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REVISTA TERENA 2 EDIÇÃO

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Terena foi de suma importância para sua sobrevivência física (...) por outro lado o caráter

segregacionista dessa política foi realçado, mesmo que seja como consequência interna do

processo de aldeamento” (MOURA,1994, p. 08).

O declínio do uso da Língua Terena também vem desse processo colonizador pelo

qual os povos indígenas passaram e passam até hoje proveniente da chegada dos europeus que

ocuparam toda a américa, principalmente os espanhóis e portugueses. Em função de muitas

perdas durante o processo de colonização e através de esforços e das lutas dos povos indígenas

e indigenistas, hoje o Estado brasileiro reconhece aos povos indígenas a sua inclusão na

sociedade nacional, e nesse momento a sua permanência, estando esses direitos garantidos nos

artigos 231 e 232 da Constituição Brasileira de 1988.

Dessa forma, um dos aspectos mais fortes que contribuíram para que os indígenas

deixassem de falar a língua materna e evidenciar suas tradições, foi à questão territorial, ou seja,

a perda do seu território tradicional, que consequentemente levou a miscigenação cultural. No

decorrer dos anos, a sociedade passou por mudanças em seu cotidiano, uma vez que a cultura é

dinâmica, mas essas mudanças trazem os aspectos negativos, como por exemplo, a vergonha

de falar a língua indígena e a não prática da cultura pelos jovens da Aldeinha. Conforme salienta

Maria (2011, p. 28), “as sociedades indígenas são ágrafas. Por não possuírem a escrita

alfabética, transmitiam seus conhecimentos e saberes através da oralidade, contando histórias,

comunicando e perpetuando a herança cultural de geração em geração”.

Hoje em dia os jovens da aldeia Aldeinha, de certa forma se sentem acanhados em

falar a língua terena, e até mesmo o fato de não ter uma família falante contribui para que eles

não a usem.

A FORMAÇÃO DA ALDEIA ALDEINHA EM ANASTÁCIO (MS): MEMÓRIAS E

HISTÓRIAS

Para a construção desse estudo foram realizadas várias entrevistas com os mestres

tradicionais com visitas em suas residências. Com base nas memórias e histórias dos mestres

tradicionais, busca-se aqui destacar as mudanças que ocorrem na aldeia Aldeinha com o passar

dos anos e observar como é constituída a organização social, política e cultural da Aldeinha,

como por exemplo: caciques, escola, posto de saúde, moradia, área de lazer, memorial indígena.

“Ao descartar o caráter “intrinsecamente diferente” das fontes orais e a importância de uma

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