realidade indígena. O desafio ainda é consolidar uma política

capaz de atender uma alimentação escolar diferenciada, materiais didáticos, organização

curricular elaborados pelos próprios professores e infraestrutura da escola com uma planta que

atenda a demanda de cada povo. Essa luta não se restringe apenas ao corpo docente e à

comunidade escolar, é luta do povo, é luta em pauta do movimento indígena. Acredito que só

avançaremos na luta da descolonização do pensamento, quando descolonizarmos o sistema,

porque é o sistema que tem essa capacidade violenta de reprodução hegemônica.

Tanto na política nacional como no âmbito dos estados não é estratégico fazermos

discussões fragmentada por setores, apenas como território, educação e saúde, uma vez que no

congresso nacional os interesses políticos para determinadas pautas acontecem de maneira

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