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REVISTA TERENA 2 EDIÇÃO

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enquanto profissionais sem perder o jeito de lidar na terra, de plantar o nosso alimento em nosso

quintal e em nossa roça, porque de nada adiantaria avançarmos de um lado e retroceder de

outro, se tornando dependente de um único mecanismo de produção, financiado pelo

agronegócio.

Figura 2: Na foto, eu estou plantando semente de andu, que é uma variedade de feijão, junto com minha mãe em uma barraginha

que capta água de chuva, perto de casa

Foto: Célia Xakriabá (2018).

Quando perdemos uma variedade de sementes, não é só a semente de “cumê” que

enche a barriga, que perdemos. Junto perdemos parte da memória e outros conhecimentos que

também vão embora. As sementes para nós são sinal da autonomia alimentar, que carregam

nossa história, nossa memória alimentar, e são fundamentais em nossos rituais. Ao observar

como se dá o compartilhamento das comidas nas noites culturais que ocorrem no Xakriabá,

podemos perceber como este momento é marcado por muitos elementos da tradição, do material

ao imaterial, como cantos, danças e dentre eles se destaca a presença da comida, onde cada um

traz um prato tradicional para compartilhar.

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