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REVISTA TERENA 2 EDIÇÃO

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“história que seja útil” e de uma “história bem-feita”, reconhece também que “sem as fontes

orais, é uma história incompleta” (VILANOVA 1994, p. 46)”.

Primeiros Moradores

Segundo Gedeão Jorge 9 , a chegada da família de Dona Umbelina Jorge 10 vindo da

aldeia Buriti, ocorreu no dia 8 de abril de 1932. A saída dessa família do Buriti se deu por um

desentendimento religioso e familiar, saíram da aldeia a matriarca juntamente com doze pessoas

que faziam parte da caravana e o destino era a Terra Indígena Cachoeirinha, no município de

Miranda. Ao chegar a margem esquerda do rio Aquidauana, atual Anastácio, na fazenda Santa

Maria, encontraram o filho da Dona Umbelina, Jorge José da Costa, popularmente conhecido

como José Correiro, ou Zé Correiro, que pediu para que eles ficassem por ali mesmo, pois iriam

comprar terras na margem esquerda.

Senhor Manequinho, fazendeiro e pai de criação do Senhor Zé Correiro,

conversaram e fizeram um acordo para comprar 32 hectares de terra, pago em animais, serviços

e retirada de madeira, como postes e lenhas para serem usadas na fazenda. A família de Dona

Umbelina foi instalada na área, onde construíram um casebre e fizeram plantações onde toda a

família cultivava produtos para a subsistência.

A respeito do nome “Aldeinha” sabe-se que surgiu por meio dos evangélicos que

aos domingos após a escola dominical combinavam visitas aos irmãos da pequena aldeia se

referindo a família de Dona Umbelina e seu Zé Correiro, surgindo assim o nome Aldeinha.

Com a vinda dessa família para Anastácio outros indígenas também fizeram o mesmo trajeto,

de acordo com as memórias do Senhor Elias Nimbú 11 .

“Quando eu vim da Aldeia Moreira de Miranda, quando cheguei aqui minha avó já

morava para cá ai nesse tempo de 60, pra cá até 1980... nesse tempo meu pai começou

trazer o chefe de posto do Limão Verde para atender os indígenas daqui, margem

esquerda propriamente Aldeinha, então tinha muitos índios que não tinha

documentação, índios conhecidos como desaldeados, e foi feito esse trabalho com

meu pai e quando a gente morava ali na (rua) Índio Neco eu tinha aquela época 12

anos, acompanhei o trabalho dele” (Elias Nimbú).

9

Gedeão Jorge. Bisneto de Dona Umbelina Jorge.

10

Dona Umbelina. Foi uma das primeiras famílias que chegaram na Aldeinha.

11

Elias Nimbú, 67 anos. Mestre tradicional da Aldeinha, sua família também é uma pioneira na fundação da

mesma.

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